Estatistica Aplicada
Por: dollymel • 15/5/2015 • Artigo • 1.687 Palavras (7 Páginas) • 180 Visualizações
- 1) CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÃO GERENCIAL DA DEPARTAMENTALIZAÇÃO, DEFININDO OS TIPOS DE DEPARTAMENTOS E OS PROCESSOS DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS EM CADA TIPO DE DEPARTAMENTO E SEUS CENTROS DE CUSTOS;
Até́ 2008, a política econômica estava baseada na autonomia operacional do Banco Central, superávit primário elevado, câmbio flutuante, respeito aos contratos e maior abertura ao exterior. As mudanças introduzidas na política econômica a partir da crise financeira foram acompanhadas de vários desequilíbrios que aumentaram a vulnerabilidade da economia brasileira a choques externos e passaram a restringir a trajetória de crescimento da economia brasileira. Inflação elevada, crescimento da dívida interna do governo e necessidade crescente de poupança externa são indicadores de inconsistência da política macroeconômica atual.
A persistência durante 12 anos (2003– 2014) em um modelo econômico que privilegiou a expansão do consumo interno para despertar “o espírito animal” dos empresários industriais para acelerar o crescimento econômico está esgotada. A economia convergiu para um crescimento de 2% ao ano, a taxa de investimento diminuiu para 18% do PIB e o nível de produção física da indústria de transformação do país estava, em marco de 2014, 2,7% abaixo do observado em setembro de 2008. Os motores da expansão do mercado interno perderam forca: o poder aquisitivo da família brasileira está́ crescendo a uma taxa anualizada de 2%, o nível de desemprego está́ aumentando e a expansão do crédito à pessoa física está muito mais comedida.
O governo brasileiro repetiu, a partir de 2008, os mesmos erros cometidos pelo governo militar em 1974, quando o país enfrentou choques externos adversos: aumentou o protecionismo, o intervencionismo estatal na economia, o controle de preços e a expansão de crédito comandado por bancos públicos, particularmente o BNDES. Os resultados desta política macroeconômica inconsistente refletiu no aumento do risco Brasil e na volatilidade da taxa de câmbio, contribuindo para a redução dos investimentos privados e para o decepcionante crescimento da produtividade da mão de obra.
A consistência da política macroeconômica brasileira começou a ser construída nos últimos 25 anos, a partir da transição do modelo fechado ao exterior dos anos 1970 e 1980, para um regime mais aberto do ponto de vista comercial, financeiro e de investimento direto. Foram reduzidas as barreiras as importações, o mercado financeiro foi desregulamentado e foram eliminadas restrições institucionais a uma maior participação do capital estrangeiro em investimentos na infraestrutura. Na sequência, o Plano Real representou o “divisor de aguas” com a estabilização da inflação. A abertura comercial e financeira ao exterior, iniciada no final dos anos 1980, já́ estava suficientemente avançada em meados de 1994, viabilizando a utilização de “uma âncora cambial” na disciplina dos preços dos produtos transacionados internacionalmente e do ingresso de capital externo para financiar o déficit público (em substituição ao imposto inflacionário). São estas inovações que possibilitaram a drástica redução da inflação observada nos últimos 20 anos e que consolidaram a manutenção de uma inflação moderada no país.
A estabilização da inflação foi a grande “política social” brasileira, na medida em que reduziu dramaticamente o imposto inflacionário, altamente regressivo, responsável pelo aumento da desigualdade na distribuição de renda ocorrida no período da inflação extrema (em 1993, a inflação havia sido de 2.500%). A eliminação da grande inflação foi a principal responsável pelo resgate de 28 milhões de brasileiros da pobreza absoluta. Mas, uma inflação de 6,5% ao ano, como a observada atualmente, ainda é um componente importante no aumento da disparidade de renda, penalizando os brasileiros de renda baixa e média. Este é o mais importante desafio de curto prazo do próximo governo: assumir o compromisso explicito de reduzir a inflação para 4,5% ao ano e preparar a política macroeconômica para uma meta de inflação de longo prazo de 3% ao ano. Atualmente, a principal iniquidade sobre a população brasileira é uma inflação instável e elevada, com um Banco Central com autonomia operacional reduzida e preços de energia e transporte artificialmente controlados pelo governo. O governo atual ainda não aprendeu que não se pode dar trégua ao combate à inflação e que o argumento “uma inflação um pouco maior pode contribuir para o crescimento econômico” é falacioso e não encontra respaldo analítico ou empírico na experiência da política macroeconômica moderna. Ao abandonar a austeridade fiscal, a autonomia operacional do Banco Central e o regime de câmbio flutuante e adotar a “nova matriz macroeconômica”, o governo federal passou a colher resultados cada vez mais inconsistentes, que culminaram com o rebaixamento da nota de crédito soberano pela Standard & Poros. O “micro gerenciamento “deve ser substituído por regras de estimulo à produção e ao investimento que sejam horizontais, abertas para todos os setores da economia. O governo não tem a onisciência para escolher setores/empresas para crédito subsidiado, desoneração tributária e proteção da concorrência externa. Ao introduzir intervenções discricionárias na economia, o governo gerou muitas incertezas, e a taxa de investimento diminuiu. A política de intervenção na área energética foi devastadora: a Petrobras teve sua capacidade de investimento comprometida frente aos desafios do preá́-sal, desorganizou-se o setor sucroalcooleiro e descapitalizaram-se as geradoras e distribuidoras de energia elétrica. As sequelas de intervenções intempestivas na infraestrutura são muito claras: comprometeram recursos adicionais do Tesouro, pioraram o desempenho da balança comercial e minaram a confiança do setor privado em investir em infraestrutura. Os desafios de curto e longo prazos do próximo governo são extremamente complexos, devido as grandes distorções de política econômica introduzidas nos últimos seis anos, e não existe garantia de que elas possam ser devidamente equacionadas pelas dificuldades políticas que o governo irá enfrentar. Mas, inequivocamente, o grande desafio para 2015 é o de reduzir a inflação, e o principal instrumento é a contenção do crescimento desordenado das despesas do governo federal. Com as últimas informações estatísticas disponíveis até́ marco de 2014, as despesas primárias do governo estavam crescendo a uma taxa real anualizada de 7,4%, ritmo quatro vezes e meia superior ao crescimento do PIB previsto para o mesmo ano. O governo terá́ que avançar significativamente na disciplina fiscal para criar espaço para uma redução consistente da taxa de juros, sem acelerar a inflação. Não será́ com receitas extraordinárias ou aumento de impostos que o país deverá enfrentar este problema a partir de 2015, mas por meio do controle da expansão das despesas. O controle sobre o crescimento da despesa do setor público é o caminho mais adequado para a redução da carga tributária no futuro e para eliminar o maior entrave sobre a competitividade da indústria brasileira O ajuste fiscal observado na última década foi importante para controlar a trajetória da dívida interna do governo, mas a qualidade do ajuste fiscal deixou muito a desejar. Foi feito pelo caminho mais fácil, aumento da carga tributária bruta e redução dos investimentos públicos, e não por controle das despesas. Em meados dos anos 1990, a carga tributária estava próxima a 25% do PIB. Hoje, situa-se em 37% do PIB, a mais alta do mundo para países de renda média e acima da dos países da OCDE. Este aumento de carga tributária reduziu a capacidade de poupança e investimento do setor privado, sem aumentar o investimento do setor público, passando a ser um dos principais entraves ao crescimento da produtividade no longo prazo.
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