Saúde do Adulto
Por: Davi Vieira • 27/8/2015 • Resenha • 3.732 Palavras (15 Páginas) • 306 Visualizações
Epidemiologia
Seminário: Programa de Saúde do Adulto
TUBERCULOSE
- Doença infecciosa e contagiosa
- Causada pelo Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch)
- Pode acometer diversos órgãos e/ou sistemas
FORMAS DE TUBERCULOSE
Pulmonar (mais frequente): primária, pós-primária e miliar
Extrapulmonares:
- Pleural
- Ganglionar periférica
- Meningoencefálica
- Pericárdica
- Óssea
TRANSMISSÃO
Via aérea (maior parte dos casos) – Inalação - núcleos secos de partículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com TB ativa de vias respiratórias
Os bacilíferos são a principal forma de transmissão
PAPEL DA ATENÇÃO BÁSICA
Competências:
- Busca de sintomáticos respiratórios (SR)
- Coleta de escarro e outros materiais para: baciloscopia, cultura, identificação e teste de sensibilidade
- Indicar e prescrever o esquema básico para tratamento
- Oferecer teste anti-HIV
- Realizar o controle diário de faltosos
- Investigação e controle de contatos
- Identificar efeitos adversos do tratamento
- Realizar vacinação BCG
- Indicar, realizar ou referenciar casos suspeitos para prova tuberculínica
- Solicitar cultura ao final do 2º mês para casos de baciloscopia positiva e falência
- Notificação
- Encaminhar se necessário a unidade de referência
- Atender casos encaminhados por outras unidades
- Acompanhar casos internados (contato hospital ou família)
- Oferecer assistência às questões psicossociais e trabalhistas
BUSCA ATIVA
- Realizada por todos os serviços de saúde
- Identificar precocemente SR (tosse > 3 semanas)
- Interromper cadeia de transmissão
- População de risco (tosse > 2 semanas)
- Interrogar sobre presença e duração de tosse
- Orientar os SR para coleta de escarro
- ESF e PACS – durante visita domiciliar
DIAGNÓSTICO
- Clínico Epidemiológico - sintomas clássicos de TB pulmonar: tosse persistente, produtiva ou não, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento
- Bacteriológico (através de escarro) – diagnóstico e controle Exame microscópico direto
Cultura, identificação e teste de sensibilidade
- Prova tuberculínica (PPD)
Infecção latente - coadjuvante no diagnóstico da TB doença em crianças - Leitura: 48 a 72hs
EXAME DE ESCARRO
- Coleta, conservação e transporte são responsabilidades da UBS
- Quantidade e qualidade da amostra (árvore brônquica – 5 a 10ml)
- Recipiente: pote plástico identificado
- Coletadas em local aberto (ar livre)
- Duas amostras (momento da consulta e dia seguinte – ao despertar)
- Orientar o paciente como coletar
- Se necessário: indução do escarro (nebulização c/ solução hipertônica 3%)
TRATAMENTO
É realizado o esquema básico de tratamento
Transmissibilidade rapidamente em 2 a 3 semanas
Objetivos:
- Bactericida
- Prevenir emergência de bacilos resistentes
- Atividade esterilizante
Uso diário – única dose
Reações adversas:
Maiores e menores (não é necessária suspensão)
Tratamento diretamente observado – TODO
Definição: no mínimo 24 tomadas observadas na fase de ataque e 48 tomadas obs. na fase de manutenção
Decisão em conjunto entre equipe e paciente, considerando a realidade e a estrutura de atenção à saúde existente
Desejável: tomada diária (seg-sexta)
Modalidades de supervisão (domiciliar, unidade de saúde, prisional e compartilhada)
Quando não realizada por profissionais de saúde:
Visitar semanalmente o doente ou responsável
Acompanhamento do tratamento e evolução da doença
Baciloscopia mensal
indispensável no 2º, 4º e 6º mês
Acompanhamento clínico mensal
Adesão
Efeitos adversos
peso
Cura: pelo menos 2 baciloscopias negativas (fase de acompanhamento e final do tratamento)
CONTROLE DOS CONTATOS
Contato: toda pessoa que convive no mesmo ambiente com o paciente com TB pulmonar ativa (casa, trabalho, escola, instituições)
Alto risco: menores de 5 anos e HIV positivos
PREVENÇÃO
Prevenção da infecção latente (ILTB)
Quimioprofilaxia primária
Quimioprofilaxia secundária
- Reduz em 60% a 90% o risco de adoecimento
- Mínimo de 6 meses
- Fármaco: Isoniazida
- Consultados a cada 30 dias
Vacinação
VACINAÇÃO – BCG
- Proteção a não infectados contra as formas mais graves
- Produzida com bacilo atenuado
- Contra-indicada para gestantes e pacientes imunossuprimidos
- Indicada para crianças (0-4 anos) - Obrigatória para menores de um ano de idade (ao nascer - >2kg)
- Via Intradérmica – 0,1 ml na inserção inferior do deltóide direito
- Observações
- Cicatrização mais demorada em alguns casos
- Não utilizar nenhum medicamento ou cobrir a ferida
- Lactentes que não apresentem cicatriz vacinal após seis meses: revacinar mais uma vez
- Indicada para contatos intradomiciliares de portadores de hanseníase
Notificação ao SINAN – imediata
TB – HIV
- Elevada prevalência de coinfecção TB e HIV
- Teste sorológico anti-HIV: oferecido a todo caso confirmado de TB
TB – TABAGISMO
- Tabagismo: fator de risco para TB
- Estima-se: 20% da incidência pode ser atribuída ao tabagismo ativo
- Combate ao tabagismo
DIABETES
Definição
- Grupo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia a qual é resultado de defeitos na ação da insulina ou em ambas.
