A Drenagem Urbana

ARTIGO DE REVISÃO

DRENAGEM URBANA

Anna Luisa Alves Cordeiro e Silva, André Felipe Vieira Silva, Jorge Miguel Albernaz Batista, Vinnicius Alves Lemes, João Cláudio Quirino Cardoso

RESUMO: A drenagem urbana é o conjunto de medidas as quais tem como objetivo minimizar os riscos que a população está sujeita, diminuir os prejuízos causados por inundações, contribuindo assim para que haja um desenvolvimento urbano de forma articulada e sustentável. O que mostra que a drenagem é mais do que o gerenciamento da água da chuva que escoa no meio urbano. É visto que a constante urbanização e consequente aumento da população têm produzido impactos significativos na infraestrutura de recursos hídricos bem como no ciclo hidrológico, e um dos principais impactos que tem ocorrido na drenagem urbana e exemplo mais abordado nesse artigo, é o aumento das inundações a qual contribui para uma degradação ambiental. É observado que o conceito de drenagem urbana vêm mudando ao longo dos anos. A visão antiga da drenagem traz conceitos como: levar as águas da chuva para a jusante o mais rápido possível, executando projetos e obras como medida estrutural para resolver os problemas, sendo a base de analise somente econômica. Já a visão moderna, adotada atualmente, busca agregar o meio ambiente: social, legal, institucional e tecnológica, uma vez que é visto que as consequências da falta de visão ambiental acarreta deterioração dos mananciais e a redução da quantidade e qualidade de água para população. Dessa forma, o objetivo da drenagem urbana moderna está basicamente em não transferir os impactos à jusante, evitando a ampliação das cheias naturais, além de recuperar os corpos hídricos, buscando o reequilibro dos ciclos naturais (hidrólogos, biológicos e ecológicos). Logo, é notado que a drenagem urbana bem executada pode elevar a qualidade de vida da população e diminuir os risco de doenças. Sendo assim, uma vez evidenciado que os efeitos da urbanização produz impactos ao meio ambiente, e que tal fato aliado a uma má drenagem urbana traz sérios riscos ao meio social e ambiental, fez se necessário um gerenciamento adequado da drenagem urbana. Assunto que será abordado nesse artigo.

PALAVRAS-CHAVE: drenagem urbana,  urbanização, sustentável;

ABSTRACT: Urban drainage is the set of measures which aims to minimize the risks that the population is subject, reduce flood damage, so that there is an urban development in a coordinated and sustainable manner. Thus showing that the drainage is more than the rainwater seeping management in urban areas. It is seen that the increase in population and the consequent urbanization have produced significant impacts on water resources infrastructure and the water cycle, and one of the main impacts that have occurred in the urban drainage is the form of increased flooding and hence environmental degradation. The old urban drainage vision brings concepts such as lead rainwater to downstream, run projects and works as a structural measure to solve the problems, and the only economic analysis base. Already modern vision seeks to add the environment: social, legal, institutional and technological, since it is seen that the consequences of lack of environmental vision entails deterioration of water sources and the reduction of the quantity and quality of water for the population. The aim of modern urban drainage is basically not to transfer the impacts downstream, preventing the expansion of natural floods, as well as recover the water bodies, seeking the rebalancing of natural cycles (hydrologists, biological and ecological). Therefore, it is noted that the well-executed urban drainage can improve the quality of life of the population and to reduce the risk of disease. Thus, as shown that the effects of urbanization produce environmental impacts, and that this fact combined with poor urban drainage brings serious risks to social and environmental, it is necessary to an adequate management of urban drainage. Which is discussed in this article.

KEYWORDS: urban drainage, urbanization, sustainable;

INTRODUÇÃO

Em dias de chuva sair de casa e se deparar com calçadas alagadas, ruas transformadas em piscinas, comércios e prédios públicos inundados, ou até mesmo ter seu carro danificado pelo contato da água com o motor, seria tudo um grande transtorno para a população. Além do fato de ser intolerável a qualquer pessoa que a circulação das águas na cidade seja veículo de contaminação ou cause risco de vida por afogamento ou desastres, como a destruição de casas. Neste contexto a Drenagem Urbana tem um papel importante no meio social: minimizar a presença de excessos de circulação de água, especialmente pluviais, em locais indevidos no meio urbano. Sendo assim, sua função vai além dos aspectos técnicos da engenharia, pois aborda todas as medidas que visem à atenuação dos riscos e dos prejuízos decorrentes de inundações aos quais a sociedade está sujeita.

Drenagem consiste no termo empregado para designação das instalações destinadas a escoar o excesso de água, seja em rodovias, na zona rural ou na malha urbana, sendo que a drenagem desta última é o objetivo do nosso estudo. Ela não deve promover o desequilíbrio do ciclo hidrológico e o agravamento de condições sanitárias e ambientais, o que leva ao fato de hoje em dia a drenagem urbana ter um enfoque ambiental e que se ela não foi pensada convenientemente e divorciada da realidade das cidades, ela conduz a situações indesejáveis.

 A falta de um planejamento urbano relacionado à drenagem urbana, somadas às alterações que o meio sofre em decorrência do uso inadequado do solo, constituem ingredientes favoráveis à geração de problemas urbanos. A implantação e densificação das atividades humanas, com presenças de construções e edificações aumentando a impermeabilização da superfície faz com que seja alterado o ciclo hidrológico natural, diminuindo assim a infiltração da água no solo e a recarga do lençol freático.

Segundo Feltran-Filho  et  al. (1989), o uso do solo nada mais é que a forma de como o solo está sendo utilizada pelo homem. Esse uso pode provocar alguns danos ao meio ambiente, como erosão intensa, inundações, assoreamento dos reservatórios e cursos d’água.

Dessa forma, com a redução da área permeável, uma determinada bacia hidrográfica passa a ter um aumento expressivo do escoamento superficial das águas pluviais que se dão através das sarjetas das ruas, bocas de lobo, canalizações e galerias até serem lançadas em corpos hídricos.  

Todo este processo, quando não implantado e gerenciado de forma planejada e sustentável, acaba gerando vários problemas, tais como: enchentes, inundações, enxurradas e consequentemente contaminação dos rios, resultando em diversos impactos socioambientais como, por exemplo, a alteração da qualidade das águas dos córregos provenientes da carga de poluentes, assim como de resíduos sólidos lançados juntamente com as águas pluviais; surgimento de erosões; escorregamento de encostas; além de problemas relacionados à saúde pública (com veiculação de doenças) e interdição de vias com prejuízo ao trânsito de veículos.