Um Laudo Pericial

São João da Boa Vista, 10 de setembro de 2018.

À

Câmara de Avaliações e Perícias do IBAPE/SP Rua Maria Paula, 122. Conjunto 106.

São Paulo - SP.

Prezados Senhores,

José Batista da Silva, Engenheiro Civil, inscrito no CREA sob no 060121874-5, tendo sido honrado pela designação feita pela Câmara de Avaliações e Perícias do IBAPE/SP, para examinar a queda de um muro de divisa, tendo feito os exames e diligências necessários, vem pela presente apresentar seu parecer técnico.

1 . Histórico

Em Junho de 2018 a firma Construtora Domus Ltda., iniciou as obras de construção de um imóvel residencial.

No período em que foram iniciadas as obras de desaterro do lote, ocorreu a queda do muro de divisa.

Os serviços de conserto da coluna foram orçados em R$ 45.500,00.

Tendo sido levantada a suspeita de que a origem desse desabamento tivesse sido pelo desaterro do terreno,  o proprietário do imóvel ao lado convocou o signatário para examinar o problema.

2. Diligências realizadas

No dia 20 de Agosto de 2018, das 8 ás 12 horas, foi efetuada uma vistoria no local, acompanhado pelo responsável técnico da Construtora Domus, Antônio Bergamin Junior, para averiguação das possíveis causas que levaram ao desabamento do muro.

3. Relatório Técnico.

3.1 Da vistoria efetuada

Foi constatado in loco, que a retirada do volume de terra foi realizada através de uma retroescavadeira, devido à grande quantidade de terra, bem como por marcas deixadas no referido terreno.

O muro tinha uma altura de 3 metros, sendo que foi realizado estacas de 4 metros de profundidade a cada 2,5 metros com 30 centímetros de diâmetro. O total escavado do corte do talude foi de 2,5 metros.

A medida em que a terra foi sendo retirada, houve um leve deslocamento do muro, evidenciado por meio de trincas e rachaduras, levando o mesmo a posterior queda.

Com a queda do referido muro, ocorreram danos na piscina ocasionando problemas hidráulicos e estruturais.

3.2 Dos projetos estruturais

O Imóvel vizinho possui todos os projetos estruturais elaborados, seguiu rigorosamente os mesmos, não constando nenhuma observação de alteração.

3.3 Dos funcionários        que executaram os serviços de terraplanagem.

Segundo se apurou, solicitando-se a carteira de trabalho de registro dos funcionários que estavam executando os serviços, os mesmos possuíam pouca experiência como operador de máquinas pesadas.

4. Conclusões

1 - A queda do muro ocorreu devido a retirada do volume de terra, pela retroescavadeira.

2 - Os projetos estruturais existentes não foram consultados pelos profissionais técnicos responsáveis pela construtora.

3 -  Os funcionários responsáveis pela terraplanagem não possuíam experiência necessária para a realização dos serviços.

4 - Com o corte realizado no lote, foi retirado uma carga de estabilidade de um lado do muro, acontecendo a instabilidade e queda do mesmo.

6 - Portanto, concluo que após toda a análise do ocorrido, a Construtora contratada foi negligente na execução dos serviços, não tendo colocado profissionais técnicos capacitados para a realização dos serviços.