PERCEPÇÃO E SATISFAÇÃO CORPORAL E SUA RELAÇÃO COM O ESTADO NUTRICIONAL

PERCEPÇÃO E SATISFAÇÃO CORPORAL E SUA RELAÇÃO COM O ESTADO NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE JAGUARIBARA - CE

S. X. Almeida¹, S. J. C Silva1, H.Diógenes1, T. L. F. Chaves¹, C. L. Arruda Neto¹ e B.Y. C. Silva2 ¹Graduando do Curso de Nutrição, Campus de Limoeiro do Norte – Instituto Federal do Ceará, IFCE. E-mail: [e-mail]; 2Professor do Curso de Nutrição, Campus de Limoeiro do Norte – Instituto Federal do Ceará, IFCE. E-mail: [e-mail]

Artigo submetido em agosto/2013 e aceito em xxxx/2013

RESUMO

A autopercepção da imagem corporal é um importante fator na formação da identidade de um adolescente, influenciando fortemente diversos fatores como hábitos e estilo de vida. O presente estudo tem como objetivo relacionar a percepção e a satisfação que o adolescente tem com a sua imagem corporal com seu estado nutricional. Foram avaliados 40 estudantes com idades entre 15 e 18 anos através de parâmetros antropométricos e de percepção corporal. Observou-se uma predominância de adolescentes do sexo feminino, prevalecendo a eutrofia entre os estudados (52,5%). Quanto à investigação da percepção corporal, observou-se que 60% dos adolescentes relataram estarem insatisfeitos com o próprio corpo, sendo a maior incidência de satisfação entre aqueles que estavam com o estado nutricional adequado para a idade. Alguns estudos associam a insatisfação dos adolescentes com a própria imagem à cobrança estabelecida pela sociedade com padrões de beleza que visam a magreza. Com esse estudo foi possível observar que a maior prevalência de adolescentes insatisfeitos com a imagem foi entre aqueles que realmente apresentam um estado nutricional inadequado de desnutrição e obesidade.

PALAVRAS-CHAVE: estudantes, imagem corporal, autopercepção.

PERCEPTION AND SATISFACTION AND BODY CONNECTION WITH THE NUTRITIONAL STATUS IN ADOLESCENTS OF SECONDARY EDUCATION OF A PUBLIC SCHOOL IN JAGUARIBARA - CE

ABSTRACT

Self-perception of body image is an important factor in shaping the identity of a teenager, strongly influencing several factors such as habits and lifestyle. The present study aims to relate perception and satisfaction that adolescents have with body image of themselves to their nutritional status real. We evaluated 400 students aged 15 to 18 years of anthropometric and body perception. There was a predominance of female adolescents and the prevalence was higher among eutrophic studied (52.5%). Regarding the investigation of body awareness, it was observed that 60% of adolescents reported being dissatisfied with their bodies, with the highest incidence of satisfaction among those who were with nutritional status appropriate for age. Some studies associate dissatisfaction teens with own image to the collection established by society standards of beauty that are designed to thinness. With this study it was observed that the higher prevalence of adolescent image dissatisfaction was among those who actually have an inadequate nutritional status of malnutrition and obesity.

 

KEY-WORDS: students, body image, self-perception.

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PERCEPÇÃO E SATISFAÇÃO CORPORAL E SUA RELAÇÃO COM O ESTADO NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE JAGUARIBARA - CE

        

INTRODUÇÃO

A imagem corporal é um importante componente do complexo mecanismo de identidade pessoal. A percepção corporal é definida como “a figura mental que temos das medidas, dos contornos e da forma de nosso corpo, bem como dos sentimentos concernentes a essas características e às partes do nosso corpo”. O componente subjetivo da imagem corporal se refere à satisfação de uma pessoa com seu tamanho corporal ou partes específicas de seu corpo (KAKESHITA; ALMEIDA, 2006; SECCHI et al., 2009).

Sabe-se que ter uma visão positiva do seu corpo ou estar satisfeito com a sua autoimagem, entre outros fatores relacionados à satisfação corporal, auxiliam o indivíduo em diversos aspectos da sua vida, seja no convívio com os amigos, seja com o parceiro e até mesmo no relacionamento consigo mesmo (CARDOSO et al. 2010).

O adolescente tem como característica comportamentos de contestação que o tornam vulnerável, volúvel, seguidor de líderes, grupos e modas, desenvolvendo preocupações ligadas ao corpo e à aparência (BRANCO; HILÁRIO; CINTRA, 2006).

Há uma forte tendência social e cultural em considerar a magreza como uma situação ideal de aceitação e êxito. Ao lembrarmos da evolução histórica da figura feminina, percebemos que a obesidade era valorizada e representada nas artes, ao contrário do que se preconiza atualmente. É cada vez maior a exigência da aparência magra e formas de emagrecimento em detrimento, muitas vezes, da saúde do indivíduo (BRANCO; HILÁRIO; CINTRA, 2006).

Todo adolescente tem em sua mente um corpo idealizado e quanto mais este corpo se distanciar do real, maior será a possibilidade de conflito, comprometendo sua autoestima (BRANCO; HILÁRIO; CINTRA, 2006).

Devido às mudanças ambientais e socioculturais das últimas décadas e o seu papel no quadro atual de produção da obesidade, torna-se relevante conhecer os determinantes do estado nutricional, o universo simbólico e os aspectos subjetivos que permeiam o estilo de vida e o comportamento alimentar (KAKESHITA; ALMEIDA, 2006).

A detecção e o conhecimento da magnitude de distorções na percepção da imagem corporal constituir-se-iam importantes dados para a avaliação clínica de sujeitos com risco para o desenvolvimento da obesidade (KAKESHITA; ALMEIDA, 2006).

Vários aspectos compõem o construto de imagem corporal: componente perceptivo, cognitivo-afetivo e comportamental. O primeiro refere-se à percepção de tamanho, peso e forma do corpo e suas partes; o segundo a sentimentos e pensamentos que o corpo desperta em cada um; e o terceiro, aos comportamentos derivados da percepção, pensamentos e sentimentos desencadeados pela figura corporal, por exemplo, evitar sair de casa, utilizar roupas que disfarçam partes do corpo, utilizar todas as roupas da moda, etc.. No primeiro aspecto, é perceptível, que esta investigação faz foco (PINHEIRO; JIMÉNEZ, 2010).