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RESUMO - PSICOLOGIA DO CICLO VITAL

Por:   •  23/4/2017  •  Resenha  •  7.215 Palavras (29 Páginas)  •  12.727 Visualizações

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: CICLO VITAL UNIDADE I
Desenvolvimento humano é o estudo que procura descrever, explicar e predizer as etapas pelas quais o homem passa ao longo de seu ciclo vital, em relação aos aspectos físico, cognitivo e psicossocial, desde a concepção até o final da vida com a morte. Os primeiros estudos sobre o desenvolvimento humano tiveram início durante o século XIX com investigações sobre a infância e somente no século XX a adolescência começou a ser estudada como uma etapa separada das demais. São várias as teorias que estudam e explicam o desenvolvimento humano, e nessa disciplina foram citados os seguintes teóricos: Jean Piaget, Burrhus Skinner, Sigmund Freud, Erik Erikson, René Spitz, John Bowlby e Kohlberg. O início da vida se dá com a fecundação que ocorre no momento em que um espermatozoide de um homem penetra em um óvulo de uma mulher para formar um único ovo ou zigoto, iniciando-se então o processo de reprodução celular. O desenvolvimento pré-natal leva em média 38 semanas e é dividido em três estágios: o período germinativo ou zigótico, período embrionário, período fetal. Fatores gerais de risco (nutrição, idade, estresse psicológico e atividade física da mãe) e fatores teratogênicos (doenças, drogas e riscos ambientais) podem ter efeitos sobre o desenvolvimento pré-natal. O nascimento é marcado pelo momento em que o feto é retirado do útero materno, tornando-se um bebê. Denomina-se parto esse momento de expulsão, que pode ocorrer de várias formas: parto normal, fórceps, induzido, cesariana, cócoras etc. O processo do parto pode ser facilitado ou dificultado por fatores anatômicos, fisiológicos e psicológicos. O recém-nascido possui uma série de habilidades, a saber: reflexos, habilidades sensoriais, desenvolvimento físico-motor, desenvolvimento cognitivo, habilidades sociais. O desenvolvimento da criança de 0 a 2 anos é composto de uma série de fatores inter-relacionados com os demais aspectos desenvolvimentais: físicos, cognitivos e psicossociais. Para estudar e compreender esse processo, foi utilizado neste capítulo os conceitos da teoria dos seguintes autores Gesell, Skinner, Piaget, Erikson e Bowlby. 76 Unidade I Revisão: Leandro/Tatiane - Diagramação: Fabio - 22/09/11 - 2ª Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 29/09/11 Estudamos também nesta Unidade as características da criança na segunda e terceira infância, período que marca a passagem da infância para a adolescência. A criança de 2 a 6 anos, também chamada de criança pré-escolar, apresenta um contínuo crescimento físico, mas não tão rápido como no período anterior; é também nesse momento que se aperfeiçoam as habilidades motoras globais e finas. Há mudanças em relação à rotina do sono e à dentição. A criança de 2 a 6 anos apresenta um pensamento pré-operatório; há o aparecimento da função simbólica (capacidade de empregar símbolos e signos que substituem as coisas, observada na linguagem, no jogo simbólico, na imitação indireta ou representativa), trazendo modificações na conduta afetiva e intelectual da criança. Outras características são: pensamento egocêntrico, finalista, animista, artificialista e irreversibilidade. As crianças entre 4 e 5 anos desenvolvem uma teoria da mente, quer dizer, são teorias sobre como sua própria mente e a dos outros funcionam e como as pessoas são afetadas por suas crenças e sentimentos. É comum a criança pré-escolar apresentar surtos de negativismo e acessos de raiva, por essa ocasião há ainda a construção da identidade de gênero; além disso, a criança passará por duas crises: autonomia versus vergonha e dúvida; e iniciativa versus culpa. Nos relacionamentos sociais, a criança pré-escolar apresenta mudanças em relação aos relacionamentos verticais e relacionamentos horizontais. A criança de 7 a 11 anos, também chamada de criança escolar, em relação ao desenvolvimento físico, continua a crescer durante os anos escolares e as habilidades motoras melhoram notavelmente, embora isso aconteça de forma menos rápida que nos períodos anteriores. As crianças ficam mais fortes, rápidas, bem coordenadas e se tornam mais autônomas nas tarefas diárias. Os processos biológicos ligados à puberdade (sobretudo o desenvolvimento das características sexuais secundárias) podem aparecer nas meninas a partir dos 9 anos e para os meninos a partir dos 11 anos. A criança de 7 a 11 anos desenvolve o pensamento operatório concreto, pensa antes de agir, possui uma discussão interiorizada,liberta-se do egocentrismo social e intelectual. Com isso ocorre o início da construção 77 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: CICLO VITAL Revisão: Leandro/Tatiane - Diagramação: Fabio - 22/09/11 - 2ª Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 29/09/11 lógica, isto é, a capacidade de estabelecer relações que permitam a coordenação de pontos de vista diferentes. O escolar apresenta a noção de conservação, possui um pensamento reversível; tem noção de tempo, velocidade e espaço. É capaz de realizar operações lógicas, tais como: adição, subtração, multiplicação, divisão e operações geométricas. No plano afetivo, o escolar apresenta novos sentimentos morais, tais como: uma moral autônoma baseada no respeito mútuo, honestidade, companheirismo, senso de justiça e cooperação. Dessa forma, torna-se capaz de jogar os jogos de regra, pois consegue compreender e respeitar as regras. No período escolar, o desenvolvimento do eu é marcado por um autoconceito cada vez mais abstrato, mais focalizado em qualidades internas do que ligado à aparência externa. Surge um juízo global de autovalia, e a opinião da criança sobre sua própria competência dependerá de fatores como: quão competente se acha e do apoio social que recebe. Nos relacionamentos sociais, a criança escolar tende a apresentar uma autonomia natural em relação aos seus pais e a ampliar o número de amigos. Suas amizades são baseadas na confiança recíproca e há segregação dos grupos por gênero, a famosa “turma da Luluzinha” e “turma do Bolinha”. Aparecem as amizades mais duradouras, que continuam ao longo desses anos e às vezes se perpetuam pela vida adulta. Com relação às brincadeiras, passam de impetuosas (lutas, golpes, perseguições) para brincadeiras com regras (amarelinha, esconde-esconde e pega-pega).