- São divididas em dois tipos:
DM Tipo 1:
- Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta pancreáticas. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia.
- Cerca de 8% do total de pessoas com diabetes.
DM tipo 2:
- Aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia.
- Cerca de 90% dos portadores da doença.
Diabetes Gestacional:
- Trata-se de qualquer intolerância à glicose, com inicio ou diagnostico durante a gestação.
- No Brasil, aproximadamente 7% das gestações evoluem para hiperglicemia gestacional.
Epidemiologia
- No Brasil, há aproximadamente 13 milhões de diabéticos.
- Metade não sabe que está doente.
- Atinge igualmente homens e mulheres.
- A faixa etária com maior prevalência, tanto no Brasil, quando no Mundo é entre 40 e 59 anos.
- No mundo, estima-se que o número de diabéticos chegue a 382 milhões; em 2035 este numero tende a subir para 592 milhões.
- O numero de pessoas com DM2 está aumentando em todos os países do mundo.
- 80% das pessoas com diabetes vivem em países de renda baixa ou média.
- O numero de indivíduos diabéticos esta aumentando em virtude do crescimento e envelhecimento populacional, da maior urbanização, da crescente prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como da maior sobrevida de pacientes com DM.
Diagnóstico
Sinais e sintomas clássicos:
- Poliúria;
- Polidipsia;
- Perda inexplicada de peso;
- Polifagia.
Sintomas menos específicos:
- Fadiga, fraqueza e letargia;
- • Visão turva (ou melhora temporária da visão para perto);
- • Prurido vulvar ou cutâneo, balanopostite.
- Complicações crônicas/doenças intercorrentes:
- • Proteinuria;
- • Neuropatia diabética (câimbras, parestesias e/ou dor nos membros inferiores, mononeuropatia de nervo craniano);
- • Retinopatia diabética;
- • Catarata;
- • Doença arteriosclerótica (infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, doença vascular periférica);
- • Infecções de repetição.
Rotina complementar mínima para pessoa com DM
• Glicemia de jejum e HbA1C (Hemoglobina Glicada).
- Colesterol total (CT), HDL e triglicerídeos (TG). A fração LDL pode ser calculada utilizando-se a fórmula de Friedewald: LDL = CT – HDL – TG/5 (para triglicerídeos abaixo de 400 mg/dL).
- Creatinina sérica.
- Exame de urina tipo 1 e, se necessário, microalbuminúria ou relação albumina/creatinina.
- Fundoscopia.
Anamnese
- Identificação: sexo, idade, raça e condição socioeconômica.
- História atual: duração conhecida do DM e controle glicêmico; sintomas (polidipsia, poliúria, polifagia, emagrecimento, astenia, prurido vulvar ou balanopostite, diminuição brusca da acuidade visual, infecções frequentes), apresentação inicial e evolução dos sintomas, estado atual.
- Investigação sobre diversos aparelhos e fatores de risco: dislipidemia, tabagismo, sobrepeso e obesidade, sedentarismo, perda de peso, características do sono, função sexual, dificuldades respiratórias. Queixas sobre infecções dentárias, da pele, de pés e do aparelho gênito-urinário; úlcera de extremidades, parestesias, distúrbios visuais.
- História pregressa: infarto agudo do miocárdio (IAM) ou acidente vascular cerebral (AVC) prévios; intercorrências metabólicas anteriores (cetoacidose, hiper ou hipoglicemia etc.); passado cirúrgico e história gestacional. • História familiar: de diabetes mellitus (pais, filhos e irmãos), doença cardiovascular e outras endocrinopatias.
- Perfil psicossocial: hábitos de vida (incluindo uso de álcool e outras drogas), condições de moradia, trabalho, identificação de vulnerabilidades, como analfabetismo e déficit cognitivo, potencial para autocuidado, rede de apoio familiar, entre outros.
- Avaliação de consumo alimentar: incluindo o consumo de doces e açúcar, sal, gordura saturada e cafeína.
- Medicações em uso: uso de medicações que alteram a glicemia (tiazídicos, betabloqueadores, corticosteroides, contraceptivos hormonais orais, por exemplo); tratamentos prévios e resultados.
- Prática de atividade física.
Exame Físico:
- Medidas antropométricas: obtenção de peso e altura para cálculo do índice de massa corporal (IMC) e aferição da cintura abdominal (CA).
- Exame da cavidade oral: atenção para a presença de gengivite, problemas odontológicos e candidíase.
- Medida da PA e frequência cardíaca: duas medidas de PA, separadas por, pelo menos, um minuto, com paciente em posição sentada.
- Pescoço: palpação de tireoide (quando DM tipo 1).
- Ausculta cardíaca e pulmonar.
- Exame dos pés: lesões cutâneas (infecções bacterianas ou fúngicas), estado das unhas, calos e deformidades. s no Capítulo 5 deste Caderno.
- Exame de fundo do olho
Critérios aceitos para o diagnóstico de DM com utilização da glicemia :
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