A DEPRESSÃO INFANTIL
Por: beka.cyber • 11/5/2015 • Trabalho acadêmico • 3.802 Palavras (16 Páginas) • 217 Visualizações
DEPRESSÃO INFANTIL
BERNARDINO, Ana Cláudia Amaro
SILVA, Danielle Ayres
RESUMO
A depressão em crianças por muito tempo foi ignorada. A infância era considerada como um período tranquilo, longe de grandes preocupações. Porém, especialistas e estudiosos tem contestado essa “afirmação” e alertam, não só sobre o diagnóstico de depressão infantil, mas também sobre sua gravidade em alguns casos. Da mesma maneira que ocorre com os adultos, a depressão em crianças pode ser causada por qualquer combinação de fatores relacionados à saúde física, acontecimentos da vida, histórico familiar, ambiente, vulnerabilidade genética e distúrbios bioquímicos. A depressão não é um estado de humor passageiro que vai embora sem tratamento. É uma doença muito séria e que deve ser tratada logo aos primeiros sintomas. A pesquisa tem por objetivo refletir sobre como identificar crianças que estejam deprimidas e o modo como pais e educadores podem reduzir significativamente os eu sofrimento. Para que estes objetivos sejam alcançados a metodologia utilizada foi à revisão bibliográfica sobre o tema Depressão Infantil.
Palavras-chave: Educação, Depressão Infantil, Pais, Educadores.
1.0 INTRODUÇÃO
Considerado o quinto maior problema de saúde pública do mundo, a depressão atinge aproximadamente 121 milhões de pessoas de todos os sexos e em todas as faixas etárias, inclusive crianças.
Em estudos recentes realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que são cerca de 13 milhões brasileiros sofrem de depressão, e aponta que de 2% a 5% das crianças sofrem de transtornos depressivos em idade escolar.
O termo depressão vem sendo utilizado para definir estados de melancolia ou tristezas em uma pessoa, é considerado uma desordem de humor. Pessoas que sofrem com a depressão apresentam quadros de pensamentos constantes de cunho negativo, sentimento de culpa e sensação de inutilidade, diminuição do prazer e do ânimo para atividades cotidianas e de lazer e perda da capacidade de planejamento para o futuro; é como se o seu “eu” morresse.
A frequência com que a palavra "depressão" costuma ser utilizada como sinônimo de tristeza é um exemplo claro de como a busca da felicidade provoca confusão. Ficar triste devido à morte de um ente querido ou amigo, à perda do emprego, ou simplesmente por que algo não saiu como estava planejado, é um estado emocional transitório e perfeitamente normal. Diferente, portanto, da depressão, doença caracterizada quando esses sentimentos negativos se tornam tão fortes e constantes que incapacitam o indivíduo para atividades cotidianas.
A depressão infantil ou a saúde mental das crianças tem sido uma temática que vem necessitando um novo olhar, um olhar que compreende que não é uma doença apenas de “gente grande”, uma vez que vem sendo diagnosticado um maior número de crianças depressivas. Pensando nisto, este estudo buscou uma atualização do conhecimento através de uma revisão bibliográfica, particularmente naquilo que concerne aos espaços da sintomatologia na depressão infantil.
O presente estudo visa identificar a concepção do conceito de depressão infantil, analisar as formas de manifestação da depressão em crianças em idade escolar refletindo sobre como identificar crianças que estejam deprimidas e o modo como pais e educadores podem reduzir significativamente os eu sofrimento.
2.0 METODOLOGIA
Este artigo propõe uma reflexão sobre a depressão infantil que é caracterizada por uma serie de sintomas que, representam mudanças bastante significativas no comportamento das crianças. Tristeza, solidão, rebeldia, irritabilidade, apatia e desanimo são alguns dos sintomas de uma criança que apresenta um quadro depressivo.
O artigo está fundamentado na metodologia de pesquisa bibliográfica, que consiste na leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, textos, etc.
A pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de parte da bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado. Ela tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema.
Sendo assim, apresento como definição de pesquisa bibliográfica a busca de uma problematizacão de um projeto de pesquisa a partir de referências publicadas, analisando e discutindo as contribuições cientificas e culturais sobre o tema.
3.0 DESENVOLVIMENTO
A depressão é um dos temas que tem despertado grande interesse de áreas como a neurociências. O autor Rogério Thaddeu (2007, p. 24) chama atenção para as pesquisas na área da neurociência e afirma: “As atuais pesquisas no campo da neurociência afirmam que o cérebro humano se molda às experiências vivenciadas no ambiente, ou seja, depende dos estímulos disponíveis.” E complementa: “Avançamos na quantidade de informações sobre o mundo, no entanto, ainda somos analfabetos no terreno das emoções.” (Rogério Thaddeu, 2007, p. 25.)
Nos últimos anos muita coisa tem sido dita sobre a depressão; o termo vem sendo usado com grande liberdade e proporção. Basta um pequeno problema, para que as pessoas se declarem deprimidos.
“A sociedade da qual fazemos parte têm organizado nossas vidas em função do trabalho, que cada vez mais o torna como fonte de angústia e estresse. [...] Muitos dedicam uma vida inteira para o alcance de tão esperada estabilidade financeira, e quando conseguem chegar ao auge da profissão, sentem-se vazios e angustiados.” (Rogério Thaddeu, 2007, p.52.)
O que se tem percebido nos últimos anos é que a depressão, não tem atingido somente os adultos, mas tem se manifestado na infância, caracterizando-se pela associação de vários sintomas, o que muitas vezes torna o diagnostico difícil. Nos adultos, é mais fácil de ser diagnosticada. Muitas vezes os adultos falam sobre os seus sentimentos, e caso não façam isto suas atitudes revelam que não se sentem bem e a família percebe que algo de errado está acontecendo. Com as crianças, é diferente. Elas aceitam a depressão como fato natural, próprio de sua personalidade. Embora estejam sofrendo, não sabem que aqueles sintomas são resultado de uma doença e que podem ser aliviados. A criança tem grande dificuldade para expressar que está deprimida. Primeiro, porque não sabe nomear as próprias emoções, dependem dos adultos para ajudar dar significado aos seus sentimentos, tais como a tristeza, ansiedade e angústia.
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