Códióssis de oxoplasmose de felinos
Tese: Códióssis de oxoplasmose de felinos. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: 6617276 • 26/11/2013 • Tese • 2.169 Palavras (9 Páginas) • 479 Visualizações
O Toxoplasma gondii, agente etiológico da toxoplasmose, tem o gato como hospedeiro definitivo, e o homem e outros animais como hospedeiros intermediários. Os alimentos vegetais contaminados com oocistos e os de origem animal, principalmente produtos suínos e ovinos com cistos, são os maiores responsáveis pela infecção humana e no cão. Além destes alimentos, estão envolvidos, ainda, o solo contaminado e roedores infectados, ingeridos parcial ou totalmente, como conseqüência do hábito de carnivorismo exercido por estes animais. Esta doença pode provocar graves lesões sistêmicas, variando de sinais neurológicos, ósteo-musculares, respiratórios a oculares, dentre outros. Os medicamentos utilizados mais comumente na terapêutica da toxoplasmose canina e felina são as sulfonamidas, a pirimetamina e a clindamicina, tendo sempre o apoio dos testes sorológicos baseados na identificação de IgG e de IgM, o que possibilitaria o rastreamento da infecção.
Introdução e etiologia
A toxoplasmose é uma coccidiose dos felídeos, causada pelo Toxoplasma gondii14, 19. É uma das mais comuns parasitoses, afetando praticamente todos os animais homeotérmicos, em todo o mundo, inclusive o homem, constituindo-se em importante zoonose1. Trata-se de sério problema para as criações de suínos e pequenos ruminantes, nas quais causa prejuízos pelos abortos, infertilidade, além de diminuir a produção dos animais infectados pela via congênita. No homem, é a principal causa de encefalite nos indivíduos afetados pela síndrome da imunodeficiência imunológica adquirida (SIDA), causando também lesões neurológicas e oftálmicas em crianças expostas durante a vida intra-uterina, e em indivíduos imunodeprimidos. O Toxoplasma gondii apresenta três formas infectantes: os taquizoítos (taqui=rápido), que são as formas de proliferação rápida, e estão presentes em grande número, nas infecções agudas. No animal afetado, o parasito pode estar no sangue, excreções e secreções. Neste estágio sobrevive no meio ambiente ou na carcaça por poucas horas. Os bradizoítos (bradi = lento) são formas de reprodução lenta do Toxoplasma gondii, e estão presentes nas infecções congênitas e crônicas. Organizam-se aos milhares em cistos teciduais, particularmente em músculos e tecido nervoso. Neste estágio pode sobreviver em tecidos por alguns dias depois da morte, mas é destruído pelo congelamento a –12oC por 24 horas ou cocção a 58oC por dez minutos. Os oocistos são as formas resultantes do ciclo sexuado do parasita, que ocorre apenas no trato gastrointestinal dos felídeos. Os oocistos são eliminados nas fezes ainda não esporulados, tornando-se infectantes após a esporulação no meio-ambiente, que ocorre entre três e cinco dias de acordo com as condições ambientais. O oocisto esporulado pode permanecer viável no meio ambiente por até um ano e meio.
Epidemiologia
Os gatos se infectam principalmente pela ingestão dos microrganismos encistados presentes nos tecidos dos hospedeiros intermediários, tais como os roedores, entre outros. A parede dos cistos é digerida, liberando organismos infectantes na luz intestinal, que penetram pela parede intestinal e rapidamente multiplicam-se, formando taquizoítos que espalham-se por todos os órgãos do animal. Simultaneamente o parasito reproduz-se nas células da parede intestinal, denominando-se ciclo entero-epitelial, culminando na formação de oocistos, que são excretados com as fezes. Na medida que se produz a resposta imune no gato, a eliminação de oocistos é detida e os taquizoítos reproduzem-se cada vez mais lentamente, modulando-se em bradizoítos que se organizam em cistos teciduais, localizados nos mais diversos tecidos do corpo dos animais. Os gatos que não se expuseram previamente começam a eliminar oocistos entre três e dez dias após a ingestão de bradizoítos e continuam a eliminação por até dez a 14 dias, produzindo vários milhões de oocistos. Após o estabelecimento da resposta imune, a reexcreção de oocistos é extremamente rara, podendo ocorrer com a utilização de imunossupressores, como os glicocorticóides em altas doses, por períodos prolongados. Demonstrou-se em gatos infectados, por via oral com oocistos de T. gondii, a presença de IgA secretora em sobrenadante de lavados de amostras fecais examinadas por immunoblot, nos levando a entender que com os anticorpos anti-T. gondii no trato intestinal, os gatos poderiam, em certas situações, ser capazes de resistir a infecção. Os felídeos são o ponto-chave da epidemiologia da toxoplasmose, sendo os únicos hospedeiros da forma sexuada do parasita e, por eliminarem oocistos nas fezes, são a única fonte de infecção dos animais herbívoros. Nestes animais como suínos, caprinos, ovinos, roedores e outros mais, ocorre apenas o ciclo extraintestinal, com proliferação de taquizoítos nos órgãos e, com a resposta imune, desenvolvem-se os cistos teciduais. Estes permanecem viáveis e são infectantes para os gatos e para os outros hospedeiros intermediários como o homem e o cão. Nestes últimos, a infecção geralmente pode acontecer pela ingestão de oocistos, presentes no solo ou alimentos de origem vegetal, ou de carne com cistos tissulares. A transmissão congênita do T. gondii pode ocorrer quando a infecção aguda coincide com a prenhez, com conseqüências mais sérias aos fetos, no primeiro terço ou metade da gestação, embora quanto mais adiantada a gestação, maior é a probabilidade da infecção fetal, porém com menos riscos de fetopatias graves. O Toxoplasma gondii multiplica-se na placenta e, então difundem-se para os tecidos fetais. Embora a infecção possa se desenvolver durante qualquer estágio da gestação, o feto é afetado mais severamente quando a fêmea gestante se infecta durante a primeira metade da gestação. Nos EUA, estima-se que a cada ano nascem cerca de 3 mil crianças com toxoplasmose congênita e que o custo anual por estas concepções seja de US$ 31 milhões a US$ 40 milhões.
Clínica
Os sinais clínicos da toxoplasmose muitas vezes são inespecíficos, e podem confundir o diagnóstico da enfermidade. Os sintomas mais freqüentes são aqueles associados ao sistema respiratório e digestivo, acompanhados de febre, anorexia, prostração e secreção ocular bilateral muco-purulenta. O comprometimento pulmonar é evidenciado pela tosse, espirros, secreção nasal catarro-purulenta e dispnéia. Podem ocorrer ainda hepatite, linfoadenomegalia mesentérica, obstrução intestinal pela formação de granulomas, peritonite, miosite e miocardite. A toxoplasmose pode ser suspeitada em gatos com uvéite anterior, retinocoroidite, febre, dispnéia, polipnéia, desconforto abdominal,
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