GESTÃO DE SUPRIMENTOS EM EMPREENDIMENTOS
Por: Monaísa Andrade • 20/5/2018 • Trabalho acadêmico • 4.802 Palavras (20 Páginas) • 133 Visualizações
GESTÃO DE SUPRIMENTOS EM EMPREENDIMENTOS
RESUMO
A atividade de construção civil é parte indissociável do desenvolvimento do país, gerando bens que, além de produzir a infraestrutura necessária para diversas atividades econômicas, proporcionam bem-estar e qualidade de vida à sociedade. Porém, segundo os conceitos mais recentes da economia industrial, não é possível analisar a indústria da construção enquanto atividade fim isolada, assim, introduz-se o conceito de cadeia de valor (Supply Chain).
Diante de um mercado tão acirrado, as empresas do segmento da construção civil estão em uma busca incessante pela redução de custos, ganhos de produtividade e vantagem competitiva sustentável para se manterem no mercado. Entretanto, o descuido dado à gestão nos canteiros de obras, principalmente no que diz respeito aos materiais, acaba gerando prejuízos financeiros para a obra e, consequentemente, para construtoras.
A sequência de atividades do gerenciamento do material dentro da empresa também foi descrita e avaliada desde o pedido do material até seu consumo final na obra. Dentro deste tópico foi ressaltada a importância do gerenciamento de estoques dentro do empreendimento, assim como cada material deve ser armazenado, suas respectivas classificações. Dentro da gestão de estoques é de suma importância o método de controle para os itens a serem utilizados na obra. Contudo, devido a diversidade de temas e especificidades da obra não há um registro detalhado de como é realizado. Logo que esta é uma importante vantagem competitiva no setor da construção civil.
INTRODUÇÃO
A indústria de construção civil ainda é vista como atrasada no Brasil perante aos demais setores fabris no que diz respeito à produtividade, devido a fatores como: baixo nível de industrialização, mão-de-obra desqualificada e elevado desperdício de materiais (OLIVEIRA e MELHADO, 2006). Esse atraso impacta diretamente na qualidade do produto final, especialmente no segmento de edificações.
Entre empresas do setor da construção civil, há uma crescente busca por qualidade, menor custo, rapidez e flexibilidade do processo produtivo (VIEIRA, 2006). A gestão de materiais e insumos torna-se, portanto uma variável relevante dentro do contexto de uma obra.
Além disso, a movimentação de grandes quantidades de mercadorias, assim como o impacto financeiro que estas promovem dentro do custo final do produto final de uma empresa da construção civil, seja pelo seu gerenciamento seja pelos custos envolvidos em sua aquisição, requisitam uma eficiente gestão dos materiais (HAGA,2000).
Para a análise deste trabalho, buscou-se na literatura publicada a compreensão das práticas de gestão de materiais e insumos. Subdividimos a análise da gestão dos materiais em 3 etapas ou grupos de análise:
- Aquisição de Suprimentos;
- Controle de recebimento e logística reversa; e
- Gerenciamento de estoques.
AQUISIÇÃO DE SUPRIMENTOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL
Gerenciamento de cadeias de suprimento
A gestão de uma cadeia de suprimentos é definida por LAMBERT & COOPER (2000) como a integração dos processos chaves do negócio, a partir do usuário final e através dos fornecedores de produtos, serviços e informações que agregam valor aos clientes e a todos os envolvidos direta e indiretamente.
Esses autores também afirmam que o gerenciamento de todos os fornecedores a partir do ponto de origem e de todos os produtos/serviços a partir do ponto de consumo envolve um certo grau de complexidade. Ainda, segundo os autores, nos últimos 30 anos, muitas pesquisas em marketing ignoraram dois pontos críticos: primeiro, não houve contribuição pela inclusão de fornecedores da manufatura e, portanto, foi negligenciada a importância da perspectiva de cadeia total de suprimentos; segundo, focou-se nas atividades de marketing sem a percepção da necessidade de integrar e gerenciar os múltiplos processos chaves entre e através das empresas.
O estudo das cadeias de suprimento envolve, invariavelmente, a identificação dos fornecedores e clientes nos diferentes níveis, funções e processos, considerando um foco. Para os fins deste trabalho, tomaremos como foco a empresa construtora, conforme a figura abaixo, proposta por LAMBERT & COOPER (2000):
[pic 1]
Figura 1 – Estrutura de rede da cadeia produtiva
Define-se, ainda, como membros primários da cadeia de suprimentos todas as empresas autônomas ou negócios estratégicos cujas atividades agregam valor (operacional e/ou gerencial) no processo de negócio que produz um bem específico para um cliente particular ou para o mercado, e os membros suportes são as empresas que fornecem recursos, conhecimento, serviços ou bens para os membros primários.
Desta forma, definindo-se a empresa construtora como sendo a empresa focada para a análise das cadeias de suprimentos, os membros da cadeia incluem todas as empresas com as quais a construtora interage direta ou indiretamente através dos fornecedores ou clientes de diferentes níveis, desde o ponto de origem até o ponto de utilização.
Gestão de compras
Na construção civil, o departamento de compras está relacionado à produção, ou seja, ao canteiro de obra. Sua função está diretamente ligada ao abastecimento do processo produtivo em que o principal objetivo é atender todas as demandas do ciclo construtivo (ROBBINS apud SANTOS, 2006). Mesmo ciente da importância, atualmente a maioria das empresas da construção civil possui um setor de compras
caracterizado como sistemático e reativo (ARNOLD,1999).
Características sistemáticas e reativas, segundo Arnold (1999) é fazer do departamento de compras apenas mais um setor dentro da empresa que encontra fornecedores com a intenção de trocar bens e/ou serviços por determinada soma de dinheiro, sem dar importância estratégica à questão. Esse comportamento acarreta no desenvolvimento de um modelo ineficiente de gerenciamento de compras nas empresas da construção civil. A ineficiência no setor gera consequências, conforme Santos (2002) elenca: Falta de controle; Centralização das compras; Relacionamento conflitante entre a obra e o escritório; Falta de tempo para negociações e Desconhecimento do planejamento estratégico da empresa.
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