O Livro “O que é Lazer” de Luiz Octávio de Lima Camargo

Livro “O que é Lazer” de Luiz Octávio de Lima Camargo, Editora Brasiliense S.A

Luiz Octávio de Lima Camargo é jornalista, graduado pela Escola de Comunicações e Artes da USP e sociólogo, com doutorado na Faculdade de Ciências da Educação da Universidade Sorbonne-Paris V. Membro da direção do Comitê de Lazer da Associação Internacional de Sociologia e Vice-Presidente do Grupo Internacional de Pesquisa em Lazer da Associação Mundial de Lazer. Professor-visitante da Faculdade de Lazer da Pennsilvanya State University.

O livro, dividido em quatro partes, além da introdução, conclusão e instruções de leitura, expressa uma visão crítica e problematizadora do contexto atual, que envolve a discussão de novas formas de conceituar e contextualizar os estudos ocupacionais.

Apresentado em estilo simples e claro, inferências lógicas podem ser feitas respeitando a especificidade considerada pelo autor ao refletir sobre o lazer como elemento da vida contemporânea.

A primeira parte, sobre atividades de lazer, enfoca os atributos do lazer: a) gorjeta, pois não há necessariamente ganho financeiro; b) decorrente de escolha pessoal, pois existe certa liberdade de escolha no lazer; c) prazer ou a busca do prazer; d) alívio da fadiga proporcionado pelas atividades diárias.

Ele resolve o problema de confundir trabalho e lazer com uma linguagem simples de instrução que apenas algumas pessoas (como artistas, artesãos, cientistas, empresários e executivos) confundiriam. Há ainda o semi-lazer, o gesto em que as pessoas repetem o trabalho durante as atividades de lazer.

Quanto à classificação das atividades de lazer, os autores esclarecem que no Brasil a divisão em atividades esportivas, recreativas e culturais não é satisfatória e seria melhor se fossem classificadas em físicas, físicas, intelectuais, artísticas e sociais. No entanto, ele não aponta que essas atividades são confusas, pois as atividades artísticas podem ser atividades sociais, e mesmo as atividades esportivas são, sem dúvida, uma forma de entretenimento.

Ao final do capítulo, ele aponta que a maioria das pessoas gasta metade de seu tempo livre nos meios de comunicação de massa, principalmente televisão, rádio, jornais e revistas, que não conseguem isolar o indivíduo porque a vida associativa não fica em segundo plano. , Escolas de samba, sindicatos e até associações religiosas fazem parte do lazer das pessoas.

No segundo capítulo, o autor explora o problema do tempo de lazer, e faz uma pequena revisão da origem do tempo de lazer e do tempo natural, o tempo de lazer mantido pelos seres humanos na vida rural e o tempo industrial ou artificial sem pré-espaço. Alegria e lazer como no campo, por isso foi preciso diminuir a jornada de trabalho e garantir outros direitos sociais que surgiram no Brasil com a CLT, criada durante o governo de Getúlio Vargas.

No estudo do tempo livre e do lazer, os autores se debruçam sobre a questão da influência decisiva do lazer na família, na religião, nas relações políticas e até nas relações de trabalho. O tempo e a importância do lazer cresceram desde o início do século,