Etica Organizacional
Por: marciasilcar • 18/11/2015 • Dissertação • 650 Palavras (3 Páginas) • 319 Visualizações
Ética Organizacional
MUITO PRAZER
No capítulo 8, do livro “Ética para meu Filho”, o autor, Fernando Savater, descore sobre a moralidade e imoralidade no sexo. Referindo-se a que moral da vida sexual seria tratada de forma igual a moral que instituímos a outras áreas que abrangem a ética. Nesta passagem do texto Savater (2012, p.100) diz que: “(...) Tanto que alguns acham que a moral se dedica antes de tudo a julgar o que as pessoas fazem com seus genitais. (...)”. Logo, verifica-se a presença do julgamento pelos outros do que é certo ou errado em relação a vida sexual de outras pessoas, assim sendo o autor deixa bem claro que em muitos casos existe a distorção da conduta moral no sexo.
Já em outro momento o Savater (2012, p.100) cita que: “(...) imoral no sexo é utiliza-lo para prejudicar outra pessoa (...)”. Observa-se que não há nada de imoral no sexo, desde que outra pessoa não se prejudique com esse ato, ou seja, isto é a ética não prejudicar as pessoas. Pois bem, em torno da sexualidade em outras áreas da vida está o prazer, a esse respeito Kraut (2011) diz que Sócrates intitula a virtude como a arte de medir o prazer, já Aristóteles, refere-se ao prazer como um bem, e não como sendo propriamente dito o próprio bem, em relação ao bem ou o mal.
Ao mesmo tempo, Matos (2012) associa o prazer à liberdade, apontando para a escravidão que muitas vezes é acarretada pelo excesso de sensações que o prazer pode possibilitar. Em tempos modernos, pode-se exemplificar com o prazer, sensações de extrema euforia, ocasionado pelas drogas ilícitas. Certamente a liberdade de decisão perpasse a todos os humanos, como também a responsabilidade pelas decisões tomadas.
Ainda sobre o prazer, Taille (2011) relata que Freud “(...) identifica no prazer uma dimensão erótica: o desejo sexual estaria em todas as atividades humanas, mas sublimado. (...)”. Seguindo a descrição de conduta moral sexual Taille (2011), afirma que a moral sexual se modifica ao longo dos tempos, “(...) de uma época para outra, de uma comunidade para outra, de uma religião para outra, para não dizer de um clã para outro (com a exceção da proibição do incesto, presente, de uma forma ou de outra, em todas as morais sexuais)”.
Após a explanação, sobre o prazer na ótica de alguns autores, Savater (2012) menciona o medo do prazer associado à obsessão da imoralidade sexual, pois o prazer é bom momentaneamente, quando esse interfere além do que convém, acaba por prejudicar, o próprio homem, ou até mesmo o escravizando-o. O autor também lembra que o sexo não pode apenas ser utilizado para a procriação, pois se necessita de bem estar, afinal de contas somos também um corpo e sem satisfação não há vida boa.
O prazer transforma-se em alegria que é a recompensa mais alta, a gratificação, mas a de ressalvar a necessidade não prejudicar a vida de outrem, com tais atos. Logo ao final do capítulo o Savater (2012) cita uma frase de John Stuart Mill, descrita a seguir, para finalizar a discussão entre moral, sexualidade, prazer e liberdade:
“A única liberdade que merece esse nome é a de buscar nosso próprio bem, por nosso próprio caminho, enquanto não privamos os outros do seu ou não os impedirmos de se esforçarem por consegui-lo. Cada um é o guardião natural de sua própria saúde, seja física, mental ou espiritual. A humanidade ganha mais ao consentir a cada um que viva à sua própria maneira do que ao obrigá-lo a viver à maneira dos outros.” (Mill, s/d apud Savater, 2012, p.109)
REFERÊNCIAS
KRAUT. Richard e colaboradores. Aristóteles: e ética a Nicômaco. São Paulo: ArtMed, 2011.
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