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Síndrome de Burnout: Recorte da Saúde Mental dos Profissionais de Saúde.

Por:   •  5/5/2020  •  Artigo  •  3.556 Palavras (15 Páginas)  •  310 Visualizações

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Síndrome de Burnout: Recorte da Saúde Mental dos Profissionais de Saúde.

Autora: Débora Emanuelly Padilha Chaves[1]

Resumo

No Brasil, em meados da década de 1970, as pesquisas sobre síndrome de burnout tiveram o seu início nas revistas científicas. O presente artigo teve por objetivo caracterizar e identificar a síndrome de burnout em profissionais da saúde, mais especificamente aqueles que trabalham na Atenção Básica e analisar a produção científica nacional sobre a temática burnout entre os profissionais de saúde nos respectivos anos de 2013-2018. Foram analisados 41 artigos científicos e, dos principais resultados, constatou-se que nesse período analisado a área de enfermagem teve 48,8% de investigação em relação aos demais profissionais da área de saúde.

Palavras chave: Síndrome de burnout, profissionais de saúde e atenção básica

INTRODUÇÃO

        A sociedade do século XXI é bastante imediatista, a interação do homem e seu trabalho causam grandes impactos a sua saúde. Atividades de saúde estão passando por grandes transformações no decorrer dos tempos com o avanço de algumas doenças, e essas transformações levam a escassez dos serviços básicos de saúde (falta de estrutura) dentre outros aspectos. Por conta dessas precarizações, vários profissionais de saúde se encontram doentes elevando assim seu teor de estresse.

        Como já foi citado, por conta do elevado número de profissionais com algum tipo de transtorno mental, de acordo com Ministério da Saúde (2001), há também uma enorme procura destes profissionais requerendo suas aposentadorias precocemente por conta da relação: trabalho e saúde mental.

Por conta da intensa exposição do homem durante seu trabalho, principalmente pela falta de estrutura em atender toda demanda externa, o trabalhador de saúde se encontra mais vulnerável ao estresse ou à síndrome de bornout. Essa síndrome é definida como uma resposta emocional ao estresse laboral, descrito pelo médico Freudenberger no ano de 1974.

A Síndrome de Burnout, o seu conceito, foi cunhado em meados da década de 70, nos Estados Unidos, em busca de resposta ao processo de deterioração, nos cuidados e atenção profissional aos trabalhadores de uma organização. Sendo definida como esgotamento profissional, uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica no trabalho (LIMA, 2007).

A Síndrome de Burnout se caracteriza, segundo Varella (2009) “pelo estado de tensão emocional, estresse crônica provocado por condições de trabalho físico, emocionais e psicológico desgastante.”

O presente estudo teve por objetivo Caracterizar e Identificar a Síndrome de Burnout em Profissionais da Saúde, mais especificamente aqueles que trabalham na Atenção Básica e analisar a produção científica nacional sobre a temática burnout entre os profissionais de saúde nos respectivos anos de 2013-2018.

Definição e características da síndrome de burnout entre os profissionais da área de saúde.

Com o advento da globalização, a sociedade mudou seu tipo de comportamento, trazendo consigo o imediatismo. A relação que a sociedade tem com o trabalho não é diferente, os profissionais buscam respostas de forma célere para resolução de determinados problemas. Essas ações geram grandes impactos na saúde desses profissionais e diante desse cenário, esses trabalhadores são cada vez acometidos ao estresse ou a síndrome de burnout (SB).

Os profissionais de saúde têm grandes chances em desenvolver essa doença devido ao fato de ficarem expostos aos problemas alheios dos pacientes e de seus familiares, somado pela falta de logística que o impede de realizar seus compromissos com eficiência e eficaz. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001)

Para Zanatta et al (2015) a síndrome de burnout (SB) é um “fenômeno psicossocial que surge como resposta aos estresses interpessoais crônicas presentes no trabalho”. O termo Síndrome de Burnout (SB) foi utilizado pela primeira vez no ano de 1974, através do psicólogo Hebert J. Freudenberg que descreveu quadro através da observação entre jovens profissionais de uma clínica de dependentes químicos na Cidade de Nova York. A palavra burnout, em inglês, significa aquilo que deixou de funcionar por completa falta de energia. É aquilo que chegou ao seu limite, com grande comprometimento físico ou mental (MOREIRA; MAGNANO; SAKAE; MAGAJEWSKI, 2013)

Quando se trata de atividades laborais, o Ministério da Saúde (2001) menciona que “há um grande interesse por questões relacionadas aos vínculos entre trabalho e saúde/doença mental.” Esse interesse se dá pela crescente demanda de profissionais, sejam eles de qualquer área, procurando se afastar de seus trabalhos por conta do grande acúmulo de estresse mental.  

Para os profissionais de saúde essa realidade não é diferente, muito pelo contrário, é uma classe que se entrega para cuidar de outro ser de forma humanizada. Por conta dessa intensa entrega, esses trabalhadores estão entre as categorias que mais solicita do afastamento imediato de acordo com o Ministério da Saúde (2011). A falta de estrutura, a falta de profissionais disponíveis, faz com que trabalhadores que está na ativa acumulem responsabilidades, dentre outras variáveis, acometendo o abalo psicológico.

Em decorrência da tensão emocional crônica, os profissionais da Atenção Básica vivenciam de forma exaustiva a desproporcionalização de seu trabalho, grandes responsabilidades com o retorno baixo de sua realização pessoal, no qual, de acordo com que os autores Lima et al (2013) mencionam que “nem sempre o trabalho é fonte de realização profissional, podendo muitas vezes gerar problemas de insatisfação e exaustão, o que leva a afetar os serviços prestados.”

Os profissionais da Atenção Básica, setor este considerado em vários países o melhor nível de assistência à saúde, por trabalharem diretamente com a comunidade e se envolver com ela, contribuem muito para que os cuidados, independente da questão geográfica, cultural e emocional, se façam humanizado, respeitando a autonomia dos pacientes e de seus familiares de forma coordenada. Essa entrega, na maior parte, leva o profissional ao patamar altíssimo do estresse, por conta, em sua maioria das vezes, por conta dos aspectos laborais (SILVA, 2014)

Esse tipo de comportamento desgasta bastante os profissionais de saúde, surrupiando suas energias e trazendo para sua relação pessoal com seus familiares e amigos um contato tenso por conta do estresse do dia-dia. Essa relação nada amigável com seus entes queridos contribui para o esgotamento profissional ou a síndrome de burnout.

Para Silva et al (2015) a síndrome de burnout contribui em “implicações financeiras negativas, pois têm sido associadas em aposentadorias precoces, absenteísmo e rotatividade de trabalhadores.” Complementando essa ideia, Viera et al (2014) diz que “a prevalência em profissionais de saúde mostra taxas de ocorrência variando entre 30% e 47%. Na Finlândia essa taxa chegou a 27,6%, já no Brasil, a ocorrência é de 10%.

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