Projeto de Monografia Elvis

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UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

VERTENTE AMBIENTE

ANÁLISE DA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM ZONAS COSTEIRAS E DA PERCEÇÃO AMBIENTAL DOS SEUS USUÁRIOS

- Praias de Kebra-Kanela e Prainha, Cidade da Praia, Santiago -

Elvis Júnior Semedo Varela

Orientadora: Mara Abu-Raya

Praia, Julho de 2016

ELVIS JÚNIOR SEMEDO VARELA

ANÁLISE DA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM ZONAS COSTEIRAS E DA PERCEÇÃO AMBIENTAL DOS SEUS USUÁRIOS

- Praias de Kebra-Kanela e Prainha, Cidade da Praia, Santiago -

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

VERTENTE AMBIENTE

Orientadora /Mara Abu-Raya/

Aluno/Estagiário /Elvis Júnior Semedo Varela/

Praia, 29 de Julho de 2016

Resumo

A maioria das regiões insulares é considerada como uma entidade costeira, sendo as suas áreas costeiras de grande relevância para o desenvolvimento e um valioso recurso ambiental. As ilhas, na generalidade, são consideradas particularmente sensíveis a qualquer intervenção externa. As consequências do contínuo crescimento demográfico e económico de Cabo Verde começam a ser evidentes, verificando-se uma intensa exploração de recursos que por si só já são escassos, bem como a sua degradação e destruição das zonas costeiras. Devido a fragilidade, vulnerabilidade e elevada pressão sobre as zonas costeiras, é essencial a definição de estratégias e objetivos para o seu adequado planeamento e gestão (Lima & Martins, n.d). A intensa geração de resíduos sólidos é um dos grandes problemas ambientais na atualidade, sendo um dos principais fatores de degradação ambiental em Cabo Verde. Neste contexto, o presento projeto tem como finalidade quantificar e qualificar os resíduos sólidos observados nas praias da cidade da Praia, nas áreas balneares de Kebra-Kanela e Prainha, e avaliar a perceção ambiental dos usuários nestas áreas.

Palavras-Chave: Perceção ambiental, Resíduos sólidos, Zona costeira, Santiago, Cabo Verde

Índice

Resumo        3

1.        Introdução        

2.        Justificativa        

3.        Objetivo (s):        

3.1Objetivo Geral:        

3.2Objetivo Específicos:        

4.        Metodologia        

5.        Cronograma        

6.        Resultados esperados        

7.        Referências Bibliográficas        

        

1. Introdução

O Arquipélago de Cabo Verde apresenta uma linha de costa de 1.020 km (GEP, 2003) e dado o seu território diminuto (4.033 km2), as suas ilhas podem ser consideradas quase no seu todo como entidades costeiras, o que denota uma alta potencialidade turística, advinda das características ambientais locais. Dentre estas, temperatura, clima, vegetação, presença de dunas e comunidades de coralinas agregam um grande valor paisagístico às praias, tornando-as instrumento de apreciação pelos usuários, sejam estes turistas ou não.

São considerados usuários da praia, todos aqueles que usufruem de alguma forma do ambiente. Dentre os diferentes interesses pela praia, podemos citar: o banhista, que vai para tomar banho de sol/mar, encontrar-se com os amigos, praticar desporto; os ambulantes; comerciantes da orla; os moradores do bairro; o poder público, a iniciativa privada e terceiro sector. Todos esses atores transformam a qualidade ambiental da praia. Em decorrência desses diversos usos a que o ambiente está sujeito, a pressão sobre o mesmo aumenta, contribuindo na geração de impactos, entre eles a produção de resíduos sólidos (Araújo, 2008; Silva et al., 2008a).

A intensa geração de resíduos sólidos é um dos grandes problemas ambientais na atualidade. A gestão desses resíduos tem sido foco da preocupação de pesquisadores das mais diversas áreas de estudo, além de se tornar um dos grandes desafios para as cidades ao longo das próximas décadas (Santiago & Dias, 2012). A presença de resíduos sólidos em ambientes costeiros representa graves riscos à fauna e à saúde humana, podendo muitas vezes afetar a biodiversidade do local impactado.

Assim sendo, a expansão do turismo, o acentuado avanço populacional e tecnológico, a diversificação de atividades e o impulsionamento do consumo no espaço costeiro, vem acarretando a contaminação deste ambiente e, suas origens e consequências são de grande valia no planejamento e gerenciamento eficaz dos resíduos sólidos, principais causadores da não conservação da qualidade dos recursos costeiros de áreas metropolitanos (Souza & Leitão 2013; Gama et al., 2011).

Os resíduos sólidos presentes em área costeira normalmente são denominados de “lixo marinho”, o qual, tradicionalmente, é classificado por alguns pesquisadores segundo sua origem, podendo ser proveniente de fontes terrestres ou marinhas, fazendo com que esses resíduos deixem de ser um problema estritamente sanitário em zonas urbanas tornando-se um dos principais grupos de poluentes em ecossistema marinho, juntamente com os derivados de petróleo e os metais pesados (Moura et al., 2011).

O lixo marinho pode ser responsável por diversos prejuízos económicos, sociais e ambientais, que vão desde os gastos despendidos na limpeza das praias pelos órgãos públicos, verba que poderia ser aplicada para outras finalidades; perda do potencial estético e turístico do local; contaminação da areia por agentes patogénicos; danos causados a biota marinha, como ingestão acidental e enredamento pelo lixo, o que pode causar sufocamento, ferimentos, doenças e até a morte do animal (Moore, 2008). Juntamente com outras formas de poluição extremamente danosas, os plásticos presentes no lixo, compõem umas das maiores preocupações em termos de poluição marinha; este fato se deve às suas propriedades intrínsecas, como baixa densidade (que facilita sua flutuação, e consequente dispersão), acumulação lenta, persistência, aporte crescente com o tempo e ampla disseminação do uso. Relacionar o lixo presente nas praias à suas fontes mais prováveis é o ponto chave para efetuar o seu controle.

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