MRSA- Staphylococcus Aureus Resistentes a Meticilina
Por: 6201902 • 7/10/2019 • Trabalho acadêmico • 1.884 Palavras (8 Páginas) • 328 Visualizações
Introdução
Staphylococcus aureus é uma bactéria que pode ser encontrada na microbiota normal do corpo humano e responsável por uma ampla variedade de doenças infecciosas. O grande problema é que existem grupos isolados resistentes a meticiclina (MRSA), esse grupo anteriormente estava limitadas à hospitais. Porem nos últimos ano há relatos frequentes de casos na comunidade.
Entre o tipo encontrado em ambiente hospitalar e o tipo encontrado na comunidade, existem algumas diferenças genéticas e fenotípicas. Atualmente existe um perfil de sensibilidade reduzido para diferentes antimicrobianos.
Como dito anteriormente, no staphylococcus aureus é encontrado na forma natural, principalmente na pele. Podendo se tornar patogênico com a quebra da barreira cutânea ou em situação de baixa imunidade. Os traumas que comprometem a integridade da barreira, esta entre as principais causas de mudança de comportamento desse microrganismo, tornando-o responsável pela grande variedade de infecções na pele, subcutâneas, pós-cirúrgicas, pneumonia, endocardite e bacteremia. Responsável por altos índices de mobilidade e mortalidade na comunidade.
O surgimento da multirresistência
A terapia antimicrobiana para infecções por esses microrganismo, inicialmente era simples. A primeira vez que um antimicrobiano foi utilizado clinicamente, foi contra uma amostra de Staphylococcus aureus, a parte da descoberta da penicilina, que funcionou muito bem ate a década de 1960, quando começaram a aparecer casos isolados resistentes ao antimicrobiano. Para controlar o problema, foi criado a beta-lactâmico sintético, meticiclina, que era resistente á reação das beta-lactomases produzidas pela Staphylococcus aureus. No entanto, após o advento do antimicrobiano e a expressão multirresistência. essas cepas foram denominadas MRSA (Stpahylococcus aureus resistente á meticiclina) e são resistentes a todos os antimicrobianos beta-lactâmicos.
Os beta-lactâmicos se ligam à proteínas que participam da síntese da parede celular chamadas PBPs (Proteínas ligadoras de penicilina), impedindo a formação da parede celular, resultando assim na lise da bactérias. O mecanismo de resistência a meticiclina esta relacionado ao desenvolvimento de uma PSPs a adicional que é plenamente funcional, porem não tem afinidade por beta lactâmico. A codificação dessa parede PBPs, torna esse patógeno resistente na oxaciclina e está relacionada a aquisição do gene mecA, que faz parte de um elemento genético móvel detectado em isolados de MRSA. Este elemento móvel é parte integrante de um genoma denominado “cassete cromossômico” estafilocócico mec. (SCCmec).
Tradicionalmente,as infecções causadas pelo MRSA estavam limitadas a infecções adquiridas em ambientes hospitalares mas nos últimos anos, as infecções por MRSA, estão sendo documentadas de forma crescente em todo o mundo. Epidemiologicamente, isolados clínicos de MRSA são definidos como CA-MRSA, se coletados em pacientes ambulatórias, ou até 48 horas após serem internados em hospitais, excluindo assim, os fatores de risco como hospitalização recente, uso de cateteres permanente, internação em casos de repouso, procedimentos cirúrgicos recentes.
Staphylococcus aureus resistentes à meticiclina adquiridos na comunidade
Além de representar um dos principais patógenos associados a infecções hospitalares, a S. aureus e também um dos principais isolados em pacientes com infecções da pele e subcutâneo adquirido na comunidade:
Foliculite, impetigos, celulites, erisipela.
Diferentes do HA-MRSA, que carrega o cassete cromossômico I, II e III, o CA-MRSA, carrega cassete cromossômico tipo IV e eventualmente V. Esse tipo cromossômico é menor que outros tipos, e não possui genes acoplados que codificam a resistência a outros antimicrobianos, não beta-lactâmico. Assim, de forma geral, o CA-MRSA, e susceptível a maioria dos não beta-lactâmicos. Sendo resistentes apenas ao disco de oxicilina ou cefoxitina, marcados da resistência aos beta-lactômicos.
Outra importante característica associada com a cepa CA-MRSA, são os genes citotoxina Panton-Valentin (PVL), sua presença isolada está associada a necrose tecidual e destruição de leucócitos por meio da formação de pares na membrana celular. A presença de exotoxina pode ser verificada com a pesquisa de genes específicos com reação em cadeia da polimerase (PCR).
Em estudo realizado nos Estados Unidos, 98% dos isolados apresentam genes PVL. As infecções associadas a este genes são: furúnculos, pneumonia e septicemia grave.
Geralmente, os antimicrobianos orais ativos nos casos de CA-MRSA são terramicinas, fluorquinolonas, trimetropim/Sulfametoxazol e clindamicina.Para as formas clinicas potencialmente graves, relaciona-se linezolida, tigiciclina, daptamecina, tricoplamina e vancomicina. A clindamicina é um antimicrobiano frequentemente utilizado como estratégica terapêutica no tratamento de infecções estafilococus em pele e tecidos, por apresentar boa penetração e potencial antitoxina.
A preocupação desse tipo de tratamento esta na possível indução à resistência à clindamicina, que pode apresentar no antibiograma, resistência à eritromicina e falsa sensibilidade à clindamicina.
Outro fato preocupante na emergência de CA-MRSA é que o tratamento empírico de uma variedade de infecções comunitárias de peles e tecidos moles e ate pneumonias é realizada com antimicrobianos beta-lactômicos.
Um estado clinico realizado nos Estados Unidos, mostrou que 80% dos pacientes com infecções na pele e partes moles receberam tratamento empírico, e destes, 57% não responderam aos tratamentos, devido a resistência do microrganismo.
Esses achados apontam para a necessidade de reconsiderar a escolha de tratamentos empíricos para infecções de pele, em áreas em que há prevalência de MRSA na comunidade.
Um hospital-escola da Califórnia-EUA realizou um estudo clinico que demostrou a presença de 87% de MRSA, entre os S. aureus isolados de pacientes apresentando infecções dermatológicas atendidos no setor de emergência. Esse estudo defendeu a drenagem dos abusos cutâneos como tratamento preferencial em contrapartida ao uso de antimicrobianos.
Há controvérsias na escolha do tratamento e até mesmo do antimicrobiano para manejo das infecções de pele causadas por S. aureus. As cefalosparinas estão entre aqueles com maiores índices de utilização.
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