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Revisao bibliografica sobre a agua

Por:   •  8/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.220 Palavras (5 Páginas)  •  908 Visualizações

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1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 Justificativa

A água é a substância mais abundante na Terra. Existem cerca de 1.386 milhões de km³ de água no planeta Terra (SHIKLOMANOV, 2001 apud MAY et al., 2004). Cientistas comprovam que três quartos da massa do planeta são de água (MIELI, 2001). Porém segundo a ONG norte-americana apenas 1% da água do mundo, ou 12.600 km³, está acessível ao homem. Quando se pensa que o planeta tem 70% de água, é impossível escapar da ilusão de que o produto é inesgotável. Mas não é bem assim. Ao analisar o item 1.1, constata-se que embora a água esteja presente em grande quantidade, a maior parte encontra-se nos oceanos e somente pequena parcela desta água no mundo é doce (UNIÁGUA, 2004 apud BRESSAN et al., 2005)

Iten 1.1 – Distribuição dos recursos hídricos no planeta LOCAIS PORCENTAGEM (%)

Mares e oceanos 97,40

Rios e lagos superficiais 0,001

 Aqüíferos subterrâneos 0,585

Geleiras e capas polares 2,000

 Fonte: UNIÁGUA (2004) apud BRESSAN et al. (2005)

Retirando a parcela oceânica, restam para meios potáveis, nada mais que 2,5% de água doce. Ainda assim, desta parcela de água potável, cerca de 90,0% encontra-se na forma de gelos polares ou em depósitos muito profundos, impossibilitando que o homem, em dias atuais, tenha seu aproveitamento (TIETÊ, 2004). Então, a água que efetivamente é utilizada pela população humana, corresponde a uma parcela diminuta da total global, ou seja, 14.000 km³ de um total de 1,4 bilhões km³, ou 0,001% das águas do planeta (FELDMANN, 1994). Aliado a esta pequena disponibilidade de água potável no planeta, a distribuição deste recurso é desigual nas diversas regiões do planeta (OLIVEIRA, 2005). A o item 1.2 mostra  que regiões como Ásia e América do Sul possuem os maiores potenciais hídricos do planeta, enquanto a Oceania, Austrália e a Tasmânia possuem os menores valores (BRESSAN et al., 2005).

Item 1.2 - Potencial hídrico mundial. REGIÕES DO MUNDO PORCENTAGEM (%)

Ásia 31,60

 América do Sul 23,10

América do Norte 18,00

África 10,00 Europa 7,00

Antártida 5,0

Oceania 4,5

Austrália e Tasmânia 0,80

 Total 100,00 Fonte: TOMAZ, 2003

Segundo estimativas da ONU (Organização das nações Unidas) MIELI (2001), meio bilhão de indivíduos enfrentam severa escassez de água no planeta. Estudos recentes indicam ser esse número três vezes maior, pois 1,75 bilhões de pessoas já estão expostos ao problema. Nessa perspectiva, a ONU divulgou uma nota com uma previsão de que até 2050, aproximadamente 45% da população não terá a quantidade mínima de água. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, a quantidade de água que o ser humano necessita, por dia, para atender suas necessidades é de 189 litros (OLIVEIRA, 2005). Em recentes levantamentos da ONU e da OMS, chegou-se a um consenso de que uma pessoa precisa de cerca de 200 litros por dia de água para satisfazer suas necessidades (MIELI, 2001). Na prática o consumo per capita varia, nos Estados Unidos este consumo é superior a 300 litros por pessoa por dia (VIDAL, 2002 apud OLIVEIRA, 2005).

O consumo de água é influenciado por uma série de razões dentre as quais cita – se: região, diferenças do clima, a diferença nos usos domésticos, comerciais e industriais, tamanho da casa, tamanho da propriedade, uso público, idade e condição do sistema da distribuição (MIELI, 2001). Dentro de um mesmo país, o consumo varia de região para região, tendo em vista a má distribuição da água. A Figura 3.5 exibe a variabilidade de consumo de água que existe entre as regiões do Brasil (BRESSAN et al., 2005).

