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A Viabilidade econômica de uma micro cervejaria artesanal

Por:   •  12/4/2017  •  Monografia  •  3.480 Palavras (14 Páginas)  •  491 Visualizações

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Viabilidade econômica de uma microcervejaria artesanal em Gurupi - TO.

Guilherme Álvares Lapidus¹*; Rodrigo Peixoto da Siva2 

        

1 Engenheiro Agrônomo, Msc – SQSW 102 Bloco K apto 305, Sudoeste - CEP 70670-211 – Brasília (Distrito Federal), Brasil.

2 ESALQ/USP - Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada (PPGEA) – Departamento de Economia, Administração e Sociologia – Av. Pádua Dias, 11 – Bairro Agronomia
CEP 13418-900 - Piracicaba (SP), Brasil.


Viabilidade econômica de uma microcervejaria artesanal em Gurupi – TO.

Resumo

Grandes produtores necessitam reduzir custos, produzir cervejas com longa vida de prateleira e que suportem os trajetos de distribuição, deixando um nicho de mercado para quem procura bebidas diferenciadas em termos de paladar e matéria prima. O objetivo deste trabalho é analisar a viabilidade econômica da implementação de uma microcervejaria artesanal com produção abaixo dos 30 mil litros/ano em Gurupi, Tocantins, considerando o Valor Presente Líquido, Valor Presente Líquido Anualizado, Taxa Interna de Retorno e Payback Descontado. Foi calculado um investimento inicial total de R$81.500,00, que com o produto final vendido a R$10,00 a garrafa, retornaria aos investidores (Payback Descontado) no nono mês do quinto ano do empreendimento. Neste momento o Valor Presente Líquido possui o valor de R$16.290,72, e a Taxa Interna de Retorno apresenta o valor de 13,04%, o que supera a Taxa Mínima de Atratividade considerada. No décimo ano o Valor Presente Líquido passa a ser de R$241.155,77 e a Taxa Interna de Retorno apresenta o valor de 30,66%. O Valor Presente Líquido Anualizado obtido foi de R$16.290,72, no quinto ano e de R$58.215,03 no décimo ano. Foi simulada a venda do produto a um valor mais baixo, R$9,00, o que inviabiliza a execução do empreendimento. Também foi utilizado o valor de R$11,00 para fins de comparação, o que retornou resultados positivos. Em ambos os horizontes temporais o projeto apresentou viabilidade nesta escala, sendo que aos cinco anos o resultado é bastante sensível a qualquer imprevisto. Seria possível produzir em uma escala maior, obtendo assim resultados além do satisfatório, mas isso dependeria de mudanças na legislação atual.

Palavras-chave: produção de cerveja; análise de investimento; brassagem

Introdução

A produção da cerveja teve seu início por volta de 8.000 antes de Cristo, desenvolvida paralelamente aos processos de fermentação de cereais, e difundiu-se lado a lado com as culturas do milho, centeio e cevada entre os povos da Suméria, Babilônia e Egito (Aquarone et al., 2001). No Brasil, a cerveja chegou em 1808, trazida pela família real portuguesa de mudança para o então Brasil colônia (CERVISIA, 2016).

Segundo a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, regulamentada pelo Decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009, cerveja é a bebida obtida pela fermentação alcoólica de mosto oriundo de malte de cevada e água potável, por ação de leveduras, com adição de lúpulo, sendo facultado o uso de outros aditivos. Esta mesma lei ainda permite a substituição, em até 45% do malte de cevada por cereais maltados ou não, integrais, em flocos ou a sua parte amilácea e por carboidratos de origem vegetal, transformados ou não (Brasil, 2009).

Em 2014 o Brasil produziu 14 bilhões de litros de cerveja, o que resultou em um faturamento R$ 70 bilhões, sendo o terceiro maior produtor mundial, atrás apenas da China e Estados Unidos (CervBrasil, 2015). Apenas 3% desta produção ocorreu na região norte (CervBrasil, 2015), que, segundo o Censo Demográfico de 2010 (IBGE, 2010), abriga aproximadamente 8,5% da população brasileira.

Segundo Suzuki (2010), existiam aproximadamente 100 cervejarias artesanais no Brasil em 2010; em 2016 estima-se que já passam de 200, em sua maioria concentradas nas regiões sul e sudeste. Estas empresas possuem 0,8% do mercado nacional em volume de produção, mas seu faturamento representa cerca de 2,5% do setor, segundo Carlo Enrico Bressiani, diretor geral do Grupo Instituto de Administração e Direção de Empresas [IADE] e da Escola Superior de Cerveja e Malte (Foodmagazine, 2015), o que demonstra a valorização deste produto com relação às cervejas tradicionais.

O Relatório de Inteligência do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa [SEBRAE] (2015), que trata de cervejas artesanais, aponta que o perfil de consumo é composto em 88% de homens, com média de idade entre 25 e 31 anos, alto nível de interação em mídias digitais e 69% com nível superior, além disso, 96% deles as consomem em casa. O perfil de compra aponta que 82% compram as cervejas em supermercados, pagam entre R$11 e R$20 por cerveja, consumindo de uma a três garrafas por ocasião.

De acordo com Reinold, 2008, produtores em escala necessitam reduzir custos, produzir cervejas com longa vida de prateleira e que suportem os trajetos de distribuição. Isso faz com que estes produtos sejam muito semelhantes entre si, restando a diferenciação na embalagem e campanhas de marketing. Já produtores especialistas regionais desenvolvem produtos diferenciados em termos de paladar e matéria prima, ocupando os espaços que os produtos massificados não alcançam. Nichos de consumidores interessados neste tipo de produto estão crescendo, e mesmo sendo ainda um número reduzido, possuem um alto poder aquisitivo, o que aumenta a oportunidade de novos negócios no setor (Estadão, 2014).

O objetivo deste trabalho é analisar a viabilidade econômica da implementação de uma microcervejaria artesanal em Gurupi, Tocantins.

Material e Métodos

        

O local escolhido é onde residem os sócios empreendedores, sendo o diferencial e principal vantagem do negócio ser a primeira microcervejaria artesanal do estado. Como desvantagens, pode-se citar a distância dos fornecedores e outros mercados consumidores.

A marca foi criada pelos próprios empresários e o produto em si é o principal meio de divulgação. Serão também criadas páginas em redes sociais e um site, que serão administrados pelos empresários. Inicialmente, a produção não comercializada será enviada para distribuidores e imprensa como brindes, assim como oferecida a ocasionais visitantes do local de produção, como degustação.

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