Jogos Cooperativos

HISTÓRICO DOS JOGOS COOPERATIVOS

Segundo Orlick (1989) os jogos cooperativos surgiram há milhares de anos quando membros das comunidades tribais se uniam para celebrar a vida em volta de fogueiras, ainda hoje são praticados por alguns povos que conservam as tradições de seus ancestrais. De lá para cá; muitas outras iniciativas foram feitas em direção à construção de propostas que nos levassem à convivência harmoniosa.

Os jogos cooperativos surgem como proposta e a ser sistematizado partir dos anos 50 nos Estados Unidos, quando Ted Lentz publica o livro com título ``Para Tados`` que teve como co- autora a educadora Ruth Cornelius. (ORLICK, 1998 apud SOLER, 2008)

Em 1971 surgiu no Canadá, os jogos cooperativos, como uma alternativa para jogar com o outro ao invés de contra o outro, para incluir ao invés de excluir. Os Jogos Cooperativos surgiram com a constante valorização dada ao individualismo e a competição das quais foram condicionadas e aprendidas como única e melhor forma de caminho existente. (ORLICK, 1998 apud WAGNER, 2008)

Quando o assunto é jogos cooperativos Terry Orlick, canadense, doutor em psicologia, docente e pesquisador da Universidade de Otawa, é a mais importante referência. Muito do que se sabe hoje sobre Jogos Cooperativos deve-se a seu trabalho inovador. O seu trabalho é baseado na sociologia aplicada à Educação. Publicou em 1978, o livro intitulado “Winning through cooperation”, que aqui no Brasil teve o título “Vencendo a competição”. Este serve de inspiração para muitas pesquisas sobre o tema. Orlick é a pessoa que introduziu os jogos cooperativos na Educação, com seu trabalho na Educação Infantil do Canadá. (ORLICK, 1998 apud CRISTINA, 2009)

No Brasil, a implantação dos jogos cooperativos iniciou-se nos anos de 1980 através da iniciativa de pessoas como o escritor Fábio Otuzi Brotto. (ORLICK,1998 apud MARQUES, CHAGAS, BORDIN, 2011)

Brotto crio junto com Gisela Sartori Franco, sua esposa em 1992 o Projeto Cooperação, dedicado à difusão dos jogos cooperativos e da ética da cooperação, por meio de oficinas, palestras, eventos, publicações e produção de materiais didáticos. Em 1995 publicou o livro Jogos Cooperativos `` Se o Importante é Competir, o Fundamental é Cooperar``, que é o pioneiro na história dos jogos cooperativos no brasil. (ORLICK,1998 apud CRISTINA, 2008)

Os jogos cooperativos envolvem muita participação para que todos participem independente de características físicas, todos jogam de maneira que não haja excluídos. Jogos cooperativos é um jogo para unir pessoas e reforçar a confiança em si mesmo, aonde ganhar ou perder não é importante, mas sim resulta em uma vontade de continuar jogando.

Segundo (BARRETO, 2000 apud NETO e LIMA, 2003), os jogos se consistir em cinco princípios fundamentais São eles:

INCLUSÃO: Na experiência cooperativa o que se almeja é trabalhar com as pessoas no sentido de procurar sempre ampliar a participação e a integração delas nos processos em curso.

COLETIVIDADE: A experiência cooperativa diz respeito a conquistas e ganhos que somente se realizam coletivamente (sem, com tudo, deixar de reconhecer a esfera da individualidade de seus membros).

IGUALDADE DE DIREITOS E DEVERES: Assegura a participação e a responsabilidade de todos pela decisão e gestão, bem como a justa repartição dos benefícios promovidos pela atividade cooperativa.

DESENVOLVIMENTO HUMANO: O objetivo da experiência cooperativa é o ser humano e seu aprimoramento enquanto sujeito social. 

PROCESSUALIDADE: Como vimos acima, a cooperação privilegia o processo (os meios), isso significa também que o projeto é traçado à medida que é trilhado, progressivamente, de modo de cada passo é dado, levando-se em conta os anteriores.

CONCEITOS DOS JOGOS COOPERATIVOS

Esses jogos têm sua estrutura em várias formas com os integrantes do jogo, jogando uns com os outros sem competição, com intuito de vencer desafios e o prazer pelo esforço mutuo e parceria zelando pelo cuidado uns com os outros se divertindo com espontaneidade, ampliando a visão com as atividades vividas no jogo, demonstrando diversas formas de jogar com cada jogador se sentindo livre para se divertir e ser aceito e empenhando- se nas atividades. Esses jogos promovem a participação de todos sem estimular a competitividade, diminuindo a ansiedade e o medo pela vitória sem se preocupar com supostos erros, introduzindo alegria, união e aprendendo a compartilhar, utilizando todo o desempenho como aprendizado e aperfeiçoamento, incluindo a todos, alterando as regras para não impor limites aos jogadores fazendo com que eles usem a criatividade. (BROTTO, 1999).

Os objetivos são comuns e as ações compartilhadas com os resultados sendo de todos sendo um time só. (BROTTO, 1999).

O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da "vida quotidiana". (HUIZINGA, 1996, p. 33)

CARACTERÍSTICAS DOS JOGOS COOPERATIVOS

O jogo cooperativo é um conjunto de experiências lúdicas que possibilitam todos os envolvidos de avaliar, compartilhar, refletir sobre nossa relação com nós mesmos e com os outros. A ideia básica proposta do jogo cooperativo é, de permitir uma mudança de sentimentos e de entrarmos em contato íntimo com as nossas emoções para potencializar as Habilidades Humanas Básicas como: o amor, a alegria, a criatividade, a confiança, o respeito, a responsabilidade, a liberdade, a autonomia, a paciência, a humildade, etc. (ALMEIDA, 2003).

Segundo Barreto (2000) os jogos cooperativos são ações em grupos que tem um proposito, que é ter a consciência da participação e mostrar que a colaboração é uma opção capaz e salutífero nas ligações sociais. E também proporciona verdadeiramente a colaboração no meio das pessoas.

 Nos jogos cooperativos simplifica a proximidade e recebimento, é onde o apoio em os componentes da equipe torna fundamental para atingir o proposito final. Este jogo tem como estrutura desperta a consciência das pessoas para colaboração, e conhecer as pessoas como semelhantes. Já nos jogos competitivos, simplifica o cenário de rivalidade, porque já visa o ato de ganhar ou perder. Este tem como estrutura desperta o conflito em os integrantes olhando as pessoas com adversário. (BROTTO, 1999)