A escola como agente facilitador na aprendizagem do estudante com Transtornos do Espectro Autista
Por: Carolinafernanda Schmidt • 13/11/2018 • Trabalho acadêmico • 2.795 Palavras (12 Páginas) • 462 Visualizações
A escola como agente facilitador na aprendizagem do estudante com
Transtornos do Espectro Autista
1. INTRODUÇÃO
O Transtorno Autista é uma condição classificada no DSM-5[1]como pertencente à categoria denominada transtorno global do desenvolvimento (TGD),que juntamente com outros transtornos apresentam características que afetam o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor. Entre os transtornos que fazem parte do (TGD) podemos citar também: síndrome de Rett, síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da infância, entre outros.
O autismo está relacionado ao (TGD) e recebendo o nome de Transtornos do Espectro Autista (TEA). Assim, o (TEA) é definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico, apresentando déficits nas dimensões sociocomunicativa e comportamental (NUNES,AZEVEDO; 2013).
Nessa perspectiva a escola auxilia no processo de aprendizagem e sociabilização desse estudante com autismo, pois oportuniza a interação desse aluno no contexto escolar.
No que se refere às questões educacionais, nas últimas duas décadas ficaram evidenciadas as constantes preocupações em relação à percepção do professor sobre o Autismo, e como o professor enfrenta a realidade de acolher e atender seu aluno autista junto com os demais alunos.
Para compreender o autismo é necessário que o professor esteja em constante aprendizagem sobre a síndrome sempre revisando a sua prática pedagógica.As frequentes pesquisas nessa área sempre trazem novas informações, com isso o professor tem que estar em contato com o conhecimento.
O presente artigo teve como objetivo analisar, por meio de pesquisa de campo, quais as concepções e práticas pedagógicas de professores de apoio da rede pública de ensinocom alunos autistas em classes inclusivas, do município de Fazenda Rio Grande.
Esse tema é de interesse de todos os profissionais envolvidos na prática pedagógica, pois visa indaga criticamente como vem sendo atendidos os alunos com autismo inclusos nas salas do ensino regular.
2.DESENVOLVIMENTO
2.1 AUTISMO
O autismo é uma síndrome comportamental com etiologias diferentes na qual o processo de desenvolvimento infantil encontra-se profundamente distorcido (BOSA; 2000). O autismo, também conhecido como transtorno autistico,autismo da infância, autismo infantil e autismo infantil precoce, entre os transtornos invasivos do desenvolvimento (TID) (KLIN;2006). O autismo infantil também é definido como transtorno global do desenvolvimento (TGD) e como transtorno autista pela DSM-5, (ALVES;LISBOA;LISBOA; 2010).
O aluno autista tem características de isolamento, o que empobrece suas habilidades comunicativas. Segundo a Associação de Amigos do Autista (AMA), o autismo é um transtorno de desenvolvimento e não pode ser definido como uma forma de retardo mental, palavra autismo atualmente pode ser associada a diversas síndromes. Os sintomas variam amplamente, por isso, atualmente o autismo é considerado um transtorno (FREITAS; 2009).
A educação de uma criança portadora de autismo, sem dúvidas é um processo complexo que envolve todos os profissionais do âmbito escolar, em especifico o professor.
O aluno com autismo necessita de uma atenção especial, pois a singularidade dessa síndrome abrange, segundo Goldberg (2002) vários modelos de Autismo que vão desde teorias psicogênicas até os modelos neuropsicológicos, como porexemplo o distúrbio no lobo frontal.
2.2 BREVE HISTÓRICO
Kanner, em 1943, fez um estudo com 11 crianças que tinham em comum um comportamento bastante diferente. Sugeriu que se tratava de uma inabilidade inata para estabelecer contato afetivo e interpessoal, ou seja, uma incapacidade de relacionar-se e no caso é uma síndrome bastante rara. Esse conjunto de sinais foi por ele visualizado como uma doença específica relacionada a fenômenos da linha esquizofrênica(SCHWARTZMAN;1995).
Durante os anos 50 e 60 do século passado, houve muita confusão sobre a natureza do autismo e sua etiologia, e a crença mais comum era a de que o autismo era causado por pais não emocionalmente ligados ao seu filho (KLIN;2006).
Essa teoria foi chamada de teoria psicogênica. Esta perspectiva fundamenta-se nas teorias psicanalíticas e defendem que as crianças autistas eram normais no momento do nascimento, mas que, devido a fatores familiares. O desenvolvimento afetivo das crianças era afetado provocando um quadro autista. Na maior parte do mundo, tais noções foram abandonadas (BOSA;2000) (GRAEL; 2006).
Um marco na classificação desse transtorno ocorreu em 1978, quando Michael Rutter propôs uma definição do autismo com base em quatro critérios: 1) atraso e desvio sociais não só como função de retardo mental; 2) problemas de comunicação, novamente, não só em função de retardo mental associado; 3) comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismos; e 4) início antes dos 30 meses de idade (KLIN;2006).
A definição de Rutter auxiliou em 1980, quando o autismo pela primeira vez foi reconhecido e colocado em uma nova classe de transtornos, que são os transtornos invasivos do desenvolvimento (TIDs)(KLIN;2006).
2.3 AUTISMO, AMBIENTE ESCOLAR E INCLUSÃO
Como deve ser realizada a inclusão? Que trabalho deve ser feito com os professores alunos na escola em geral com a chegada desse aluno em sala? Essa são as perguntas mais frequentes no contexto escolar com a chegada do aluno autista na sala. Com isso todo o ambiente escolar tem que sofrer as adaptações necessárias para integrar esse aluno a sala de aula.
No processo de inclusão a escola precisa envolver e capacitar todos os funcionários da escola. O professor tem que ter conhecimento das limitações e capacidades de cada criança, para que esta consiga interagir no contexto escolar, caso contrário, a inclusão se realiza somente na teoria, ou seja, a criança que não se envolve com a turma a inclusão não se realiza na sua totalidade (KLIN; 2006).
A inclusão escolar da criança portadora de autismo traz alterações no âmbito familiar, na medida em que a criança frequenta mais que um grupo social, ela tem a oportunidade de conviver com outras crianças isso auxilia no processo de ensino aprendizagem do aluno.Segundo Serra (2004) a escola é o único espaço social que divide com a família a responsabilidade de educar e que, de certa forma, trabalha a unidade da coletividade.
Antes de se construir uma proposta pedagógica,precisamos compreender o currículo não como algo acabado engessado que não pode mais ser reescrito.Mas sim precisamos compreendê-lo como um aliado para o trabalho discente,que estabelece um diálogo direto com o professor.O currículo precisa ir do formalismo ao lúdico, da criatividade a disciplina,e da disciplina ao lúdico novamente.O principal e a autonomia discente,dentro de um processo educativo que reconhece e valoriza as ações das crianças na escola (KLIN;2006).
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