ESTUDO DA ALTERAÇÃO DE TONALIDADE EM TECIDOS DE LÃ E O SEU TINGIMENTO COM CORANTE NATURAL EXTRAÍDO DO EUCALIPTO E DOS EXCREMENTOS DO BICHO-DA-SEDA
Por: brunoribeiro97 • 14/5/2019 • Trabalho acadêmico • 3.059 Palavras (13 Páginas) • 169 Visualizações
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Universidade Estadual de Maringá
Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia de Produção
7310 –TECNOLOGIA DE BENEFICIAMENTO TÊXTIL E DA CONFECÇÃO 2018
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ESTUDO DA ALTERAÇÃO DE TONALIDADE EM TECIDOS DE LÃ E O SEU TINGIMENTO COM CORANTE NATURAL EXTRAÍDO DO EUCALIPTO E DOS EXCREMENTOS DO BICHO-DA-SEDA
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Bruno Gomes Ribeiro RA 99959 Fernanda Banci Garcia RA 98780
TURMA 32 |
Data de Entrega: 08/10/2018 |
Maringá - Paraná
Brasil
ESTUDO DA ALTERAÇÃO DE TONALIDADE EM TECIDOS DE LÃ E
O SEU TINGIMENTO COM CORANTE NATURAL EXTRAÍDO DO
EUCALIPTO E DOS EXCREMENTOS DO BICHO-DA-SEDA
Bruno Gomes Ribeiro RA 99959
Fernanda Banci Garcia RA 98780
Introdução
O processo de tingimento em artigos têxteis é praticado há muito tempo. Os fatores que intervém no processo de tingimento com corantes sintéticos (temperatura, tempo de tingimento, pH da solução, adição de sais, adição de álcalis, ensaboamento, uso do corante para cada tipo de fibra) é bem conhecido. Porém, para os corantes naturais é pouco analisado, em decorrência do contexto histórico de seu uso (ROSSI e tal, 2015).
O uso do corante natural, ao decorrer da história, foi substituído pelo uso dos corantes sintéticos, devido à complexidade da sua utilização quando comparado aos recentes (GIACOMINI e tal, 2016). Outros fatores que motivaram a substituição foram: o baixo custo do uso dos corantes sintéticos, a garantia da qualidade devido a homogeneidade do tingimento, padronização de processos e ampla variedade de cores com boa solidez da cor (BECHTOLD; MAHAMUD-ALI; MUSSAK, 2007; BECHTOLD e tal, 2006; PUNTENER; SCHLESINGER, 2000).
Porém, o crescente uso dos corantes não naturais, utilizados em larga escala, gera poluição ambiental significativa e sérios riscos à saúde humana (FORGACS; CSERHÁTI; OROS, 2004). A estrutura molecular complexa aromática, faz com que os corantes se tornem impossibilitados de serem biodegradáveis no ambiente (KHOUNI e tal, 2011). Problemas que atualmente são discutidos, e que tem como tendência global, a preocupação de substituição por corantes alternativos que não impactam negativamente o ambiente.
Sendo assim, nos anos 90, houve um crescente no uso dos corantes naturais (HILL, 1997). A fonte para obtenção desses corantes é enorme. Podem ser retirados de folhas, frutos, flores, raízes, cascas de plantas, insetos, fungos e minerais (ASPLAND, 1998; IBRAHIM e tal, 2010). Isso faz com que a produção seja incentivada nas industrias, devido a possibilidade de obtenção desses corantes sem custo. Isso se dá, pois é possível obter o corante natural utilizando subprodutos baratos de atividades agrícolas e silviculturas, ou resíduos destas.
No entanto, o tingimento com corante natural tem o desfavorável, de casos com baixo índice de solidez à lavagem (IBRAHIM e tal, 2010), e casos com alteração de tonalidade da cor (GIACOMINI e tal, 2016). Sendo assim, necessário o estudo dos efeitos de variáveis e técnicas no tingimento natural para obter produtos tintos com qualidade e conscientização ambiental.
Nesse artigo, foi analisado os meios corretos para o tingimento em tecidos de lã, utilizando corantes naturais extraídos do eucalipto e dos excrementos do bicho da seda. Foi analisado as variáveis e condições ótimas para os tecidos tintos com corante de eucalipto, e a utilização de mordentes no processo de tingimento com corantes de excrementos do bicho da seda, ambos avaliando a solidez da cor à lavagem desses tecidos.
Alteração de tonalidade em tecidos de lã com corantes naturais
O aumento da demanda por produtos sustentáveis e ecologicamente corretos, tem influenciado no crescente retorno dos corantes naturais (ROSSI e tal, 2015). Sendo assim, a preocupação com a qualidade e durabilidade dos produtos estão cada vez maiores. Para o mercado, a solidez da cor à lavagem é um dos principais requisitos de qualidade, quando se tinge com corantes naturais. Isso, por ser a avaliação da cor do artigo tinto submetido à lavagem doméstica. No Brasil, utiliza-se a norma ABNT NBR ISO 105-C06 – Solidez de cor à lavagem doméstica e comercial, para esse processo (GIACOMINI e tal, 2016).
A mudança de tonalidade, ao invés do desbotamento da cor original, é um defeito frequente nos testes da solidez à lavagem. A pesquisa de Raisanen, Nousiainen e Hynninen (2011), mostrou a mudança da cor amarela do tecido de lã, com corante natural, para avermelhada em contato com detergente alcalino. E a de Ying (2013), mostrou nos tecidos de lã tintos com corante natural, em contato com soluções alcalinas de pH entre 6 a 8, a mudança de coloração violeta para amarela (GIACOMINI e tal, 2016). Dessa forma, é importante reconhecer o comportamento do corante natural no processo de tingimento e identificar as condições ótimas (temperatura, tempo de tingimento, pH da solução, adição de sais) das etapas para obter artigos tintos com qualidade (ROSSI e tal, 2015).
Sendo assim, o conhecimento de todas as etapas e dos elementos corretos no processo de tingimento, os métodos e os efeitos do corante natural nos artigos, se tornam previsíveis e controlados (ROSSI e tal, 2015). No processo de coloração das fibras de lã, Needles (1986) afirma que precisa ser em meio não básicos, pois além da alteração na tonalidade, há a possibilidade de degradação das fibras em solução alcalina. Recomenda-se, o uso de sabão neutro ou o uso de detergente no procedimento de lavagem no beneficiamento primário do artigo de lã (FAN; HUNTER, 2009; FRANCK, 2001). A imagem abaixo (Figura 1) mostra a diferença de tonalidade na cor dos tecidos, utilizando valores diferentes de pH, com coloração obtida por diferentes corantes naturais.
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