PADRÕES MÍNIMOS DE QUALIDADE DE ABACAXIS QUE GARANTEM A SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR
Artigos Científicos: PADRÕES MÍNIMOS DE QUALIDADE DE ABACAXIS QUE GARANTEM A SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ffmontanari • 15/3/2015 • 4.289 Palavras (18 Páginas) • 382 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
De acordo com a pesquisa da POF 2002/2008, os dez frutos mais consumidos pela população brasileira são: banana, laranja, melancia, maçã, mamão, citros em geral, abacaxi, manga, uva e melão. A banana e a laranja, junto com a melancia, foram as que tiveram maior aumento de consumo nos lares do país.
Em relação à laranja, seu consumo, que era de 4,7 kg/pessoa/ano em 2002, passou para 5,44 kg/pessoa/ano em 2008, aumento de cerca de 15%. Também se destaca nesta pesquisa a evolução do consumo de frutas habitualmente mais caras como o abacaxi, 0,84 kg/pessoa/ano em 2002 para 1,48 kg/pessoa/ano em 2008 e a uva, 0,58 kg/pessoa/ano em 2002 para 0,76 kg/pessoa/ano em 2008.
Baseado nessas informações, percebe-se a importância que o consumidor tem dado a inclusão de frutas no seu cardápio. O consumo de produtos vegetais integrais e frescos tem sido estimulado cada vez mais visto que existe uma associação direta entre o consumo de produtos de origem animal e vegetais processados e aumento na incidência de problemas cardiovasculares. Os vegetais integrais se destacam por não veicularem colesterol, por apresentarem, como no caso de frutas, baixos teores de óleos, óleos estes ricos em ácidos graxos insaturados, e como fontes insuperáveis de fibras, além de possuírem um excelente balanço entre vitaminas e minerais.
Assim, o principal desafio do setor frutícola é a satisfação do consumidor, sendo que esta satisfação está intimamente relacionada com a qualidade do produto oferecido. A qualidade envolve diferentes aspectos que podem assumir distintos níveis de importância entre o mercado produtor e consumidor e dentro de diferentes segmentos de cada mercado. Normalmente, qualidade de um alimento envolve além de aspectos nutricionais e sanitários, os aspectos sensoriais, como a aparência, o aroma, o sabor e a textura, que podem ser percebidos pelos sentidos humanos e/ou avaliados instrumentalmente.
O despreparo dos agentes associados à produção e manipulação póscolheita de frutos tem determinado o comprometimento da qualidade sensorial de frutos, a despeito de sua importância, colocando em xeque a satisfação do consumidor, levando-o, frequentemente, à frustração. Normalmente, a colheita
precoce de frutos, visando-se um maior potencial de conservação pós-colheita, determina um produto com qualidade sensorial inferior à esperada pelo mercado consumidor.
Logo, o estabelecimento de padrões mínimos de qualidade para frutos, passíveis de serem avaliados a partir de técnicas simples e objetivas, é fundamental para se garantir a qualidade destes alimentos na mesa do consumidor e sua conseqüente satisfação.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Investigar a qualidade de abacaxis oferecidos ao consumidor, bem como o estabelecer padrões mínimos de qualidade, passíveis de serem medidos de forma rápida, barata e objetiva, associados às características sensoriais ideais destes frutos.
2.2 Objetivos específicos
• Caracterizar, com base em análises físicas, químicas e sensoriais, a qualidade do abacaxi ‘Pérola’ comercializados em Minas Gerais, no decorrer de um ano;
• Identificar, com base em análises físicas, químicas e sensoriais, características ideais de qualidade dos frutos;
• Estabelecer padrões mínimos de qualidade para frutos, que garantam a satisfação sensorial do consumidor.
3 Justificativa
Desde 2008, a maior parcela do consumidor brasileiro já é classe média e representa o maior poder de consumo do País, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo estimativa, a classe média brasileira em 2011 deve representar 55% da população brasileira, totalizando 100,5 milhões de pessoas. Assim, o número de brasileiros aptos a consumir ampliou significativamente nos últimos anos.
Além de a classe média já ser a mais numerosa no País, as estatísticas apontam que esse grupo apresenta poder de compra de 46%. Em 2008, esse segmento da população brasileira representava 49% do consumo de hortaliças no Brasil e 44% do consumo de frutas. É na classe média que se encontra a maior parcela dos brasileiros, o que explica a representatividade dessa classe para o setor. Se levarmos em conta que essa classe segue em ampliação, é provável que em 2011 já seja responsável por mais da metade do consumo de frutas e hortaliças. Com tal potencial de consumo, o setor hortifrutícola também deve capturar parte dessa renda gerada. Para tanto é importante entender que o consumidor brasileiro e, especialmente, os critérios de qualidade que estes utilizam para a aquisição de frutas e hortaliças são a base para se definir estratégias que ampliem a comercialização dos hortifrutícolas destinados ao mercado doméstico.
A melhoria constante da qualidade dos frutos – uma exigência cada vez maior do mercado consumidor – é hoje o maior desafio da atividade comercial, sendo a baixa qualidade dos frutos a causa principal dos valores de venda conseguidos pelos produtores e da insatisfação do consumidor perante aos frutos que chegam à sua mesa.
O que se percebe é que os estudos tradicionais na área agronômica têm sido enfocados no aumento da produtividade e tamanho, resistência a doenças, transporte e aumento da vida pós-colheita. No entanto, o consumidor busca sua satisfação a partir de uma série de características eleitas como ideais para uma dada fruta. Porém, os estudos não têm dado a real importância aos conhecimentos dos aspectos sensoriais e sua associação à qualidade percebida pelo consumidor, o que possibilitaria frutos com maior potencial de sucesso na comercialização.
É conhecido que as influências edafoclimáticas, tais como radiação, temperatura, substrato, insolação, pluviosidade, dentre outras, provocam alterações não somente nas características externas, mas modificam decisivamente os aspectos sensoriais intrínsecos de cada fruto. Daí provém à diversificação da qualidade dos frutos oferecidos ao longo do ano ao consumidor. Ainda não foram estabelecidos padrões de qualidade e identidade para frutos ao longo da produção anual de forma que as centrais de abastecimento tenham o conhecimento de parâmetros mínimos de qualidade, associados diretamente à satisfação sensorial do consumidor, para aquisição e repasse aos consumidores.
Justifica-se, a partir desta constatação,
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