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EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: O OLHAR DA ENFERMAGEM A CERCA DA EDUCAÇÃO

Por:   •  2/9/2015  •  Artigo  •  4.186 Palavras (17 Páginas)  •  331 Visualizações

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: O OLHAR DA ENFERMAGEM A CERCA DA EDUCAÇÃO

Maria de Lourdes R. S. Pinheiro

Enfermeira graduada pela Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão- FACEMA

Email: malurrr34@hotmail.com

RESUMO

A educação em saúde se constitui em um processo que visa contribuir para a formação e desenvolvimento da consciência crítica das pessoas. A educação em saúde é uma ferramenta importante para promoção da saúde e garantia dos direitos humanos fundamentais. O enfermeiro realiza essa prática associada ao cuidado prestado em todas as etapas da vida do ser humano. Objetivou-se com o estudo analisar o conhecimento e a prática de enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família na Unidade Básica Dr. Sebastião Reis Cidade de Codó-Ma, quanto à educação em saúde. Foi uma pesquisa descritiva que utilizou a abordagem quanti-qualitativa para análise dos dados. A coleta ocorreu por meio da aplicação de um questionário semiestruturado aos enfermeiros atuantes da atenção primária. Os sujeitos da amostra, em sua maioria, definiram a educação em saúde como a articulação entre educação e saúde, que busca estimular mudanças individuais e coletivas, considerando as experiências e saberes de todos os envolvidos no processo educativo. Apontaram como principal fator facilitador deste processo, conhecer a realidade da população e, como dificultadores, os diversos valores culturais e a falta de adesão da população. Os enfermeiros realizavam as práticas educativas através de reuniões e palestras. Os recursos para a execução dessas ações foram considerados insuficientes à real demanda do serviço pela maioria deles. Conclui-se que a educação em saúde deve estar inserida junto às ações de assistência integral e culminar na produção de saberes coletivos, propiciando ao indivíduo autonomia e capacidade de cuidar-se, cuidar de sua família e dos que estão ao seu redor

PALAVRAS-CHAVE: Educação em Saúde. Estratégia Saúde da Família, Enfermagem

INTRODUÇÃO.

A educação para profissionais da saúde vem evoluindo muito ao longo dos anos, modificando-se e acrescendo-se de informações de acordo com o momento socioeconômico e político vivido pelo país. O avanço tecnológico leva a refletir acerca do impacto da tecnologia sobre novas formas de organização da produção em serviços de saúde e também nas relações humanas.

A educação para a saúde é importante para o cuidado de enfermagem, uma vez que ela pode determinar como os indivíduos e as famílias são capazes de ter comportamentos que conduzam o autocuidado. A ênfase na educação para saúde origina-se, em parte, do direito do público a uma atenção à saúde compreensiva, também reflete o surgimento de um público informado que questiona mais significativamente sobre saúde e sobre os serviços de atenção à saúde que recebem.

Os profissionais enfermeiros possuem papel fundamental na atenção em saúde, especialmente, no que se refere às ações de educação em saúde com as populações, como estratégia de promoção da saúde. Tendo em vista o potencial articulador desse profissional, considera-se que o mesmo possa ser capaz de atuar como agente de mudança, em busca da consolidação de novas práticas de saúde, voltada à integralidade das ações e comprometida com as reais necessidades da população de transformar a realidade. Assim, a educação deve chegar a todos, objetivando formar seres humanos que caminhem em busca de seus sonhos, da felicidade individual e social, lutando por mais qualidade de vida.

Educar para saúde é ir além da assistência curativa, priorizando ações preventivas e promocionais, reconhecendo os usuários dos serviços de saúde como sujeitos portadores de saberes e condições de vida, estimulando-os a lutarem por mais qualidade de vida e dignidade (ALVES, 2005).

Para promover saúde deve-se refletir sobre o objeto saúde, considerando-a um conceito em construção que depende de valores sociais, culturais e históricos, e que permita viver com qualidade. As ações de promoção à saúde propõem reorientar os serviços de saúde, indo em busca de atenção integral às pessoas em suas necessidades, visando construir saúde em seu sentido mais amplo, e lutando contra as desigualdades através da construção de cidadania (BRASIL, 2006).

O Sistema Único de Saúde (SUS), construído e regulamentado pela Constituição Federal de 1988, tinha e tem como objetivo reduzir a lacuna, ainda existente, entre os direitos sociais garantidos em lei e a capacidade real de oferta dos serviços públicos de saúde à população brasileira. Entretanto, o modelo assistencial vigente, centrado na doença, apesar de ter passado por diversas críticas ainda permanece hegemônico no processo de atenção à saúde, constituindo-se em desafio para a consolidação do processo de reforma do sistema de saúde no Brasil.

Dessa forma, identificou-se que o modelo de saúde centrado na doença precisava ser revertido, assim o Ministério da Saúde propôs, em 1994, a implantação do Programa Saúde da Família, hoje denominado Estratégia Saúde da Família (ESF), considerada um modelo de atenção primária, criada a fim de substituir o modelo de atenção à saúde tradicional.

No entanto, antes da educação em saúde se tornar a essência do cuidado na ESF, ela teve um percurso histórico no Brasil; até o início do século XX as preocupações do setor saúde estavam focadas basicamente nas situações de epidemia e, no campo da educação, restringia-se ao ensino de hábitos de higiene e mudança de comportamento, sem considerar qualquer influência dos fenômenos sociais e, muito menos, as origens estruturais, sociais e econômicas dos problemas de saúde. Essa visão começa a se transformar a partir da criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1945, na qual ocorre a mudança de nomenclatura, passando a educação sanitária a ser chamada de educação em saúde, que vem se ampliando e incorporando novos objetivos.

Portanto, a educação sanitária também denominada modelo tradicional de educação era baseada na concepção de que o indivíduo tinha que aprender a cuidar de sua saúde e que ela era entendida como a ausência de doença. As orientações em saúde

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