Conceitos básicos de enfermagem em saúde mental
Por: BrunoeGabriela Secaf • 29/8/2015 • Projeto de pesquisa • 1.879 Palavras (8 Páginas) • 485 Visualizações
Saúde mental na criança e na adolescência
Historicamente no Brasil, as ações voltadas a esse segmento estava delegada aos setores educacionais e de assistência social e filantrópica.
Os problemas mentais infantis e da adolescência mais comuns incluem : transtornos de conduta (Ex: agressividade, comportamento transgressor); Transtornos de desenvolvimento (Ex: problemas de atenção e hiperatividade) e os transtornos emocionais (Ex: Ansiedade e Depressão).
Fatores de risco para doenças mentais:
- problemas genéticos
- desordens cerebrais como, por exemplo, epilepsia
- violências
- perdas de pessoas significativas
- adversidades crônicas e eventos estressantes agudos
- problemas no desenvolvimento;
- Abrigamento
- além de aspectos culturais e sociais que impactam de forma significativa o desenvolvimento infantil
Os serviços estratégicos criados para atenção a saúde mental da criança e do adolescente são os CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTO- JUVENIL (CAPSi), propostos a partir de 2002.
São serviços territoriais, de natureza pública, financiados integralmente com recursos do SUS. Tem como função, prover a atenção em saúde mental, visando a integralidade do cuidado.
Foram planejados inicialmente para as cidades com 200.000 habitantes ou mais, com a finalidade de atender casos de maior gravidade entre crianças e adolescentes.
O cuidado multiprofissional é composto por, no mínimo:
- Um psiquiatra
- Neurologista ou pediatra com formação em saúde mental infantil
- Um enfermeiro
- Quatro profissionais de nível superior (entre: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo)
- Cinco profissionais de nível médio.
O regime de tratamento dos CAPSi deve ser diferenciado segundo as necessidades de cada caso (intensivo, semi-intensivo e não intensivo). Devem ainda levantar as reais necessidades em saúde mental presentes no contexto social específico onde está inserido e nos equipamentos públicos locais como, por exemplo, escolas, conselhos tutelares, abrigos, postos de saúde e demais, por intermédio de reuniões regulares e/ou outras estratégias pertinentes.
Nas cidades onde não está prevista, no momento, a implementação de CAPSi, a orientação atual da política indica que a cobertura para tratamento de crianças e adolescentes deverá ser executada pelas demais tipologias de CAPS (I, II, III, AD), pelos ambulatórios de saúde mental e/ou outros recursos intersetoriais existentes. já que mesmo aqueles não dirigidos especificamente para crianças e adolescentes recebem orientação da política para, nos locais onde não existem outros recursos da saúde mental, responder pela cobertura a esta população quando necessitada de tratamento.
SAE em saúde mental
Não existem sinais e sintomas específicos de determinado transtorno mental.
- dados clínicos momentâneos (no momento da crise)
- evolutivos (história do transtorno).
O diagnóstico, em alguns casos, só pode ser detectado com o curso da doença (inversão da concepção do diagnóstico - > prognóstico).
Os diagnósticos são observados através da entrevista realizada com o paciente, onde deve-se questionar: História da doença mental atual, história de doença mental pregressa, antecedentes familiares, história de vida familiar, social, trabalho, relacionamentos conjugais e sociais, fatores precipitantes e predisponentes; além do exame físico e mental, para assim, elaborar um plano de cuidados à esse paciente.
Exame Mental
O enfermeiro deve avaliar a consciência, a atenção, concentração, sensopercepção, memória, orientação, pensamento, linguagem, conduta e afetividade do paciente.
Consciência
Neurológica – estado vigília.
Psicológica – experiencias conscientes de um indivíduo em determinado momento.
- Obnubilação - rebaixamento da consciência; “turvação da consciência”, dificuldade de compreensão , lentidão e dificuldade de concentração.
- Sopor/ estupor- estado de marcante turvação da consciência , paciente evidentemente sonolento, responde por estímulo doloroso.
- Delirium – rebaixamento no nível de consciência, que pode ser leve a moderado, acompanhado de desorientação temporoespacial, agitação ou lentificação psicomotora, ilusões ou alucinações visuais.
Atenção
Capacidade do indivíduo de voltar-se e manter-se no foco.
- Hipotenacidade: diminuição da atenção "ativa”.
- Hipertenacidade: aumento da atenção "ativa”
- Hipovigilância: diminuição da atenção "passiva”
- Hipervigilância: aumento da atenção "passiva”
Concentração
- Hipoprosexia – diminuição na capacidade de concentração e aumento da fadiga (depressão, embriaguez, déficit intelectual.
- Hiperprosexia – Atenção exacerbada e obstinada sobre certos objetos
Sensopercepção
- Hiperestasia – percepção aumentada (síndromes alucinógenas, enxaqueca, esquizofrenia)
- Hipoestasia - Mundo percebido como mais escuro, sem brilho, alimentos sem sabor e odores não intensos (depressão)
- Ilusão – Percepção deformada de um objeto real e presente, a partir de estímulos visuais (monstros em lugar de móveis)
- Alucinações – É a percepção, de um objeto, sem que ele esteja presente. Percepção clara de um objeto (voz, ruído, imagem)
Memória
Capacidade de registrar, manter e evocar as experiencias e fatos já ocorridos.
- Imediata
- Recente
- Remota
Orientação
Capacidade de situar-se quanto ao ambiente, a si mesmo e ao tempo.
- Alopsíquica – (Tempo e Espaço) – depende da memória e da percepção.
- Autopsíquica – (Pessoa) – noção do eu, dados da sua identificação pessoal, revela saber quem é...
Pensamento
É a sucessão de ideias ou representações mentais expressas por meio da linguagem.
Linguagem
- forma específica que o homem tem para se comunicar. Avaliar curso (rápida/lenta), forma (hesitante/monótona) e quantidade (produtiva/monossílaba) da fala.
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