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A Drenagem Urbana

Por:   •  13/9/2016  •  Artigo  •  1.051 Palavras (5 Páginas)  •  522 Visualizações

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Drenagem Urbana

Sidinei Sembranel[1]

INTRODUÇÃO Segundo Silva (2013), a urbanização do Brasil ocorrida nas últimas décadas foi o pilar essencial da mudança de um país basicamente agrícola para um país possuidor de grandes metrópoles, sendo que a rapidez dessa transformação não incluiu o planejamento ou zoneamento ecológico e econômico necessário para evitar os inúmeros problemas que ocorrem nos centros urbanos. As áreas impermeabilizadas das cidades é um bom exemplo de um planejamento deficiente, pois o bom planejamento na gestão da drenagem urbana é fundamental para a qualidade de vida da população, reduzindo os impactos sociais, de saúde, e ambientais causados pelos alagamentos. Segundo Tucci (2003), em cidades de países em desenvolvimento onde as obras de drenagem urbana, foram conduzidas de forma insustentável, ou cujas técnicas aplicadas de engenharia já foram abandonadas pelos países desenvolvidos a pelo menos 30 anos, o impacto sócio econômico e ambiental é de cunho grave, pois o ciclo hidrológico vem sofrendo alterações especialmente da superfície, causadas pelas inúmeras canalizações do escoamento, aumento de poluição devido à contaminação do ar, das superfícies urbanas e dos resíduos sólidos dispostos pela população. O ápice do crescimento urbano no Brasil ocorreu entre as décadas de 1960 e 1990 onde a população urbana passou de 55% para 76%, sendo que o maior volume desse percentual migrou para as grandes metrópoles ocasionando um crescimento desordenado e sem planejamento, já que o volume de impermeabilizações aumentou gradativamente acompanhando as ocupações desordenadas das encostas de morros e mananciais. Bem como ás áreas hidrológicamente variáveis dos rios e córregos onde há risco de inundação e de escorregamento, ainda as planícies que já sofriam naturalmente a influencia das marés no caso das ocupações litorâneas (TUCCI, 1996). OBJETIVO: Esse resumo prepositivo teve como objetivo apresentar um contexto básico das medidas atuais de controle de drenagem e escoamento superficial adotadas no Brasil bem como as medidas de controle modernas e sustentáveis adotadas pelos países desenvolvidos através de interpretação de trabalhos e artigos disponíveis na literatura. MATERIAIS E MÉTODOS: Nesse contexto a pesquisa aqui apresentada e de cunho exploratório, utilizando dados já apresentados em artigos obtidos em site como da Scielo, Science Direct e Periódicos Capes. RESULTADOS: Conforme Tucci (2003), no Brasil as medidas de controle de drenagem e escoamento adotados regem no principio de escoar a água precipitada o mais rápido possível, uma técnica abandonada pelos países desenvolvidos desde a década de 1970, tendo como consequência o aumento da inundação a jusante, devido o aumento da velocidade, o fluxo não infiltra no solo devido às canalizações, considerado um aumento de volume na ordem de sete vezes. Para o transporte desse fluxo é necessário à ampliação dos canais de escoamento ao longo dos seus trajetos dentro das cidades, elevando os custos a níveis insustentáveis podendo atingir níveis de até dez vezes maior do que se for aplicada a técnica de redução da velocidade de escoamento e da vazão através de infiltração através da detenção. O absurdo é que os países considerados desenvolvidos ou “ricos”, já verificaram esses dados desde a década de 1970 e os países em desenvolvimento ou “pobres” ainda utilizam essas técnicas perdendo segundo Tucci (2003), duas vezes, pois além dos recursos gastos não resolvem o problema dos alagamentos, citando exemplo de cidades como Belo Horizonte onde um canal de escoamento foi executado no rio Arrudas a custo de US$ 25 milhões/km, mesmo com a obra a cidade sofreu inundações logo após sua conclusão. Já as medidas modernas e sustentáveis de controle podem ter sua classificação conforme o componente da drenagem sendo microdrenagem e macrodrenagem, a primeira utilizada a níveis primários de desenvolvimento como terrenos e loteamentos, já a segunda na solução dos controles dos rios urbanos. Tendo como principais características: retenção em pequenos reservatórios para controle da vazão máxima, áreas de infiltração para recebimento do fluxo das áreas impermeáveis e recuperação da capacidade de infiltração, auxiliando na diminuição dos impactos da poluição ambiental. Na verdade trata-se de medidas de detenções e retenções, sendo a detenção referente a reservatórios urbanos com espaços integrados a paisagem, mantidos secos podendo ser utilizado não somente para detenção dos volumes, mas também como espaço esportivo e cultural.  Já as retenções são espaços utilizados como reservatórios de controle do volume de pico do escoamento, permanecendo cheios e que podem ser utilizados também como espaço de lazer da população além do conforto térmico entre outras funções. Atualmente uma das maiores dificuldades de implementação é a quantidade de resíduos sólidos oriundos dos descartes que obstruem as entradas e saídas desses reservatórios. CONCLUSÕES: Observando e analisando a técnica utilizada atualmente no Brasil verifica-se falta de planejamento e o descaso das autoridades no quesito drenagem urbana, a situação de emergência ocorre nas principais cidades brasileiras em que o poder público não aplicou uma técnica de engenharia moderna para uma solução definitiva e sim apenas soluções paliativas, utilizando técnicas arcaicas que foram abandonadas pelos países desenvolvidos. Nota-se que este panorama está além de uma solução imediata, trata-se de uma mudança cultural e econômica onde os interesses políticos sejam deixados de lado e a utilização das técnicas modernas de engenharia disponíveis seja aplicada, para que ocorra uma solução definitiva aliando os custos de implantação com a ocupação dos espaços para cultura, esporte e lazer, contribuindo assim com a qualidade de vida da população.

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