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O Estudo Quantitativo Sobre A Prevalência De Automedicação Na Gestação Em Um Município Do Ceará

Por:   •  6/8/2023  •  Artigo  •  14.929 Palavras (60 Páginas)  •  72 Visualizações

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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

FÁTIMA VIEIRA LIMA

ESTUDO QUANTITATIVO SOBRE A PREVALÊNCIA DE  AUTOMEDICAÇÃO NA GESTAÇÃO EM UM MUNICÍPIO DO CEARÁ

FORTALEZA

2022

FÁTIMA VIEIRA LIMA

ESTUDO QUANTITATIVO SOBRE A PREVALÊNCIA DE  AUTOMEDICAÇÃO NA GESTAÇÃO EM UM MUNICÍPIO DO CEARÁ

Artigo apresentado ao Curso de Pós- Graduação Lato Sensu em Farmácia Clínica da Faculdade Venda Nova do Imigrante como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Farmácia Clínica .

Orientador: Prof. Ms. Sylas Rhuan Pereira Soares da Silva Portácio

FORTALEZA

2022

ESTUDO QUANTITATIVO SOBRE A PREVALÊNCIA DE  AUTOMEDICAÇÃO NA GESTAÇÃO EM UM MUNICÍPIO DO CEARÁ

PORTÁCIO, SYLAS RHUAN PEREIRA SOARES DA SILVA *

LIMA, FATIMA VIEIRA **

RESUMO

As práticas terapêuticas em saúde configuram-se, na sua quase totalidade, em terapias medicamentosas. Isso ocorre porque os fármacos têm o propósito de manter a saúde em equilíbrio, promovendo a cura, aliviando sintomas e prevenindo doenças. Na gravidez, os medicamentos só devem ser utilizados quando houver um benefício evidente para a mãe ou o feto, o medicamento estiver sendo comercializado há um longo período de tempo e for considerado seguro em relação ao surgimento de efeitos adversos na população exposta. Referido estudo teve como objetivos: identificar o perfil da gestante quanto à automedicação e a potencial relação com os desfechos teratogênicos, caracterizar as categorias quanto aos riscos do feto de acordo com a FDA, classificar as medicações utilizadas pelas gestantes e detectar as principais intercorrências maternas e perinatal decorrentes da automedicação na atenção primária da zona urbana, na cidade de Pacatuba. Estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa, com análise observacional realizado em 9 equipes da Estratégia Saúde da Família da zona urbana em um município da região metropolitana. Os dados foram coletados no período de junho e julho do ano de 2020. As mulheres foram submetidas à aplicação de uma entrevista individual, que foi guiada por um formulário contendo variáveis referentes aos dados sócios demográficos, clínicos, farmacológicos, obstétricos e sobre a adesão a terapia medicamentosa. O perfil das gestantes do referido município em estudo, sob a ótica da amostragem que compôs o estudo, percebeu-se que estava situadas na faixa etária entre 18 e 29 anos (perfazendo 58,10%), possuíam ensino fundamental completo como a mais expressiva ocorrência (36,76%), quanto ao estado civil predominantemente observou-se que  70% delas possuíam apenas união estável. Quanto a ocupação no meio social e no mercado de trabalho, a grande maioria desempenha apenas trabalhos não remunerados (serviços domésticos) perfazendo 53,68% e vivendo apenas com 1 salário mínimo (68,38%). Tais características favorecem uma maior fragilidade de conhecimentos, discernimento do perigo e aumentam a possibilidade de automedicação ao longo da gestação.  O farmacêutico possibilita o maior acesso da população ao medicamento e contribui para o seu uso racional, favorecendo, assim, a recuperação da saúde e a prevenção e tratamento das doenças, conforme estabelecem as diretrizes da Estratégia Saúde da Família, da Política Nacional de Medicamentos e da Política Nacional de Assistência Farmacêutica.

Palavras-chaves: Automedicação; Gestantes; Farmacêutico.

 INTRODUÇÃO

As práticas terapêuticas em saúde configuram-se, na sua quase totalidade, em terapias medicamentosas. Isso ocorre porque os fármacos têm o propósito de manter a saúde em equilíbrio, promovendo a cura, aliviando sintomas e prevenindo doenças (CAMPOS et al., 2012).

Ao longo das últimas décadas, os fármacos têm evoluído em suas composições e estão cada vez mais efetivos nas suas funções. A população, de um modo geral, vem tornando a automedicação um hábito que, embora não pareça, é algo perigoso para a saúde de um indivíduo que, em sua maioria, desconhece as reais funções e os possíveis efeitos colaterais oriundos da ingestão indevida ou excessiva de determinado medicamento (NAKAMURA; JUNIOR; PASQUALE, 2008).

Os perigos não são menores em relação às gestantes, pelo contrário, podem ser ainda maiores, tendo em vista que mulheres durante a gravidez não são submetidas aos testes de sensibilidade dos fármacos. Portanto são desconhecidos os efeitos que muitos medicamentos podem causar à gestante, especialmente, os novos (CARVALHO et al., 2009).

Quando se trata de gestação, a terapia medicamentosa exige cautela por se tratar de um período de vulnerabilidade em que os parâmetros fisiológicos e atividades enzimáticas sofrem alterações (NAKAMURA; JUNIOR; PASQUALE, 2008).

A gestante está sujeita a intercorrências de saúde em relação ao uso excessivo ou desnecessário de medicamentos, pois a maioria dos fármacos atravessa a barreira placentária e expõe o embrião em desenvolvimento ou até mesmo o feto. A utilização de medicamentos tem crescido ao longo dos anos, incorporando-se ao acervo popular de conhecimentos, num processo que leva à automedicação (GUERRA et al., 2008).

Na gravidez, os medicamentos só devem ser utilizados quando houver um benefício evidente para a mãe ou o feto, o medicamento estiver sendo comercializado há um longo período de tempo e for considerado seguro em relação ao surgimento de efeitos. Recomenda-se que caso não haja dados concretos sobre a utilização de algum medicamento em grávidas, ele não deve ser receitado de nenhuma forma, devido à finalidade de proteção ao feto (GONTIJO et al., 2015).

Antes do marco da talidomida, evento que ocorreu por volta de 1960, predominava o conceito de que o desenvolvimento intrauterino de mamíferos estaria protegido de efeitos embriotóxicos de agentes ambientais. Nessa perspectiva, a segurança dos fármacos passou a ser discutida, porém as informações obtidas se devem aos estudos pré-clínicos e exposições acidentais durante a gravidez; assim garantir a segurança de todos os medicamentos torna-se difícil (OSÓRIO-DE-CASTRO; PAUMGARTTEN; SILVER, 2004) .

Acredita-se na existência da automedicação pela gestante, com uso indiscriminado de fármacos e a ocorrência de efeitos teratogênicos relacionados a esta prática. Assim, a gestante e o bebê serão avaliados, permitindo observar seus estados de saúde. Vale salientar que a orientação e acompanhamento devem ser feitos regularmente durante todo o período da gravidez, tanto sobre a automedicação quanto sobre outros temas de importante relevância durante essa fase da vida da mulher.

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