Se a disponibilidade de água for inferior a 1.000 m³ por pessoa por ano a região está com crônica escassez de água. Nesta situação, a limitação de água começa a afetar o desenvolvimento econômico e social (BRESSAN et al., 2005). Abaixo de 500 m³ por pessoa por ano a região é considerada em escassez absoluta (ANEEL, 1999). Dados do relatório do SNIS (2002), em relação ao consumo de água, mostram que no Brasil existe um consumo médio per capita de água de 140,2 litros/habitante por dia. De acordo com UNEP (United Nations Environment Programme) 2002 apud BOTELHO (2006), na atualidade, três bilhões de pessoas carecem de água tratada, e mais de um bilhão de pessoas não têm acesso à água potável. Se não bastassem os problemas relacionados quanto à exploração desordenada, o acelerado crescimento populacional e a baixíssima disponibilidade de água doce no mundo, a poluição dos mananciais hídricos é o principal agravante desta crise mundial de água. Segundo PLANETA ÁGUA (2004), a quantidade de resíduos sólidos nos rios asiáticos quadruplicou desde o fim da década de 70. Apenas 2% do esgoto produzido na parte sul do continente americano passa por algum tipo de tratamento. Estimativas mostram que a cada 1.000 litros de água utilizada pelo homem, resultam 10.000 litros de água poluída (ONU, 26 1993 apud BRESSAN et al., 2005). A qualidade de vida da população é altamente prejudicada pela baixa qualidade da água provocada pela contaminação dos mananciais hídricos. De acordo com o IBGE, dos 70% dos brasileiros que possuem residências, um quarto não conta com água potável, quase metade não tem serviço de esgoto e apenas 6% dos esgotos são tratados (MIELI, 2001). Apesar da importância da água para a vida, um relatório da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), de março de 2003, declarou que 40% da população não dispõem de água suficiente para ter uma estrutura adequada de higiene e saúde. Nos 40 países mais secos do mundo, a maioria deles situados na Ásia e na África, um cidadão tem direito a, no máximo, oito litros de água por dia (ONU, 1993 apud BRESSAN et al., 2005). Os problemas da redução da disponibilidade hídrica estão presentes em várias regiões do mundo. O rio Yang-tsé, na China, durante os períodos de estiagem tem secado antes mesmo de chegar ao mar. Outros grandes rios, como o Colorado nos EUA, Anges na Ásia e Nilo na África estão se comportando da mesma forma (MIELI, 2001). O rio Nilo, cuja vazão média em 1900 era de 85 km³/ano, hoje caiu para 52 km³/ano chegando a atingir até 42 km³/ano (TOMAZ, 1998). A excessiva drenagem de água pelo homem vem colaborando para que esse fato ocorra mais rapidamente (MIELI, 2001). Países como a China, Índia, México, Tailândia, parte oeste dos Estados Unidos, norte da África, áreas do Oriente Médio e o Nordeste do Brasil estão retirando mais água do lençol freático que o ciclo hidrológico consegue repor. Em Pequim, os lençóis freáticos, mesmo parcialmente reabastecidos pelas chuvas, estão baixando em média 1 a 2 metros ao ano (FIORI et al., 2004). Em Gujarat, na Índia, o excesso de bombeamento do lençol freático fez com que seu nível descesse 40 metros. Em algumas partes do estado norte-americano do Texas este rebaixamento chegou a 50 metros em meio século (SOECO/MG, 2004 apud OLIVEIRA, 2005). Na Cidade do México, a retirada de água do subsolo excede em até 80% a capacidade de reposição natural, o que provoca efeitos como rebaixamento de terrenos e desmoronamentos de edifícios (FIORI et al., 2004). Se a situação desses países é difícil e com tendência de agravar-se, a posição de muitos países com abundância de reservas hídricas não é menos preocupante. É o caso do Brasil, que possui uma das maiores reservas hídricas do planeta, no entanto, algumas regiões já sofrem

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