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RMN ANÁLISE DE VINHOS TINTOS EM GARRAFAS LACRADAS

Por:   •  25/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  577 Palavras (3 Páginas)  •  198 Visualizações

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RMN ¹H– Análise de vinhos tintos em garrafas lacradas

A análise de qualidade de vinhos é altamente requisitada no setor da enologia. No entanto, o simples fato de abrir a garrafa desvaloriza o produto, sendo necessário o desenvolvimento de métodos alternativos não-invasivos. O produto pode ter alto valor agregado, pois para um mesmo vinho (mesma variedade de uva), o preço pode variar centenas de vezes, dependendo do local e do ano da produção. Atualmente, dois métodos não-invasivos têm sido propostos para análise de qualidade de vinhos em garrafas lacradas: análise de perfil diamagnético e espectroscopia de ressonância magnética (RMN) em alta resolução, usando um imã de tomógrafo de RMN. Porém, esses métodos têm baixa seletividade e/ou usam aparelhos que custam milhares de dólares.

Na Embrapa, foi desenvolvido um método de RMN muito mais simples, rápido, que não precisa de operador altamente especializado, sendo um aparelho mais barato que os demais. A ideia por trás desse método é o uso de uma técnica especial de RMN conhecida como RMN ¹H no domínio do tempo, baseado em um imã permanente tipo Halbach de 0,23T e 10cm de bore livre utilizando sequências de pulso CPMG E CP-CWFPx-x. Em vez de se obter uma imagem ou um espectro, na RMN no domínio do tempo se mede o tempo que o sinal desaparece após ser irradiado com uma onda de rádio.

Dentro desse ímã, há também a antena de RMN que envia e recebe os sinais de RMN em 9 MHz. A garrafa não interfere na análise, pois as ondas de rádio não são totalmente absorvidas pelo vidro, plástico ou outras matérias não metálicas. Além desse conjunto ímã/antena, o aparelho de RMN tem um transmissor e receptor de rádio de 9 MHz. O transmissor é similar ao de uma estação de rádio AM e o receptor, a um rádio AM. Para fazer a análise, esse transmissor e receptor são controlados por um microcomputador, que também pode processar o sinal de RMN e classificar os vinhos. 

Além dos vinhos do Brasil (comerciais e outros produzidos pela Embrapa), foram incluídos tintos do Chile, Uruguai, Argentina, Portugal, França, Itália, Espanha e África do Sul. As principais variedades viníferas analisadas foram Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Tannat. As garrafas foram analisadas três vezes em três métodos. O tempo de resposta é de um segundo e o tempo total para cada medida gira em torno de um minuto. É medido a relaxação, o desaparecimento do sinal de ressonância após a irradiação da amostra.

Os resultados indicam que o tempo que o sinal leva para desaparecer varia de acordo com a região em que o vinho (uva) foi produzido. A explicação para isso vem da composição dos micronutrientes que a uva retira do solo e estão presentes no vinho. Como esse decaimento depende do tipo e concentração do micronutriente como ferro, manganês, cobre, vanádio, entre outros, obtendo-se uma boa correlação entre o decaimento do sinal de RMN e a origem do vinho diretamente nas garrafas. Os resultados mostraram que a variação de relaxação dos vinhos ocorreu devido à concentração de Mn²+, que tem uma relaxatividade maior do que o Fe ³+ e o Cu²+. Portanto, os resultados apontam que os vinhos de diferentes origens geográficas têm diferentes perfis de relaxação conforme a concentração de metais absorvidos durante o crescimento das uvas, devido as propriedades edafoambientais

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