CARACTERIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS EM ÓLEOS COMESTÍVEIS, POR CROMATOGRAFIA EM FASE GASOSA COM DETECÇÃO POR IONIZAÇÃO EM CHAMA.
Por: anapaulaavila • 26/6/2019 • Relatório de pesquisa • 1.134 Palavras (5 Páginas) • 237 Visualizações
INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE CIÊNCIAS DA VIDA E DA NATUREZA[pic 1]
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS
RELATÓRIO AULA PRÁTICA DE FUNDAMENTOS DA CROMATOGRAFIA
CARACTERIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS EM ÓLEOS COMESTÍVEIS, POR CROMATOGRAFIA EM FASE GASOSA COM DETECÇÃO POR IONIZAÇÃO EM CHAMA.
ANA PAULA ÁVILA
Foz do Iguaçu
2019
1. Introdução
Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbônicas longas, os mais encontrados na natureza são: láurico, mirístico, palmítico, esteárico, araquídico (saturados) e os insaturados, palmitoleico, oleico, linoleico (ômega 6), linolênico (ômega 3), araquidônico e etc. Essas moléculas hidrocarbônicas podem ser saturadas (quando não apresentam ligações duplas entre carbonos) ou insaturadas (se apresentarem ligações duplas entre carbonos). Ácidos graxos com mais de uma ligação dupla são chamados de Poliinsaturados.
Ômega é um termo usado para indicar a posição da primeira insaturação, a partir da terminação metila. Por exemplo, o ácido linoleico é chamado de ômega 6 pois sua primeira ligação dupla está após o sexto carbono. O mesmo ocorre com o ômega 3. Os mamíferos não produzem esses ácidos graxos, porém eles são essenciais e devem ser incluídos na dieta porque em ação conjunta desempenham atividades benéficas para a saúde.
As propriedades físico-químicas de um ácido graxo dependem do comprimento da cadeia carbônica e do grau de instauração. Geralmente os pontos de fusão dos ácidos saturados aumentam de acordo com o aumento das massas moleculares devido as interações de Van der Waals aumentadas entre as moléculas.
A diferença entre óleos e gorduras está na proporção de grupos acila saturados e insaturados presentes na molécula. As gorduras animais e o óleo de coco por exemplo, são constituídos por uma quantidade superior de grupos acila saturados do que insaturados, já em óleos vegetais os grupos predominantes são os insaturados.
O processo de esterificação consiste na transformação de um óleo ou gordura em produtos químicos conhecidos por ésteres livres, os quais são mais voláteis e por isso melhor detectados em Cromatografia Gasosa. Esta transformação química envolve a reação do óleo ou gordura com um álcool na presença de um catalisador.
2. Objetivo
Determinar a composição percentual de ácidos graxos livres em óleos comestíveis, objetivando a distinção e identificação dos óleos.
3. Equipamentos
- Banho Maria
- Balança Analítica marca Shimadzu, modelo ATY224
- Vortex
- CG/FID Thermo Scientific com coluna TR- FAME 120m x 0,25mm x 0,25µm.
4. Materiais
- Micropipetador de 5 mL
- Micropipetador de 1 mL
- Tubo Falcon
- Amostra de azeite de oliva extra virgem
- Amostra de óleo de coco
- Vial de 4 ml
5. Amostras e reagentes
- Solução de NaOH/CH₃OH 0,5 mol.L-1
- 2 amostras de óleos distintos
- reagente esterificante (9,9920g de cloreto de amônio – 300 mL de Metanol – 15 mL de Ácido Sulfúrico)
- Solução saturada de NaCl.
- n-octano
- Padrão FAME Mix, C4-C24
6. Métodos
6.1 Esterificação
Pesou-se 0,025 g de duas amostras de óleo e adicionou 4 mL de solução de NaOH/CH₃OH 0,5 mol.L-1, aqueceu em banho maria a 100º C/5min e esfriou com água de torneira, adicionou 5 mL de reagente esterificante e aqueceu em banho maria a 100ºC/5min, adicionou 4 mL de solução saturada de NaCl e agitou num vortex durante 30 s, finalmente adicionou 2 mL de n-octano, homogeneizou novamente por 30 s e deixou na geladeira durante 24 h separando as fases.
6.2 Análise Cromatográfica
As amostras foram analisadas em equipamento TRACE 1310 (CG) Gas Chromatograph (ThermoScientfic) com dectector FID. A coluna utilizada nesse trabalho foi a TR-FAME 120m x 0,25mm x 0,25µm. O fluxo de gás de arraste foi mantido em 1,0 mL min-1, sendo o gás nitrogênio empregado. O método de injeção empregado foi do tipo slipt 1:10. A rampa de temperatura foi programada da seguinte forma: 180 °C (12 min), 5°C/min até 210 °C (1min.), 2,5ºC/min até 240 °C (10min). Tempo de análise total 41 min.
7. Resultados e Discussão
A esterificação dos ácidos graxos é realizada pois os ésteres são mais voláteis e portanto detectáveis em CG. Essa reação trata-se da formação de éster a partir de um ácido e de um álcool. O hidrogênio do ácido carboxílico é substituído por boa parte da cadeia carbônica do outro reagente. Como resíduo, forma-se água.
Os cromatogramas das amostras analisadas seguem abaixo, na Figura 1:
[pic 2]
Figura 1 – Cromatogramas Óleo 1 (em cima) e Óleo 2 (em baixo)
A identificação dos ácidos graxos foi realizada por comparação dos tempos de retenção das amostras (Figura 1) com os tempos de retenção do Cromatograma do padrão FAME de ésteres (ANEXO).
Segundo De Souza et al (1998) e Damiani et al (2013) podemos identificar os picos correspondentes a cada Ácido Graxo conforme Tabela a seguir:
Tabela 1 – Número do pico e seu Ácido Graxo
Nº do pico | Fórmula | Nome | Nº do pico | Fórmula | Nome |
1 | C4:0 | Butírico | 14 | C17:0 | Margarico |
2 | C6:0 | Capróico | 15 | C17:1 | Heptadecenoico |
3 | C8:0 | Caprílico | 16 | C18:0 | Esteárico |
4 | C10:0 | Cáprico | 17 | C18:1n-9t | Elaídico |
5 | C11:0 | Hendecanóico | 18 | C18:1n-9c | Oleico |
6 | C12:0 | Láurico | 19 | C18: 2n-6t | Linolelaídico |
7 | C13:0 | Isomirístico | 20 | C18:2n-6c | Linoleico |
8 | C14:0 | Mirístico | 21 | C20:0 | Araquídico |
9 | C14:1 | Miristoleico | 22 | C18: 3n-3 | α -linolênico |
10 | C15:0 | Pentanodecenóico | 23 | C20:1 | Eicosenoico |
11 | C15:1 | Isopalmítico | 27 | C22:0 | Behênico |
12 | C16:0 | Palmítico | 29 | C18:3n-6 | Y - linolênico |
13 | C16:1 | Palmitoleico | 31 | C23:0 | Tricosanóico |
33 | C24:0 | Lignocérico |
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