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UM ESTUDO SOBRE OS IMPACTOS DA PANDEMIA DE COVID-19 NO ENSINO DE CIÊNCIAS

Por:   •  9/5/2022  •  Artigo  •  4.117 Palavras (17 Páginas)  •  256 Visualizações

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UM ESTUDO SOBRE OS IMPACTOS DA PANDEMIA DE COVID-19 NO ENSINO DE CIÊNCIAS

Luana Martins Hackenhaar1, Suelen Bomfim Nobre2

1Estudante do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Feevale, Novo Hamburgo/RS – e-mail ...

2 Licenciada e Bacharel em Biologia, Mestre e Doutora em Ensino de Ciências e Matemática, Professora da Universidade Feevale, Novo Hamburgo/RS – e-mail suelennobre@feevale.br 

RESUMO

O artigo aponta as atividades pedagógicas não presenciais, bem como a lacuna existencial na expansão descontrolada da educação a distância, como senso de urgência que assolou o campo educacional durante a pandemia de COVID-19. Fundamentado em um estudo qualitativo exploratório, utilizou como instrumento de coleta de dados a análise documental e a revisão bibliográfica, tendo como objetivo explorar os impactos da COVID-19 no campo da educação voltado ao ensino de ciências, utilizando análise de conteúdo para avaliação dos dados. Com base nos resultados apresentados, conclui-se que a educação online alcança uma parcela restrita de pessoas e ressalta que os desafios para educar com metodologias digitais ainda são enormes e precisam ser democratizados.

Palavras-chave: Aprendizagem; Tecnologias digitais; Fique em casa; Educação;


INTRODUÇÃO

        

O presente artigo pretende refletir e discutir acerca dos impactos da pandemia de COVID - 19 dentro do campo educacional, bem como o uso das tecnologias da comunicação e da informação no processo educacional frente ao contexto social atual. Consideram-se, portanto, relevantes as reflexões sobre as repercussões, implicações e consequências desses recursos no trabalho didático e pedagógico.

Nos últimos dois anos, diante da pandemia do novo coronavírus (COVID - 19), as Instituições de Ensino e professores acataram as recomendações do MEC e do Conselho Nacional de Educação (CNE/CP) nº 9/ 2020 ao qual apontou como caminho o ensino remoto, como senso de urgência, bem como as atividades pedagógicas não presenciais.

Conforme apontou Cunha e Silva (2020), esse fenômeno de caráter global, desvelou e acentuou os problemas socioeconômicos e educacionais no Brasil e no mundo, evidenciando as desigualdades, os desafios e os problemas já existentes com a suspensão das aulas presenciais, sendo uma das medidas  adotadas o isolamentos social, forçando o país a paralisar e reinventar o formato/regime escolar. Diante desse cenário, Lucas e  Moita (2020) ressaltam que a  nova medida demandou dos professores habilidades e competências para a realizarem suas atividades de educadores por meio das Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC), não apenas como saberes indispensáveis, mas também como uma condição para a continuidade das aulas e aprendizagem dos alunos.

Em paralelo, Macedo (2020) apontou a ausência de políticas educacionais focadas em garantir a conectividade e o direito à educação no ano de 2020, ao qual coube às diversas escolas públicas, famílias e professores encontrarem soluções criativas e paliativas para tentar manter a conexão com seus estudantes que não tinham acesso à internet e a equipamentos digitais adequados, o que evidenciou ainda mais as desigualdades e privilégios.

Portanto, esta pesquisa se justifica por dois motivos: Primeiro, porque, sendo este um assunto de ampla dimensão, não há estudos conclusivos de transformações efetivas sobre essa nova abordagem didática pedagógica nas escolas.  Ainda existem muitos desafios para a prática docente, dos quais Lucas e Moita (2020) ressaltam as dúvidas sobre o planejamento mais  adequado para  atuar  com  coerência  pedagógica  no  modelo  em  questão, sobre  o  uso  pedagógico  das  TDIC  e  sobre como  avaliar  os  alunos,  dentre  outras questões.

O segundo motivo, é que esta pesquisa poderá auxiliar no entendimento quanto às limitações do ensino, onde a maior dificuldade da escola hoje é o acesso em sua totalidade por parte de seus alunos e apontar os desafios e possibilidades para a exploração de tecnologias digitais.

Desta forma, optou-se por investigar o que as publicações científicas apontam sobre as mudanças sentidas no trabalho docente, em tempos de virtualização das aulas de Ciências da Natureza. Utilizando como metodologia de estudo a pesquisa de caráter descritiva exploratória, através de levantamento bibliográfico e documental, teve como objetivo Identificar e analisar as abordagens didáticas e os impactos da pandemia na educação em Ciências, sob a perspectiva de estudos visitados.

A VIRTUALIZAÇÃO DAS AULAS EM TEMPOS DE PANDEMIA: CENÁRIOS E POSSIBILIDADES

No Brasil, conforme dados da Organização Mundial da Saúde - OMS (2020), de 9 em cada 10 professores da rede pública de ensino não tinham nenhuma experiência anterior ministrando aulas não presenciais até se verem forçados a adaptarem suas atividades para o ensino remoto emergencial, estabelecida pelo Ministério da Educação (PORTARIA Nº 343, DE 17 DE MARÇO DE 2020) em virtude da crise sanitária do Coronavírus.

Nessa perspectiva, Couto e Cruz (2020) apontam as possibilidades e os contextos de quem se obrigou a inserir ou que já estava inserido no meio digital, analisando maneiras como o isolamento social afetou os brasileiros, sobretudo,  no campo da educação. Fazendo referências às experiências Ciberculturais, que segundo Pierry Lévy (2010), trata-se de um fluxo contínuo de ideias, práticas, representações, textos e ações que ocorrem entre pessoas conectadas por computadores, Couto e Cruz (2020) complementam citando que, especialmente através da educação online, como sendo medida emergencial, apesar desse movimento alcançar uma parcela restrita de pessoas, são imensos os desafios para educar com tecnologias digitais, porém cruciais, uma vez que a nossa sociedade passa por um progressivo afastamento dos contatos físicos em proveito das interações digitais, contexto transformador da inclusão digital. Couto e Cruz (2020), ainda acrescentam que,

Conectados, profissionais da educação produzem e distribuem conteúdos, acompanham, orientam, avaliam e estimulam seus alunos. Muitos estão repensando e recriando metodologias ativas mais sedutoras e desenvolvendo ambientes digitais mais amigáveis e com interações crescentes. (Couto e Cruz, 2020, p.209)

Indicando que, as mudanças ocorridas nos últimos dois anos, com o isolamento social, não precisa ser somente sinônimo de exclusão do mundo e sofrimento, e sim visto como uma oportunidade. Entretanto, na perspectiva de que essa realidade não é vivenciada por todos, Couto e Cruz (2020, p. 210) afirmam que “[...] o isolamento social criativo é para poucos, para os que têm moradias adequadas e dignas, em espaços bem urbanizados, com renda suficiente e conexão com a internet estável e veloz.” E ainda acrescenta, que a globalização agrega, mas também promove uma imensa desigualdade social, cultural, econômica e educacional para a categoria de empobrecidos e miseráveis que experimentam, de maneiras cruéis, as renovadas formas de exclusões que empurram as margens sangrentas das necessidades básicas de sobrevivências (COUTO e CRUZ, 2020).

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