ORGANICOS DE ORIGEM ANIMAL
Ensaios: ORGANICOS DE ORIGEM ANIMAL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: nathammystein • 30/9/2014 • 2.717 Palavras (11 Páginas) • 573 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Os sistemas orgânicos de produção animal são modelos sustentáveis de produção que tem em sua essência a simplicidade e a harmonia com a natureza, sem deixar de lado a segurança, a produtividade e a rentabilidade para o produtor, onde todos os princípios de agroecologia podem ser aplicados. Por isso, é preciso observar que estes sistemas não são obtidos somente na troca de insumos químicos por insumos orgânico/biológico/ecológicos, mas preveem cuidados com a alimentação do rebanho, as instalações e o manejo humanitário, a escolha de animais, a sanidade e até os cuidados higiênico-sanitários durante o processamento e empacotamento do produto. A produção de alimentos orgânicos de origem animal é uma demanda atual da sociedade. O consumidor deseja alimentos de qualidade, a preço justo, saudáveis do ponto de vista de segurança alimentar, livres de perigos biológicos (cisticercose, brucelose, tuberculose, príons, etc.), perigos químicos (carrapaticidas, antibióticos, vermífugos, hormônios, etc.) e produzidos com menor uso de insumos artificiais e cuidados em relação ao bem estar animal. Além do que, existe a preocupação atual coma preservação do meio ambiente e a biodiversidade e com o papel social da atividade agropecuária, com a geração de empregos no campo e diminuição do êxodo rural. (Aroeira et al., 2003).
Os alimentos orgânicos origem animal são comercializados em pequena escala (feiras livres, lojas e cestas a domicílio) face às exigências de legislação sanitária para serem colocados num grande canal varejista. As legislações estaduais e municipais vêm facilitando as ações de pequenos agricultores e agroindústrias de pequeno porte tanto para os produtos de origem vegetal, quanto animal. (Fonseca, 2000).
Embora iniciativas de grande escala como produção de carne bovina orgânica na região centro oeste do Brasil, com foco em exportação, tem se desenvolvido e apresenta grande potencial. As mudanças no nível de produtividade e na genética dos animais utilizados na Revolução Verde foram enormes, contribuindo para o aparecimento de muitas doenças que implicam no uso intensivo de medicamentos e condições artificiais de criação. Os problemas relacionados com a segurança dos alimentos, como o mal da "vaca louca”, invocam a importância do uso da rastreabilidade como forma de garantir à consumidora qualidade superior desejada. (Fonseca, 2000)
Os maiores entraves para o desenvolvimento da pecuária orgânica referem-se à produção de forragem e grãos para a alimentação animal, face ao pequeno tamanho das propriedades, a escassez de rações orgânicas para suplementação alimentar durante o período de estiagem, â baixa fertilidade do solo nas áreas de pastagens, a baixa adoção da prática da adubação verde e ao clima desfavorável em determinadas épocas do ano, em algumas regiões, que no caso destes últimos também limitam os sistemas convencionais.
Por outro lado, existe uma série de alimentos alternativos, não convencionais com características orgânicas que podem ser produzidos nas propriedades rurais orgânicas com objetivo de diversificação/rotação de culturas, fixação de nitrogênio, gestão do nitrogênio e do carbono, melhoria da estrutura do solo, sendo combinados para produção de rações de monogástricos e de ruminantes, entre eles a mandioca, feijões silvestres, a cana-de-açúcar, o farelo de arroz, o farelo de trigo e as pastagens consorciadas (gramíneas e leguminosas).
Contudo, é imprescindível destacar que os sistemas de produção orgânicos envolvem uma visão holística da propriedade, onde animais e vegetais se mantêm num manejo integrado em harmonia, reciclando nutrientes e gerando relações químicas e biológicas complexas. Essas relações necessitam ser esclarecidas de maneira científica, para agregar tecnologias às cadeias produtivas e diminuir o empirismo que envolvia a produção orgânica, proporcionando o avanço do conhecimento e maior oferta nos mercados nacionais e internacionais. (Aroeira et al., 2005)
2 REFERENCIAL TEORICO
2.1 Definições de alimentos orgânicos
Alimento orgânico vem da Agricultura Orgânica que na Legislação Brasileira de 2007 tem como objetivos a auto sustentação da propriedade agrícola no tempo e no espaço, a maximização dos benefícios sociais para o agricultor, a minimização da dependência de energias não renováveis na produção, a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente, o respeito à integridade cultural dos agricultores e a preservação da saúde ambiental e humana.
O alimento orgânico não é somente sem “agrotóxicos” como se veicula normalmente. Além de ser isento de insumos artificiais como os adubos químicos e os agrotóxicos ele também deve ser isento de drogas veterinárias, hormônios e antibióticos e de organismos geneticamente modificados. Durante o processamento dos alimentos é proibido o uso das radiações ionizantes, que produzem substâncias cancerígenas, como o benzeno e formaldeído, e aditivos químicos sintéticos como corantes, aromatizantes, emulsificantes, entre outros.
Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um ambiente de produção orgânica, onde se utiliza como base do processo produtivo os princípios agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.
2.2 Tipos de alimentos
Os produtos orgânicos de origem animal mais encontrados no mercado brasileiro são a carne bovina, leite bovino e derivados, mel, ovos, carne de frango, carne suína e outros em menores proporções que são outras aves, peixes e crustáceos e coprodutos como composto orgânico, produzido a partir de resíduos das criações animais. Existe, porém uma grande confusão mercadológica intencional e não intencional entre produtos orgânicos e outros produtos tais como: produto verde, produto agroecológico, produto caipira, produto colonial. Produto orgânico tem normatização oficial do MAPA, os demais não, embora se encontre no caso específico para aves, tentativas de criar selos diferenciados. Portanto, todo o produto ecológico, biodinâmico, natural, regenerativo, biológico, agroecológico é denominado produto orgânico (Brasil, 2003) e têm seus processos de produção, industrialização, armazenamento, transporte e comercialização regidos pela Lei 10831 (Brasil, 2003) e suas Instruções normativas, sobretudo
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