A Qualidade da Água

ANÁLISE DE QUALIDADE DA ÁGUA utilizando coeficiente de correlação de pearson E violação média da estação fluviométria do rio doce, LOCALIZADA em colatina - es

Aline Trice de Alpino1; Michele Silva Rodrigues1; Natália Teixeira Candotti¹; Mirella Gonçalves da Fonseca².

1. Acadêmicos do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Brasileira – Multivix.
2. Engenheira Química, Docente da Faculdade Brasileira – Multivix.

Resumo

Ao longo das últimas décadas foi possível observar uma crescente poluição nos corpos hídricos, como lagos, rios e oceanos. O conhecimento a respeito da qualidade da água é necessário para que sejam tomadas decisões e medidas preventivas a fim de evitar que sejam despejadas elevadas cargas de efluentes de origem doméstica e industrial. O presente estudo avaliou qual a real situação da estação fluviométrica de número 56994500, situada em Colatina, no estado do Espírito Santo, investigando a correlação entre 9 parâmetros monitorados pela Agência Nacional das Águas através do coeficiente de correlação de Pearson e Gráficos de Dispersão. A Resolução CONAMA 357/2005 dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece os valores permitidos, a qual foi utilizada como base para encontrar a porcentagem de violação média de cada parâmetro que excedeu os níveis estabelecidos nesta normativa. Os resultados encontrados possibilitaram identificar as principais fontes de poluição, servindo de embasamento para a concepção de propostas de gerenciamento e preservação desse corpo hídrico.

Palavras-Chave: Qualidade da Água; Parâmetros; Correlação de Pearson.

1. Introdução

A qualidade das águas depende de vários aspectos, dentre eles destacam os usos antrópicos, como as retiradas e lançamentos nos corpos d’água e a variabilidade natural das vazões. O seu estudo torna-se fundamental para a avaliação das suas possibilidades de utilização (PONTES et al., 2012).

Anteriormente, a qualidade era associada apenas a aspectos estéticos e sensoriais, tais como a cor, o gosto e o odor. Mas no final do século 19 e início do século 20 se tornou uma questão de interesse para a saúde pública.  Entretanto, a implementação de um programa de vigilância da qualidade da água só ocorreu a partir da criação do Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde em 1999, e da publicação da portaria 1.469 em 2000 (FREITAS e DE FREITAS, 2005).

O Brasil é caracterizado por possuir abundantes recursos hídricos. Porém, possui também a tendência desvantajosa de desperdiçá-los. A grande crise da água, prevista para o ano de 2020 tem preocupado cientistas de diversas áreas no mundo inteiro, e o caminho que poderá conduzir ao caos hídrico já é trilhado, representando, dentre outros, um sério problema de saúde pública (MORAES e JORDÃO, 2002).

Em uma bacia hidrográfica há vários processos físicos e socioeconômicos, como decisões políticas, ações como obras de engenharia de barragens, transposições, desmatamentos e urbanização de cidades, que, ao serem analisados em conjunto, promovem com o passar do tempo, mudanças nas características hidrológicas, tais como: a velocidade da corrente fluvial, a vazão, a variabilidade das descargas e as características bióticas, moldando, assim, na calha principal do rio uma morfologia de acordo com essas condições (COELHO, 2009).

Segundo Fellengberg (2003), desde os primórdios da história foram formados, pela ação do homem, produtos de despejo e resíduos que, levados aos recursos hídricos, mostraram-se tóxicos, ou pelo menos desagradáveis.

Impacto ambiental pode ser definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente resultante de atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais (Resolução do CONAMA n.º 01 de 23/01/86).

Como consequência destas atividades, tem-se observado uma expressiva queda da qualidade da água e perda de biodiversidade aquática, em função da desestruturação do ambiente físico, químico e alteração da dinâmica natural das comunidades biológicas (GOULART e CALLISTO, 2003).

A ausência de saneamento básico e de uma gestão adequada dos resíduos sólidos são um dos grandes responsáveis pela poluição das águas e pela queda da qualidade do meio ambiente. O saneamento do meio é essencial, sendo responsável pela limpeza urbana, coleta de lixo, drenagem das águas pluviais e controle de vetores, o que não possui somente o objetivo aspectos estéticos e sanitários, mas também visa evitar que o vento, a chuva e outros meios naturais e artificiais transportem seus agentes para os corpos hídricos (BARBOSA, 2014).

O diagnóstico obtido a partir do monitoramento ambiental, teoricamente, possibilita aos gestores tomarem as decisões em torno dos sistemas de abastecimento coletivos e alternativos, no sentido de se exigirem as intervenções adequadas, quando há ocorrência de não conformidades com a qualidade da água. Este diagnóstico também pode permitir o mapeamento de áreas ou sistemas de maior vulnerabilidade ambiental e técnica, ajudando a definir as que são prioritárias (FREITAS e DE FREITAS, 2005).

Ainda de acordo com Freitas e de Freitas (2005), no que se refere à vigilância da qualidade da água, inclui um amplo conjunto de responsabilidades à nível local (município), envolvendo a administração, operação e manutenção do sistema, assim como a vigilância, a informação e o controle da qualidade da água.

Tendo com escopo de estudo a estação fluviométrica do Município de Colatina, localizada no Espírito Santo, a presente pesquisa avaliou os parâmetros utilizando o índice de desconformidade das variáveis de qualidade da água em relação à legislação vigente, correlacionando os mesmos através do coeficiente de Correlação de Pearson, visando verificar a qualidade da água.  

1. ESTUDO DE CASO

Realizou-se um levantamento dos registros de Qualidade da Água obtidos pelo monitoramento realizado pela Agência Nacional das Águas (ANA), fornecidos através do site Hidroweb, do período de 1990 a 2000. A estação fluviométrica escolhida foi a de código 56994500, localizada em Colatina, no estado do Espírito Santo, referente ao Rio Doce, possuindo uma área de drenagem de 76400 Km2.