AS RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO E O ESTADO PARA A COMPREENSÃO DO CAPITALISMO.
Por: jeff_melo • 29/10/2018 • Trabalho acadêmico • 1.743 Palavras (7 Páginas) • 393 Visualizações
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
as relações sociais de produção e o Estado para a compreensão do capitalismo.
Trabalho apresentado ao curso de graduação em Administração da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção da aprovação na disciplina Sociologia.
Professor:Sergio Luiz Ferreira Rabelo
RIO DE JANEIRO
2018
Entre as contribuições de Karl Marx e Friedrich Engels em relação aos movimentos e relações sociais, podemos destacar alguns elementos teóricos que são capazes de diferenciá-las das demais contribuições de outros filósofos e sociólogos.Um dos pontos que podemos é o interesse de Marx pelo movimento operário, apesar de não ter sidocriada nenhuma teoria totalmente voltada aos movimentos sociais. Isso porque os filósofos e sociólogos vinculados ao marxismo, especialmente os mais clássicos, davam maior prioridade as discussões dos sindicados e partidos.
“O movimento operário era o movimento social por excelência, de modo que a noção de movimento social estava vinculada à condição de classe operária e à luta entre capital e trabalho” (GALVÃO, 2011, pág. 107).
Segundo Lucas Brandão (2017),
“Ao aliar uma tradição acadêmica fortemente sustentada, a uma visão interventiva e assertiva sobre a sociedade, Marx e Engels prepararam uma teorização daquilo que eram as fundações sociais e produtivas do capitalismo. Como objetivo, e para além do utópico objetivo de visualizar o que seria uma sociedade ideal, procuraram perceber como se dava a acumulação do capital em alguns no fluxo da produção capitalista, desvendando os eventuais paradoxos na sua operacionalização”.
Em relação as classes e movimentos sociais, há duas definições: a primeira, é a voltada para a classe que labuta para adquirir renda e ocupação profissional, esta distante das idéias marxistas; e a segunda, a voltada para a ação, a força social, que não pode ser vista somente como mero reflexo da posição econômica em que se encontra. Estes conceitosderivam principalmentedo comportamento político de cada uma, e suas distinções trazem um efeito mais objetivo para ambas.
“O conceito de classe se define simultaneamente no nível econômico, político e ideológico: as classes sociais são conjuntos de agentes sociais determinados principalmente, mas não exclusivamente, por seu lugar no processo de produção, isto é, na esfera econômica” (POULANTZAS, 1978, pág. 13 apud GALVÃO, 2011, pág. 109).
Com isso, a exploração e a dominação das classes foi delimitada principalmente pelo seu campo de interesse, que é construído através de suas lutas.
“É possível destacar a importância da oposição das classes na emergência e estruturação dos movimentos sociais, uma vez que os conflitos que estes expressam estão, em grande parte, relacionados aos efeitos da exploração e da dominação capitalista” (MILIBAND, 1999, pág. 475 apud GALVÃO, 2011, pág. 110).
Deste modo, o Capitalismo é um sistema socio-econômico cuja forma de exploração da força de trabalho acontece por meio da mais valia. “Os meios de produção e o capital financeiro são de propriedade privada, e seus proprietários são uma minoria da população, e os não-proprietários vivem dos salários pagos em troca do fornecimento de sua força de trabalho para a produção” (GOMES, Infoescola). Este processo não ocorre de forma voluntária, e é necessário o domínio de uma classe sobre a outra.
O contexto político da Revolução Industrial, onde os estudos de Marx e Engels aconteceram, foi determinante para que suas idéias fluíssem de forma tão unificada. Ambos se tornaram grandes influenciadores das forças partidárias políticas de esquerda, na luta contra as classes opressoras.
Marx, principalmente, traz diversas concepções e fundamentações acerca da teoria do lucro capitalista, ao assumir a mais valia e o modo de produção como a base do lucro capitalista, o resultado da diferença entre o valor final da mercadoria resultante da produção, e o valor total dos meios de produção e do próprio trabalho.
Com a mecanização produtiva que acontecia na época da Revolução Indutrial, o valor do trabalho oferecido pelos indivíduos se tornou muito mais abstrato, não sendo possível verificar concretamente o que era de fato o salário de cada operário, pois, ao estarem “influenciadas pelo mercado, as origens do lucro moram na propriedade do capital, naquilo que cada empresário concentra e gera a partir das suas estruturas” (Brandão, 2017). O que de fato causou revolta e indignação a Marx foi a forma como esse lucro era dividido, e quais eram os benefícios dos operários recebiam. Por fim, Marx considerou o lucro como o que excedia do resultado de um relação social em um certo momento histórico e econômico.
Entretanto, Brandão (2017) explica que
“como crença, Marx e Engels partiam de um princípio de que o capitalismo seria desmantelado de dentro para fora, ou seja, a partir das suas lacunas. Detetando uma classe trabalhadora explorada e expropriada, apontaram o caminho para a formação histórica e social das suas consciências, e firmá-la como uma classe revolucionária”.
Com isso, ao identificarmos que o Socialismo, uma doutrina política e econômica voltada para a coletivização dos meios de produção, distribuição de renda e supressão da propriedade privada e das classes sociais, como propriedade do Estado, percebemos que “a simples transferência para o Estado dos meios de produção é a condição necessária e suficiente para que se constituam novas relações de produção socialistas” (NAVES, 1994, pág. 71).
Deste modo, é necessário entender que, apesar da divisão das classes, a luta de classes é vista como controversa, dentro do contexto marxista. Marx opta por separá-las entre sindical e política, pois percebeu-se com o tempo que as reinvidicações dos movimentos sociais de ordem corporativa não necessariamente são voltadas contra a exploração capitalista, pois,
“compreender o posicionamento de classe requer, pois, a análise das condições materiais e da conjuntura política, do impacto da ideologia dominante, da relação com as outras classes, para evitar afirmações que relacionam automaticamente base social e posição política” (GALVÃO, 2011, pág. 112).
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