O Inquérito da Saúde Bucal 1986

INQUÉRITO DE 1986

Primeiro estudo de abrangência sobre saúde bucal no Brasil na área urbana. Antes pensava-se que era desnecessário realizar levantamentos epidemiológicos nessa área e desenvolver propostas odontológicas pois sabiam que existiam problemas de ampla magnitude impedindo o alcance ao êxito.

Com os dados obtidos por meio do levantamento, seria possível o desenvolvimento de ações preventivas, educativas e curativas, abranger os grupos carentes e susceptíveis e avaliar uma possibilidade de uma implementação de um programa nacional de saúde pública em odontologia.

O objetivo geral foi conhecer os problemas odontológicos de maior prevalência e implantar um programa nacional de saúde bucal. O objetivo específico foi calcular a prevalência de cárie dental e doença periodontal e também a presença ou necessidade de prótese dental, calcular a demanda de quem procura por serviços odontológicos, idêntica semelhanças diferenças no quadro epidemiológico e na procura por serviços odontológicos, apoio para o desenvolvimento de programas na área de saúde bucal, observar as diferenças ou modificações após a implantação de programas em saúde bucal.

O estudo observou a prevalência de cárie e doença periodontal, necessidade ou presença de prótese dental e a procura por serviços odontológicos, sendo que os grupos etários foram de 6 a 12 anos; 15 a 19 anos; 35 a 44 anos; e 50 a 59 anos; sendo que a escolha desse grupo obedeceu a critérios de estrita prioridade epidemiológica em relação a faixa de 6 a 12 anos e a possibilidade de comparação internacional. Em relação ao grupo etário de 50 a 59 foi estabelecido devido a média de vida ser em torno de 61 a 65 anos.

O país foi dividido em cinco macrorregiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) e ocorreu o levantamento de dados em áreas urbanas deixando as áreas rurais aguardando devido a dispersão populacional e aos custos que seriam necessários. Os resultados do levantamento foram ordenados de acordo com a renda familiar e, devido limitações orçamentárias e de tempo, foram selecionados grupos de interesse especial que refletem de forma aproximada a situação e os problemas bucais da população. Assim o inquérito foi limitado aos grupos de 6 a 12 anos; 15 a 19 anos; e aos adultos de 35 a 44 anos; e 50 a 59 anos; e o estudo foi realizado em 16 cidades escolhidas criteriosamente.

As 16 cidades selecionadas foram Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, João Pessoa; Recife, Maceió, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Brasília, Goiânia e Cuiabá.

O inquérito então necessitava de duas amostragens, uma coletada em escolas e a outra coletada em residências. Foi empregado um modelo de seleção em duas etapas, primeiramente escolha dos estabelecimentos, no caso dos estudantes e setores censitários. Na segunda etapa, houve a seleção e identificação dos estudantes. Esse modelo seletivo serve para facilitar o processo de estimação dos parâmetros desejados e ter uma precisão em nível regional. Existe um maior número de estudantes por serem de fácil acesso nas escolas e um número pequeno de adultos em suas residências. Por isso foi sugerido uma amostra de 120 alunos e 16 domicílios. Tanto a amostragem de escolas e alunos como a de domicílio foram relacionados aos recursos financeiros e tempo disponível. A representação dos resultados por extratos