UNIDADE II

Puberdade (12 a 18 anos) está ligada às modificações biológicas que se passam nessa fase, assinaladas por dois tipos gerais de mudanças físicas: ao aumento no peso, na altura, na gordura e nos músculos corporais e 102 Unidade II Revisão: Leandro/Tatiane - Diagramação: Fabio - 22/09/11 - 2ª Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 29/09/11 à maturação sexual e ao desenvolvimento das características sexuais secundárias. O final da puberdade se caracteriza pelo amadurecimento gonodal e o fim do crescimento esquelético, o que ocorre em torno dos 18 anos. Adolescência (12 a 18 anos) diz respeito às transformações psicossociais que acompanham o processo biológico; o início da adolescência pode coincidir ou não com a puberdade. O final da adolescência está interrelacionado com fatores socioculturais. O desenvolvimento cognitivo se caracteriza por operações formais (PIAGET, 1967); o adolescente constrói sistemas e teorias, liga soluções de problemas por meio de teorias gerais, é capaz de deduzir as conclusões de puras hipóteses e não somente por meio de uma observação real (pensamento hipotético-dedutivo). Na adolescência, há uma crise e consequente construção de identidade. Identidade é a consciência que o indivíduo tem de si mesmo como “um ser no mundo”, traz o sentimento de pertinência e de diferenciação. Construir a identidade implica formar uma autoimagem e integrar as ideias que se têm sobre si mesmo e os feedbacks que os outros emitem a seu respeito. Para Erikson (1974), o dilema dessa fase é identidade versus confusão de papéis. As principais características da puberdade/adolescência são: culminação do processo de separação/individuação dos pais da infância; elaboração de lutos referentes à perda da condição infantil; estabelecimento de uma escala de valores ou código de ética próprio; busca de pautas de identificação no grupo de iguais; estabelecimento de um padrão de luta/fuga no relacionamento com a geração precedente; aceitação dos ritos de iniciação como condição de ingresso ao status adulto; e assunção de funções ou papéis sexuais auto-outorgados. A vida adulta compreende o período em torno dos 20 aos 65 anos, pode-se observar nele que os aspectos físicos contemplam um continuum, que vai da plenitude física ao começo do declínio. O adulto jovem (20 e 40 anos) tem como temas centrais da vida o amor, o trabalho e a ética. É uma idade de muitas produções, assume e responde pelas próprias escolhas e pelos seus compromissos. Com relação aos aspectos físicos na fase adulta jovem ou juventude, há o auge das estruturas intelectuais e morais; pode-se afirmar que as funções corporais se encontram plenas, a força muscular está no seu ponto máximo, bem como a agudeza sensorial. Quanto à estatura, os homens 103 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: CICLO VITAL Revisão: Leandro/Tatiane - Diagramação: Fabio - 22/09/11 - 2ª Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 29/09/11 costumam atingir sua estatura máxima por volta dos 21 anos e as mulheres, em torno dos 18 anos. O adulto jovem faz parte do grupo mais saudável da população. Por outro lado, as maiores causas de morte nesse período são principalmente acidentes e atos de violência, como homicídios ou suicídios. A juventude se caracteriza pelo auge das estruturas intelectuais, é o início do trabalho e dos estudos superiores, muitas pessoas começam a modelar seu projeto de vida, colocando suas decisões à prova ou alterando seu plano de vida. De acordo com Erikson (1974), a juventude se caracteriza pelo sexto estágio psicossocial: as pessoas vivem o dilema intimidade versus isolamento. A intimidade se caracteriza pela capacidade de estabelecer de forma integral compromissos emocionais, morais e sexuais com outras pessoas, sendo necessário renunciar preferências pessoais, aceitar responsabilidades e abrir mão da privacidade e da independência. Os indivíduos que não conseguem estabelecer relações de intimidade desenvolvem uma sensação de isolamento, incapacidade de se vincular a outros de forma psicologicamente significativa, são pessoas que mantêm relações superficiais, evitam contatos sociais, rejeitam as outras pessoas e podem até se tornar agressivos em relação a elas; preferem ficar sós porque temem a intimidade, que veem como uma ameaça à identidade do seu ego. O segundo eixo central na vida do adulto jovem é o trabalho, há uma preocupação em se estabelecer profissionalmente, buscar por uma estabilidade profissional, o que é reforçado socialmente; tende a trabalhar muito, renunciar ao lazer e aos relacionamentos sociais a fim de se dedicar ao trabalho e/ou à carreira. O terceiro eixo central é a ética, que acompanha o amor e o trabalho. Além da estabilização da vida afetiva e do início da vida matrimonial, alguns outros fatos são comuns nessa fase da vida: o ingresso na vida social plena; autossustento social, psicológico e financeiro; e o trabalho. Elementos básicos para o amadurecimento das pessoas, tais fatos muitas vezes acabam sendo postergados em função das atuais exigências e normas culturais. As consequências de tais restrições podem levar à dependência familiar; flutuações afetivas; falta de experiências vitais; tendência a idealizar. Outros fatores que delimitam esse período dizem respeito ao encontro ou conflito de gerações, a modelagem do projeto de vida. As escolhas são colocadas à prova ou modificadas.

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