RESENHA QUASE O PIOR CENÁRIO: O INCÊNDIO NO TÚNEL DE BALTIMORE EM 2001

“QUASE O PIOR CENÁRIO”: O INCÊNDIO NO TÚNEL DE BALTIMORE EM 2001 (A)

Referências: ESTHER SCOTT – KENNEDY SCHOOL OF GOVERNMENT

O artigo discorre sobre um incêndio ocorrido em julho de 2001 em um túnel de trem na cidade de Baltimore. A autora relata que o acionamento frequente do corpo de bombeiros da cidade para a extremidade norte do túnel de trem sob rua Howard, estava fora do comum naquele dia e que os bombeiros perceberam rapidamente de que não se tratava de um falso alarme, mas sim de um descarrilamento e incêndio de um trem de carga da CSX Corporation. O que mais preocupava era o fato de o trem transportar diversos produtos químicos que que quando expostos ao fogo poderiam explodir e/ou liberar fumaça tóxica na cidade. Um incêndio subterrâneo no coração da cidade que não se podia ver, ou se quer alcançar e que poderia causar uma reação química catastrófica.

A autora relata que o Túnel da Rua Howard foi concluído em 1986 e era de propriedade e operação da CSX Corporation em 1,7 milhas e possuía cerca de 60 pés de profundidade em relação à superfície da rua em sua parte mais profunda e 3 pés na parte mais superficial.

Localizado no centro da cidade era cercado de edifícios, escolas, estádio de baseball, o porto interno da cidade, hospitais, entre outros. A Rua Howard, importante rota norte-sul também cruzava com várias estradas Leste-Oeste da cidade fazendo importantes ligações no centro da cidade.

Desde 1961 não havia transporte de passageiros através do túnel. Em 2001 muitos dos moradores da cidade não tinham conhecimento do túnel subterrâneo, exceto os proprietários de negócios e residentes das proximidades que podiam ouvir os trens no subterrâneo. Isto inclui o prefeito da época Martin O’Malley. “Basicamente uma linha invisível. Até a fumaça começar a derramá-la.” Foi o que disse um historiador ao The Baltimore Sun. Em 1985 um funcionário anônimo da segurança federal relatou ao The Baltimore Sun que caso ocorresse uma explosão no túnel “o fogo poderia atirar para fora ambas as extremidades como uma bazuca”. O plano de emergência da cidade elaborado em 1987 não incluía nenhuma disposição sobre emergências no túnel e na verdade nem falava sobre sua existência. Em outros túneis da cidade como parte do treinamento do corpo de bombeiros foram feitas perfurações e simulações de emergências com passageiros, mas nunca com acidentes com produtos químicos. Na época um porta voz do corpo de bombeiros disse que se fosse levantada a possibilidade de um acidente envolvendo um cenário semelhante, certamente diriam ser um exagero.

Na tarde do dia 18 de julho de 2001, Um trem transportando 60 vagões se deslocava pelo túnel em direção à Nova Jersey, 31 deles continha papel, madeira, óleo de soja, e produtos químicos ou outros 29 estavam vazios. A tripulação era de apenas dois homens. Poucos minutos depois de entrar no túnel os tripulantes foram forçados a fazer uma parada repentina e brusca e sem conseguir contactar a central da CSX na Flórida decidiram desacoplar três carros temendo uma possível asfixia pela fumaça da queima do diesel.

Por volta das 15:25 retomaram o contato com a central e foram autorizados a entrar no túnel novamente após a dissipação total da fumaça. Mas a fumaça não diminuiu pelo contrário, só aumentava, dessa forma entraram em contato com a central outra vez informando que os vagões desacoplados carregavam produtos químicos perigosos e poderiam ter pegado fogo. Às 16:15 o corpo de bombeiros foi contactado pela CSX e informado da situação. Imediatamente se deslocaram para o túnel e lhes foi apresentado o regulamento de porte e embarque do trem onde apontava que 8 dos vagões transportava combustíveis e produtos químicos corrosivos e perigosos que poderiam causar queimaduras e problemas respiratórios, mas o que mais preocupava era uma