POLÍTICAS AFIRMATIVAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Por: Mulheres Assistentes • 26/10/2018 • Relatório de pesquisa • 1.781 Palavras (8 Páginas) • 233 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL – UNINTER
CURSO BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
ALTAMIRA-PA
POLÍTICAS AFIRMATIVAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
SANTOS, Edineide de França Silva, RU 1371880¹.
ARAUJO, Josenilda Fima, RU 1922812².
RESUMO
O artigo é resultado de um processo de pesquisa teórica sobre desigualdade social, gênero e raça, e política de segurança publica que se propõe realizar uma análise sobre os conceitos de desigualdade social, violência cultural, repressão do Estado e propostas de políticas publicas para educação e reinserção dos sujeitos, para compreender todo o processo, e os avanços nas pesquisas e debates sobre a relação na educação e as desigualdades étnico-raciais e sua inclusão cultural. Distinguindo os processos de diferenciação para entender o individuo e a sociedade.
Palavras-chave: Desigualdade social, Étnico-raciais e Inclusão.
INTRODUÇÃO
Essa pesquisa tem por objetivo discutir a temática complexa e atual das relações sociais, desigualdades de gênero, raça e etnia. Conceitos confundidos entre si, sobre a diferenciação social. Tendo uma abordagem sociológica e antropológica, construída ao longo de anos de estudos que nos trouxe conceitos definidos para à atualidade tipificando a desigualdade e a diferenciação social, os reflexos históricos sobre a raça e etnia, que se mostram ainda bem difundidos na sociedade atual, mostrando um grande preconceito em situações cotidianas e prevalecendo a desigualdade em ambas as diferenciações sociais.
As ações e reivindicações por uma educação que contemple a diversidade étnico-racial e cultural do povo brasileiro não é algo recente na história da educação brasileira. Desde o século passado que os movimentos sociais, especialmente, o Movimento Negro brasileiro, vêm, de forma contínua, desenvolvendo ações estratégicas para que esta aconteça.
POLÍTICAS, DESIGUALDADES E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS.
A estrutura dessa pesquisa teoricamente esta relacionada com base nos autores do livro “DESIGUALDADES DE GENERO, RAÇA E ETNIA” que tratam das questões complexas e atuais das desigualdades sociais. A leitura trás discursões travadas pela militância feminista, e o desenvolvimento dos estudos científicos sobre desigualdades presentes nas relações sociais entre homens e mulheres, raça e etnicidade, como também diferenças sexuais, físicas e culturais. Trazendo o cuidado para não confundir a desigualdade com a diferenciação social, pois se tratam de categorias particulares significativas nas relações sociais estabelecidas entre os sexos, grupos etários, étnicos, categorias profissionais e grupos de status.
A sociedade vem se desenvolvendo cada vez mais complexa, valendo- se da estratificação social, embora seja possível determinar a posição do sujeito em diferentes formas que predominam nas sociedades modernas. Tendo a mais antiga estratificação, que foi a escravidão e se caracterizou como a forma de extrema desigualdade social, pois se estabeleciam as pessoas como propriedades de outros, sendo o mais baixo tipo de formação social. Esse sistema era de apropriação forçada em varias formas de conquistas, sendo elas por meio de batalhas e poder econômico, valendo-se de crenças e culturas onde se fundamentavam prestígios atribuídos por hereditariedade e status.
Vale ressaltar que ao estudarmos a estratificação social devemos considerar não apenas as posições econômicas, de status e de poder, mas também o que acontece com indivíduos, famílias e outros grupos sociais. Nesse sentido, os sociólogos buscam estudar os diferentes fatores que contribuem para a mobilidade social, procurando inclusive identificar o ritmo dessas mudanças e fazer comparações entre diferentes contextos para conhecer os tipos de sociedades em que vivemos (CARVALHO, 2012, p. 32).
Paralelo ao paradigma estrutural das desigualdades de gênero, temos em nosso contexto histórico, a maior de todas as desigualdades vividas nos dias atuais, que permeiam ao longo de anos e batalhas travadas com algumas lutas conquistadas através de movimentos sociais. Ainda ano século XIX, os estudos apresentavam que a raça indicava diferenças biológicas, travando hierarquias sociais como naturais, inferiorizando por classes sociais e definindo os comportamentos culturais, biológicos e sociais.
A primeira escola etnológica - biológica a ser fundada no Brasil de tradição norte – americana, trouxe a ideia de que as raças seriam o resultado de mutações, como afirma o zoólogo Louis Agassiz (1807-1873, que visitou o Brasil (Bahia), em 1865, e produziu uma interpretação extremamente negativa sobre a miscigenação racial, afirmada por: SKIDMORE (1981, p.47-48) citando Agassiz, Apud CARVALHO; 2012, p.102). A existência de um tipo hibrido - o mulato - seria o resultado de um tipo de “degenerancia” que apagaria as características existentes no branco, negro e no índio, deixando um tipo indefinido hibrido, deficiente em energia física e mental. Ou seja, fundamentando a ideia da superioridade da raça branca, em relação aos índios e negros, caracterizando negativamente a miscigenação. Com isso tivemos essa ideia que ecoa por séculos onde a raça branca supera a raça negra.
Desde as primeiras organizações negras, pós-abolição, que a educação se tornou uma das principais preocupações, reivindicações e frente de ação do Movimento Negro brasileiro. Já na década de 1940 a discussão acerca da necessidade de políticas públicas diferenciadas para a população negra passa a fazer parte efetiva da pauta de ação deste movimento. Em 1970, no contexto da ditadura militar, quando emergem, no cenário político e social do país, diversas organizações negras de caráter político, cultural ou religioso, que essa discussão ganha maior visibilidade na agenda política e social do país através desses grupos organizados. Desencadeia-se assim uma série de reivindicações e pressões para que o Estado cumpra com a sua função de oferecer a todos os cidadãos brasileiros direitos básicos, como saúde, educação, segurança, moradia, entre outros.
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