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O Transtorno de Personalidade Anti-Social

Por:   •  15/8/2022  •  Seminário  •  2.307 Palavras (10 Páginas)  •  199 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE DE ITUMBIARA- GOIÁS

BACHARELADO EM ENFERMAGEM

DANIANE CAVALCANTE DE SOUZA

TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

TPAS - Transtorno de Personalidade Anti-Social

ITUMBIARA 

2022.

[pic 2]UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE DE ITUMBIARA- GOIÁS

BACHARELADO EM ENFERMAGEM

DANIANE CAVALCANTE DE SOUZA

Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado em  Enfermagem da Universidade Estadual de Goiás UEG, como requisito avaliativo da disciplina de Enfermagem Psiquiátrica sob orientação do professor Otniel Bandeira.

ITUMBIARA

 2022

  1. INTRODUÇÃO 

Com o surgimento da psicanálise e o behavorismo, nos início do séc XX, conflitos com o conceito de personalidade surgiram. Porém, a consolidação clínica e teórica dos TPs surgiu, posteriormente, com Kurt Schneider, que definiu o conceito de personalidade anormal. No entanto, essa definição só se tornaria patológica se o indivíduo não fosse capaz de ajustar esse extremismo de sua personalidade ao meio, levando o mesmo ao sofrimento ou sofrimento de outras pessoas ao seu redor, sendo assim definida a personalidade psicopática. A partir do DSMIII em 1980, se atribuiu o conceito de TP ao constructo de personalidade instituído por Schneider, até os dias atuais, com algumas modificações em edições futuras do DSM.

A definição de acordo com o DSM-V: "Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo."

  1. SUBDIVISÕES OU TIPOS DE TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

O DSM-V divide os TPs em três grandes grupos, com base em semelhanças descritivas. O grupo A compreende os transtornos de personalidade paranóide, esquizóide e esquizotípica. Os indivíduos nesse grupo dividem características excêntricas, podendo apresentar comportamento considerado fora do habitual. No grupo B estão incluídos os transtornos de personalidade antissocial, borderline, histriônica e narcisista. Os indivíduos do grupo B geralmente são vistos como emotivos, dramáticos ou erráticos, com dificuldade de controle emocional. O grupo C inclui os transtornos de personalidade esquiva, dependente e obsessivo-compulsivo, tendo em comum características como tendência à ansiedade, à cautela e ao medo. É comum os pacientes apresentarem transtornos de personalidade de diversos grupos, concomitantemente.

Esses estados e comportamentos podem ter início durante o desenvolvimento individual, sob influência conjunta de fatores sociais e constitucionais, mas há casos em que o aparecimento dos mesmos pode ser visto mais tardiamente durante a vida. O modelo do CID-10 divide os transtorno quanto a transtornos específicos de personalidade (F60), transtornos mistos e outros transtornos de personalidade (F61) e as modificações duradouras da personalidade (F62), estas representam comportamentos enraizados e duradouros, que se manifestam de maneira inflexível à situações pessoais e sociais. Eles representam desvios extremos ou significativos das percepções, dos pensamentos, das sensações e particularmente das relações com os outros em relação àquelas de um indivíduo médio de uma dada cultura.

Tais tipos de comportamento são geralmente estáveis e englobam múltiplos domínios do comportamento e do funcionamento psicológico. Frequentemente estão associados a sofrimento subjetivo e a comprometimento de intensidade variável do desempenho social. Já o transtorno da personalidade anti social é definido como uma incapacidade de se adequar às regras sociais que normalmente governam diversos aspectos do comportamento adolescente e adulto de um indivíduo. Embora caracterizado por atos contínuos de natureza antisocial ou criminosa, o transtorno não é sinônimo de criminalidade.

  1. EPIDEMIOLOGIA

Os índices de prevalência de 12 meses do transtorno da personalidade antissocial encontram-se entre 0,2 e 3% de acordo com o DSM-5. Ele é mais comum em áreas urbanas pobres e entre residentes eventuais dessas áreas. A prevalência mais elevada é encontrada entre as amostras mais graves de homens com transtorno por uso de álcool (acima de 70%) e na população carcerária, na qual pode chegar a 75%.

É muito mais comum em homens do que em mulheres. Meninos com o transtorno vêm de famílias maiores do que meninas afetadas. O início do transtorno ocorre antes dos 15 anos de idade. Meninas normalmente apresentam sintomas antes da puberdade, e meninos, ainda mais cedo. Um padrão familiar está presente; o transtorno é cinco vezes mais comum entre parentes em primeiro grau de homens com o transtorno do que entre participantes do grupo-controle.

Também foi notado o maior consumo de substâncias por parte dos pacientes diagnosticados com transtorno de personalidade, com um consumo 5,01x maior de álcool, 12,24x maior de drogas ilícitas e 3,57x maior de tabaco, quando comparado com uma pessoa sem TP. Quando diminuímos essa visão para apenas o TPA, esses números sofrem aumentos significativos. O paciente com TPA tem um consumo de álcool 7,28x, de drogas 15,59x e de nicotina 5,68x maior que o paciente sem TPs.  

  1. DIAGNÓSTICO

Primeiramente é preciso identificar um TP, há 06 critérios de acordo com o DSM-V para que se possa diagnosticar um paciente com transtorno de personalidade, são eles:

  1. Um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas: Cognição (formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e eventos). Afetividade (variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta emocional). Funcionamento interpessoal. Controle de impulsos.
  2. O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações pessoais e sociais.
  3. O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
  4. O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a partir da adolescência ou do início da fase adulta.
  5. O padrão persistente não é mais bem explicado como uma manifestação ou consequência de outro transtorno mental.
  6. O padrão persistente não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica. (DSM-V).

O diagnóstico de TP é difícil, levando em conta que se deve analisar a personalidade do paciente, excluindo fatores estressores ou estados mentais mais transitórios, observando a estabilidade dos traços de personalidade do indivíduo em diversas situações. Dificilmente haverá um diagnóstico em primeira consulta, podendo ser necessárias, várias consultas espaçadas para análise mais crítica do mesmo. O indivíduo nem sempre vê sua personalidade como algo problemático, sendo necessário utilizar de fontes externas para obtenção de informação (familiares, amigos).

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