A Liderança na Era da Instantaneidade
Por: Airton Moreira • 19/9/2021 • Trabalho acadêmico • 1.747 Palavras (7 Páginas) • 349 Visualizações
ATIVIDADE INDIVIDUAL
Matriz de atividade individual
Disciplina: Liderança na Era da Instantaneidade Módulo:
Aluno: Turma: III
Tarefa: Atividade Individual
Introdução
Vivemos um momento conturbado, imposto pela natureza à todas as nações mundiais, levando as empresas a tomarem decisões imprevistas por qualquer analista de mercado. Este cenário trouxe mudança na forma comportamental em todos os níveis empresariais. As lideranças também têm que se adaptar ao momento e, aqueles líderes que ainda viviam no passado, não vinham se atualizando às novas formas de liderança, esbarrarão em obstáculos que poderão custar-lhes suas carreiras.
O trabalho apresentado tem como objetivo a discussão sobre as características seguidas pelas nossas lideranças brasileiras dentro desse mercado que exige cada vez mais a digitalização e a globalização, não deixando margem para aqueles que não estejam dispostos a seguir as novas tendências, onde as ações devem ser tomadas com muita agilidade e assertividade e a miscigenação cultural é mandatória em todos os elos.
Desenvolvimento
Por eu ser um profissional mais antigo no mercado já vivenciei diversas das mudanças ocorridas ao longo dos anos e para cada uma é necessária uma readaptação, contudo, mantendo aquilo que de bom foi observado em cada período. Na primeira vez que fiz uma faculdade, me lembro muito do professor de administração frisando sobre Ford, Fayol e seus exemplos de liderança. Eles sempre terão sua importância para a história, mas devido ao que o momento exige, temos que olhar para o futuro e nos readequarmos buscando o que há de novo e o que há por vir. No meu primeiro trabalho me lembro do meu chefe me determinando aquilo que eu deveria fazer, embora eu soubesse exatamente qual era a minha função e o que eu deveria entregar, a cobrança das tarefas era feita a ferro e fogo. Como na época era a forma atual dos chefes trabalharem, aquilo era aceito e bem-visto pelos chefes dos chefes que também cobravam da mesma forma. Conforme estudamos com a professora Walquiria Vallone em sala de aula, no nosso curso de Liderança e Inovação da FGV, o hábito em receber ordens diretas faz com que o “funcionário”, como erámos conhecidos à época, esteja sempre esperando uma ordem e não seja proativo.
No Brasil encontramos duas características de liderança:
1. Tradicionais
2. Modernas.
Personalismo
Na característica tradicional a concetração do poder está completamente direciona da a ao líder ou chefe. A figura do chefe é incontestável, seu poder é grande e a organização acredita que não deve deliberar aos subordinados tomarem atitudes que possam ser contrárias à sua vontade. Com isso a empresa perde muito, pois as pessoas não se expõem com medo de perderem seus empregos. Nesse contexto apresenta-se também o personalismo, onde o chefe assume um papel paternalista e é visto sob um pedestal. O seu tratamento diferenciado aos seus liderados representa grande importância, pois ele se sente também como uma pessoa que importa e reconhecido pela empresa. O personalismo tem sua importância, pois aproxima a organização a imagem da família, transmitindo a sensação de inclusão daquele funcionário como parte da organização. Sob esta característica, não se apresentam divergências culturais, a formação das equipes geralmente é baseada nas características das pessoas que exercem posisçõe chaves na empresa, ou seja, as contratações buscam preencher perfis que se encaixem aos já existentes. As empresas buscam profissionais que tenham características que não venham a conflitar com as existentes, tais como gosto por futebol, estudarem nas mesmas faculdades, terem as mesmas etnias, sempre acreditando que as pessoas se encaixarão melhor aquele departamento.
Lealdade de Pessoal
DaMatta (1997) avalia que a sociedade brasileira possui uma lógica relacional, cujas características são a busca constante pela inclusão, pela maximização das relações e pela crença maior nas relações sociais do que nos próprios indivíduos que lhes dão forma. Assim, o indivíduo valoriza mais as necessidades de seu líder do que as necessidades organizacionais ( RONCHI, Carlos).
No brasil existe um forte apelo pela lealdade, isso aplica-se em diversos setores da sociedade e nas empresas não é diferente. Na característica tradicional de liderança isso exerce muita força, pois as pessoas tendem a seguir fiéis aos seus líderes. Muitos dos líderes são um exemplo para o funcionário que, muitas vezes, busca seguir os seus caminhos para tingir o mesmo nível dentro daquela empresa. Isso envolve aspectos sociais e de inclusão. Para a organização brasileira isso tem grande importância, pois devido a essa lealdade os líderes conseguem extrair de suas equipes grande dedicação e esforço, às vezes, até passam por cima de seus objetivos pessoais e deixam de lado interesses familiares com o intuito de cumprirem suas metas para agradar seu líder. Essa prática muitas vezes leva a frustrações, pois a lealdade nem sempre é inversamente proporcional e só serve enquanto atende aos interesses do líder e não do liderado.
Em algumas das empresas que trabalhei até agora em minha carreira, vivenciei algumas situações em que essa lealdade teve grande representação, em algumas delas, trazendo até prejuízo a empresa. Em uma das empresas um funcionário mais competente tecnicamente acabou sendo preterido diante de um outro mais leal ao líder, mesmo com toda a superioridade de conhecimento. Este funcionário demitido acabou sendo contratado por uma empresa concorrente e levou com ele uma carteira grande de clientes conquistados por ele.
No cenário atual algumas dessas características não são mais aceitas. A pandemia veio acentuar uma necessidade de mudança nas lideranças e mudando as características necessárias. A característica moderna é de relações sociais agradáveis e harmoniosas, onde as expansões emotivas são vistas e aceitas com empatia e a informalidade como parte da comunicação passa a ser incorporada no dia a dia das organizações sem nenhum entrave. Sobre as relações sociais agradáveis e harmoniosas, hoje na empresa temos um canal para conversa entre equipe, pois aquele cafezinho da tarde que tínhamos enquanto o trabalho era presencial, não é mais possível. Ao menos uma vez na semana a equipe tem uma conversa com o líder para falarmo sobre tudo
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