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A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA IMPLICAÇÕES CURRICULARES E FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Por:   •  15/9/2020  •  Resenha  •  1.216 Palavras (5 Páginas)  •  240 Visualizações

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RESENHA: A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA IMPLICAÇÕES CURRICULARES E FORMAÇÃO PROFISSIONAL

O livro “Educação Física Adaptada Implicações curriculares e formação profissional” tem como objetivo investigar a disciplina de Educação Física Adaptada (EFA) nos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física. Desde a década de 1980 surgem planos no âmbito sociopolítico para a inclusão de pessoas com deficiência, aumentando a acessibilidade em locais públicos e garantindo o seu direito de ir e vir. Além disso, houveram muitos avanços na Medicina, principalmente no período do pós-guerra, na área de reabilitação de pessoas com deficiência dando maior qualidade de vida para esses indivíduos. O início da EFA se deu mais tarde, quando se buscou a participação de pessoas com deficiência em atividades esportivas e nas aulas de Educação Física. No Brasil, na década de 1980, já haviam cursos de especialização e programas de formação profissional e de pesquisa na área de EFA, porém não havia uma disciplina no currículo dos cursos de graduação em Educação Física. Dessa forma, com a iniciativa dos profissionais de Educação Física de propor a garantia da presença de profissionais habilitados para atuar junto às pessoas com deficiência, assim, em 1987, o Parecer 215/87 foi publicado tendo em sua composição a sugestão da disciplina Educação Física e Esporte Especial para pessoas com deficiência. Dessa forma, o estudo buscou verificar como a disciplina tem se apresentado nos currículos dos cursos de Educação Física.

Primeiramente o livro discute sobre as designações terminológicas acerca das deficiências e mostra que a maioria dos termos utilizados, incorretamente, remetem apenas aos limites e dificuldades que a deficiência impõe às pessoas fazendo da terminologia uma representação que a caracteriza, esquecendo-se das capacidades que essas pessoas possuem. As palavras para designar as pessoas com deficiência podem variar de acordo com valores culturais, sociais e os conhecimentos adquiridos, ou a falta deles. Ou seja, em cada momento histórico da sociedade utilizou-se um termo de acordo com os valores sociais vigentes. Durante as décadas de 1970 e 1980 buscou-se definições ou conceitos para a deficiência, porém estes não expressavam a realidade das pessoas com deficiência, pois sempre as definiam como “incapazes”, além disso, tentavam amenizar o termo “deficiente” sendo que este faz oposição ao termo “eficiente”, rotulando novamente as pessoas com deficiência de “incapaz”. As terminologias foram evoluindo e se adequando inclusive com as opiniões dadas pelas próprias pessoas com deficiência, evitando termos pejorativos e preconceituosos. Dessa forma, termos como “pessoa portadora de deficiência” foram sendo excluídos pois a deficiência não se porta como se fosse um objeto. Além disso, associar a deficiência com palavras como, por exemplo, “normal”, “anormal” e “diferente”, tem sido preocupação de alguns autores da área para evitar rotulações e estigmatização de pessoas. Portanto, a Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência preconiza que a terminologia adequada neste momento é “pessoa com deficiência”.

Sem dúvidas, no decorrer dos tempos, ocorreram mudanças positivas em relação ao modo que a sociedade trata as pessoas com deficiência. Na Antiguidade as questões místicas e religiosas tinham forte influência sobre as causas da deficiência, ora sendo tratada como um “mal” a ser eliminado, ora sendo tratada como um sinal divino que se aproximava com aceitação. Nessa época, apesar de existir uma Medicina empírica e incipiente, as pessoas acreditavam que doenças graves e deficiências tinham relação com demônios e pecados de vidas anteriores, provocando rejeição e exclusão das pessoas com deficiência. Porém, em meio aos valores religiosos da época, a Medicina dava os primeiros passos rumo a soluções terapêuticas e reabilitação de pessoas com deficiência. Posteriormente, durante o período medieval a religião ainda possuía forte influência e a Medicina pouco se desenvolveu. O crescimento populacional ocasionou na decadência dos cuidados higiênicos provocando doenças graves, más-formações congênitas e epidemias. Sendo a causa de todos esses problemas explicadas como um “castigo de Deus”. Mais tarde, no período renascentista, o cenário para as pessoas com deficiência teve um avanço com o reconhecimento dos valores humanos, propiciando uma melhoria de atendimento e o início do uso de novas técnicas de reabilitação. Ademais, o desenvolvimento do conhecimento científico mudou o modo de pensar a deficiência e contribuiu para a diminuição do misticismo religioso que discriminavam as pessoas com deficiência em outras épocas. Nessa época, ainda, ocorreu o surgimento da educação especial e avanços na Medicina Reabilitativa,

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