Artigo “Práticas de gestão estratégica de custos adotadas por empresas brasileiras de segmentos do agronegócio”

Resenha crítica sobre o artigo “Práticas de gestão estratégica de custos adotadas por empresas brasileiras de segmentos do agronegócio”.

O artigo aqui considerado, foi escrito por Marcos Antonio de Souza, Doutor em Controladoria e Contabilidade pela USP. Com o claro objetivo de identificar as práticas de gestão estratégica de custos adotadas por empresas brasileiras do agronegócio, foi realizado um estudo baseado na situação de mercados globais e acirramento da concorrência. Tratado como um estudo exploratório e quantitativo, os dados foram coletados segundo um tipo de escala de resposta psicométrica usada habitualmente em questionários, sendo a mais utilizada em pesquisas de opinião, mostrando-se efetivamente válida para a compreensão da situação que se deseja avaliar. As questões foram respondidas baseando-se em uma escala, aonde os entrevistados especificam seu nível de concordância com uma afirmação. De posse das questões, foi possível verificar a propriedade com que as decisões das empresas devem ser tomadas provendo informações relevates aos responsáveis, a fim de dar suporte no processo de gestão, o que permitiu que se estudasse um modelo de gestão como diferencial competitivo.

Além de um modelo de gestão geral da empresas, um modelo de gestão estratégica de custos (GEC) foi avaliado. Baseado em fatores como a qualidade dos produtos gerados nas empresas, os processos e atividades desenvolvidas, e o fator análise de desempenho, o qual funciona como indicador permitindo a compreensão e análise da situação econômica e financeira das empresas de uma forma ampla, e aplica-se a todos os aspectos de custos analisados nas práticas de gestão estratégica de custos. E, não menos importante o fator concorrente, que permite a análise externa dos custos baseada em informações de empresas da cadeia.

  A pesquisa baseou-se em 34 empresas dos segmentos açúcar e álcool; madeira, papel e celulose, sendo avaliadas através de um modelo estatístico descritivo de distribuição de frequência, desvio padrão e medidas de correlação. Considerando a partir dos resultados que as práticas mais utilizadas por essas empresas estão ligadas a determinantes de custos, análise da cadeia de valor, indicadores e métricas não financeiras, custo-meta, custo padrão e custos logísticos, simultaneamente.

Ao investigar a utilização, a importância e/ou benefícios percebidos e dificuldades de implantação por empresas do agronegócio nas práticas de GEC tratadas como as mais adequadas para contribuir com os gestores no processo de gestão das organizações, pode-se perceber o elevado grau de dificuldade de implantação em algumas das práticas, já o nível de concorrência não apresentou relevância na adoção das práticas, nem a estrutura de capital mostrou-se relaionada com o tipo de estratégia utilizada. Assim, pode-se concluir que existe uma baixa correlação entre as práticas empregadas e o grau de concorrência, procedência do capital e táticas competitivas das empresas. Tal análise permitiu que se entendesse a dificuldade das empresas em interligar os sistemas de gerenciamento conhecidos, demonstrando a existência de um possível contrassenso quando os benefícios e problemas na implantação e metodologia de aplicação das práticas GEC abordadas pelo pesquisador são avaliados.