INCIDÊNCIA DE EM ALIMENTOS NO BRASIL
Por: steetameirao • 29/9/2019 • Trabalho acadêmico • 6.187 Palavras (25 Páginas) • 224 Visualizações
INCIDÊNCIA DE Clostridium botulinum EM ALIMENTOS NO BRASIL
Tameirão, S. C.¹; Canova, S. P.²
¹ Graduanda do curso de ciências biológicas FMU
² Professora do curso de ciências biológicas FMU
RESUMO
O botulismo alimentar é uma doença causada pela ingestão de alimentos contaminados pela toxina da bactéria Clostridium botulinum, podendo ser alimentos embutidos, conservas, hortaliças e legumes, peixes e frutos do mar. É caracterizada como uma doença de extrema gravidade e que vem sendo bastante estudada, por apresentar amplitude mundial. Há diferentes tipos de toxinas, sendo essas tóxicas para homens e animais. Estas são capazes de causar a neuroparalisia flácida, podendo levar o indivíduo a óbito. O diagnóstico da patologia é feito através da anamnese pelos sintomas clínicos e coleta do alimento suspeito, no qual verifica-se a bactéria e sua toxina. A contaminação desses alimentos se dá por meio de más condições de preparo e armazenamento, em indústrias ou até mesmo caseiros. Os alimentos contaminados com a toxina botulínica não apresentam alterações das suas características organolépticas, o que dificulta identificação do patógeno. O estudo com o C. botulinum em alimentos embutidos é de extrema importância para que haja maior cuidado na produção, armazenamento e transporte desse tipo de alimento em indústrias e melhorarias em questões de saúde pública.
Palavras-chave: Toxina botulínica; intoxicação alimentar; bactérias; alimentos industrializados; surtos de doenças.
ABSTRACT
Botulism is a rare illness caused by the ingestion of food contaminated with Clostridium botulinum toxin. The majority of cases reported involves canned food, although many others were documented involving seafood and vegetables, It is characterized as a potentially fatal worldwide paralytic disease, with an increasing research repertoire. There are several types of toxins which could develop the symptons, most of which are highly toxic to humans an animals, in general. The diagnose requires a food biochemical analysis and physical examination. The contamination of food itens depends on exposure during storage and cooking method. Once contaminated, there are no alterations regarding organoleptic characteristics, which challenges the identification of the pathogen. Therefore, more studies about botulism in canned food is of the utmost importance for more careful storage and cooking methods, as well as transport and production. This would culminate in an improved public health scenario.
Key-Words: Botulinic toxin; food poisoning; bacteria; canned food; disease outbreak.
INTRODUÇÃO
O Clostridium botulinum é um bacilo gram positivo que apresenta o seu desenvolvimento estritamente em meio anaeróbico, produtor de esporos que podem ser encontrados com abundância em solo, lagos e mares, alimentos, sedimentos aquáticos, fezes humanas e trato intestinal de animas (CERESER et al., 2008; MANGILI & ANDRADE, 2007).
O botulismo é uma doença causada pela toxina da bactéria C. botulinum, que tem como um dos principais sintomas a neuroparalisia, por isso é bastante investigada. Este microrganismo apresenta esporos como estrutura de resistência e produzem neurotoxinas na fase vegetativa (CARDOSO et al., 2002).
Segundo CERESER et al. (2008), a origem da palavra botulismo vem do latim “botulus” que significa salsicha ou embutido. Este nome foi dado depois da primeira ocorrência da doença no século XVIII, na Alemanha onde o caso foi associado ao consumo de salsicha defumada.
É uma doença que possui amplitude mundial, podendo estar relacionada à produção de alimentos embutidos, carne suína, em conservas vegetais e doces, de origem marinha e enlatados e geralmente esses são contaminados através da toxina do C. botulinum porque não passaram por um tratamento térmico adequado, ou foram armazenados em condições favoráveis para a germinação dos esporos da bactéria, sendo em situação anaeróbica, como por exemplo, alimentos embalados ou lacrados, em que o pH é superior a 4,5, com presença de água. Dessa forma, as células vegetativas irão produzir sua toxina no próprio recipiente em que foram armazenadas (CERESER et al., 2008; JULIANO & CARDOSO, 2014).
Foi elaborada uma divisão em quatro grupos epidemiológicos pelo Centers For Disease Control and Prevention (1998), nos Estados Unidos da América, classificando o botulismo em: 1)botulismo alimentar sendo a forma mais comum, pois é adquirida através da ingestão de alimentos contaminados com a toxina botulínica, podendo ser encontrados em alimentos embutidos, em conserva, hortaliças e legumes, peixes e frutos do mar; 2) Botulismo infantil causado pela absorção da toxina botulínica, geralmente do tipo A e B, onde a bactéria irá se multiplicar e liberar toxinas no tubo digestivo de crianças frequentemente menores que 1 ano; 3) Botulismo por feridas, onde a toxina é sintetizada através de lesões na pele, machucados ou feridas e será absorvida, caindo na circulação sanguínea e os tipos mais comuns das toxinas são do tipo A e B. E por último; 4) Botulismo em adultos, embora seja parecido com o infantil, sua constância é rara, devido a formação da microbiota em adultos (TRABULSI, 2008).
O C. botulinum é conhecido por 7 tipos, esses são denominados de A a G e apresentam suas diferenciações pelas características antigênicas da neurotoxina que produzem, embora possuam uma ação farmacológica semelhante (JAY, 2005; JOHNSON & BRADSHAW, 2001). As toxinas dos tipos A, B, E e F, são responsáveis por doenças em humanos (sendo que a do tipo G já foi associada a alguns tipos de morte) e as toxinas do tipo C e D são as que causam doenças em animais (CARDOSO et al., 2002).
As toxinas botulínicas são extremamente influentes e atuam nas junções neuromusculares o que ocasiona a paralisia funcional motora e sem a interferência de tratamentos, as toxinas podem afetar principalmente os nervos periféricos, se ligando a membrana nervosa não permitindo a liberação de acetilcolina, causando a paralisia flácida que pode levar a óbito, pois ocorre a paralisia dos músculos respiratórios (CERESER et al., 2008).
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