Os Benefícios da raça bovina
Por: EACF • 20/6/2018 • Monografia • 5.451 Palavras (22 Páginas) • 252 Visualizações
Benefícios da raça bovina Rubia Gallega na região do Vale do Paraíba - SP
Eduardo Afonso Caropreso Ferreira¹; Glauber dos Santos2
1 Grupo Roncador – Pós-graduado em Controladoria - Rua Francisco Pessoa 695, apto 32 bloco A – Vila Andrade - CEP 05727-230 – São Paulo (SP), Brasil
2 PECEGE – Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas – Doutor em Ciências – Rua Alexandre Herculano, 120 – Vila Monteiro – CEP13418 790 - Piracicaba (SP), Brasil
Benefícios da raça bovina Rubia Gallega na região do Vale do Paraíba - SP
Resumo
A Rubia Gallega é uma raça com história e futuro, desde sua implantação na Galícia, no início da pré-história teve uma propagação sócio-econômica de enorme importância para a população rural, que ainda hoje existe. O trabalho tem o objetivo de despertar o conhecimento na sociedade da raça bovina Rúbia Gallega, os benefícios que proporciona para a saúde de quem consome e para o meio ambiente onde se cria. O despertar desse interesse na sociedade, tem consequência um aumento no consumo de uma carne com menor quantidade de gordura, redução na idade de abate dos animais em até dois anos. Portanto a quantidade de carbono depositada no meio ambiente é menor, gerando uma conscientização de meio ambiente mais sustentável, as vantagens econômicas de se criar a raça Rubia uma vez que o ciclo de vida é de apenas doze meses devido ao projeto Rubia Gallega que comercializa a carne com um grande varejista com isso consegue uma remuneração diferenciada pela arroba comercializada de vinte por cento acima da média CEPEA – USP, da praça que se abate.
Palavras-chave: Pecuária de corte; Rubia Gallega; Sustentabilidade; Viabilidade econômica.
Introdução
A Rubia Gallega é uma raça com história e futuro, desde sua implantação na Galícia, no início da pré-história teve uma propagação sócio-econômica de enorme importância para a população rural, que ainda hoje existe. Sua história começa quando os celtas da poderosa raça de Gael procedentes da zona céltica francesa, ocuparam a Galícia com seu gado, cruzando com animais existentes e descendentes de bois primigenius, formando assim uma raça de grandes utilidades zootécnicas para o povo gallego. A chegada das tribos bárbaras na Galícia, instituiu a monarquia Sueva, com o desenvolvimento político-social-agrário da reconquista e da melhoria dos cultivos agrários, influenciando assim a raça Rubia Gallega na melhoria de sua formação cárnica, encontrando no final do século XVIII um bom mercado de carne com a Inglaterra.
A Rubia Gallega é uma raça de origem espanhola, a raça Rubia Gallega originou-se do cruzamento de animais de raça de Gael procedentes da zona céltica francesa com animais existentes na Galícia (GMG, 2009). A Rubia Gallega é a raça bovina autóctone espanhola mais importante daquele país, com mais de 275.000 matrizes puras. São animais de maturidade tardia com elevada taxa de crescimento e um baixo conteúdo de tecido adiposo, destacando-se também por sua longevidade e rusticidade, podendo se adaptar em ambientes diversos e a carcaça das novilhas da raça Rubia Gallega possui elevado rendimento de peças comerciais, dispondo de maiores quantidades de peças com qualidade superior e uma composição favorável de carne (OLIETE et al., 2006).
Varela et al. (2004) mencionaram que esses animais caracterizam-se por serem abatidos entre 8 a 10 meses de idade, com carcaça leve e suficientemente acabada, de boa qualidade e com alta valorização no mercado nacional da Espanha. A rede de supermercados Pão de Açúcar deu o primeiro passo em 2005 a procura de uma raça que se adaptasse as condições climáticas do Brasil e que possuísse uma carne de excelente qualidade (CAIRES, 2011). Atualmente, o Rubia Gallega está sendo utilizando na produção de um novo produto denominado vitelão, que se diferencia do vitelo pela sua alimentação e idade de no máximo 12 meses para o abate (FEIJO, 2001).
A raça Rubia Gallega destaca-se pela sua facilidade de parto, longevidade, qualidades maternais e grande produção de leite, destacando a sua rusticidade e facilidade de adaptação em ambientes diversos. As principais características produtivas e reprodutivas, seguem: Longevidade: 21 anos; Intervalo entre partos: 389 dias; Idade do primeiro parto: 26 meses; Facilidade para parto: 98%; Capacidade cria: media de produção leiteira das mães na 3ª lactação: 2.239 kg de leite em 296 dias, com 4.4% de gordura; Número de bezerros desmamados: 98%; Ganhos médios diários após o desmame: machos: 1,887 +- 253g. fêmeas: 1.372 +- 203g; Índice de conversão: machos 4.65 e fêmeas 4.71; Abate entre 8 e 10 meses de idade.
Um estudo recente, desenvolvido por profissionais do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP, avaliou as características nutricionais do terneiro de Rubia Gallega. Neste estudo, foi constatado que a carne vermelha deste animal apresenta perfil “menos aterogênico” após a ingestão, quando comparada com uma carne bovina tradicional. Em resumo, ela pode ser considerada menos prejudicial para o sistema cardiovascular do que uma carne vermelha convencional. Este mesmo, mostra que a carne proveniente dos bovinos Rubia Gallega conta com 20% mais proteínas, 46% menos sódio, 58% menos gorduras saturadas e 30% menos calorias do que uma carne convencional (Grandal, 2008).
A raça Rubia Gallega, exclusiva da região da Galícia, na Espanha, mostrou novos resultados no incremento da produção de carne de qualidade no Brasil, indicando redução de custos ao pecuarista e maior rendimento de carcaça no frigorífico. As experiências no Brasil do cruzamento entre animais Rubia Gallega e Nelore começaram em 2000. O primeiro abate ocorreu no município de Buri, São Paulo, em 2002, onde foi observado rendimento de carcaça de 58,73%, com animais de 12 meses de idade, e media de peso vivo de 458,72kg. Esses mesmos animais tiveram carcaças com peso médio de 269,40kg. Após análise comparativa de amostras de carne entre animais brasileiros (referência) e animais cruzados Rubia Gallega x Nelore, foi verificado acréscimo de 38% na produção de carne extra (filé mignon e picanha) e cerca de 37% na carne de primeira. Em 2003 ocorreu o segundo abate, aos 13 meses de idade, quando foi encontrada média geral de rendimento de 60,6% (GMG, 2009)
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