Insercao da Mulher no Mercado Laboral
Por: jumelca • 19/10/2015 • Monografia • 16.707 Palavras (67 Páginas) • 250 Visualizações
Capítulo I – Introdução
1.1. Introdução
O presente estudo, cujo tema é: “A Inserção da Mulher no Mercado de Trabalho: Estudo Comparativo entre a direcção da INAS, no Distrito de Báruè, e o Conselho Municipal da Vila de Catandica, também no mesmo distrito, enquadra-se no contexto de trabalho de conclusão do curso de licenciatura em Administração Pública, ministrado pela Universidade Católica de Moçambique.
Para a realização deste trabalho recorreu-se a uma diversidade de metodologias dos quais se destacam os métodos qualitativo, quantitativo e exploratória, tendo o inquérito e entrevista semi-estruturada como técnica de colecta de dados.
O trabalho está estruturado em cinco capítulos, a saber: a presente introdução, com seus elementos; o segundo capítulo, a revisão da literatura, o ponto de discussão teórica sobre as bases da pesquisa. Nesta parte, apresenta-se os conceitos de género, integração de mulher no mercado de trabalho, bem como as políticas de promoção de género presentes no país, a literatura empírica e focalizada; o terceiro capítulo, denominadas metodologias, onde se descreve Natureza de investigação, População e Amostra, Método de Colecta de Dados, Procedimentos; – o quarto capítulo – a apresentação e discussão dos resultados. Nele, apresenta-se e se discute separadamente os dados colectados pela via do questionário e a via de entrevistas, relacionando-as com o referencial teórico para que se possa esboçabar uma conclusão parcial do estudo a realizar; o quinto capítulo, apresenta-se a conclusão, onde são tecidas as considerações finais sobre a pesquisa realizada e apresentadas as respectivas recomendações. Por fim apresenta-se as referências bibliográficas.
1.2. Justificativa
A participação da população feminina no mercado de trabalho tem apresentado significativos avanços nas últimas décadas, ainda que se constate um forte desequilíbrio entre homens e mulheres no que concerne a inserção produtiva e haja evidências de discriminação na ascensão profissional.
Diversos mercados laborais têm sido executados e a maioria destas reflexões aponta que esta participação diferenciada, em alguns sectores de relevo e não só, está relacionada ao persistente paradigma sociocultural criado em torno de distintos papéis que cabem aos homens e mulheres, enquanto actores sociais. Com base neste paradigma, cabe aos homens o papel de principal provedor da família, reservando-lhes uma maior participação e maior rendimento nas actividades produtivas, enquanto às mulheres cabem as tarefas voltadas a complementação do orçamento familiar, devendo conciliar o trabalho e a maternidade, muito embora apresentem maiores níveis de escolaridade em relação aos homens, nalguns casos. Ou seja, segundo esta perspectiva, homens e mulheres assumem diferentes actividades sob a justificativa de serem biologicamente adequados para determinadas tarefas e não outras.
Esta divisão baseia-se na concepção de que a diferença biológica, do sexo masculino e feminino, representa também uma diferença de capacidades, qualidades, habilidades e características que homens e mulheres carregaram naturalmente em seus corpos. Portanto, a natureza dos corpos justifica os trabalhos femininos e trabalhos masculinos, fundamentados na crença de que, assim como existem o sexo masculino e o feminino, também existem habilidades masculinas e femininas que tornam homens apto para o trabalho masculino e mulheres aptas para trabalho feminino.
Perspectivando uma maior compreensão da problemática de desigualdades de género em muitos sectores da sociedade, tendo a INAS e CMVC como o local da constatação, propôs-se analisar detalhadamente esta realidade. Com efeito, a INAS tem uma média de 29 colaboradores, dos quais apenas٪24 são de sexo feminino. Nesta Direcção, encontra-se homens a desempenhar trabalhos que outrora eram considerados exclusivos para as mulheres. Está-se a referir a limpeza de escritórios e os espaços comuns. Por outro lado, no CMVC, onde o número de colaboradores é de 96, a realidade é diferente. Entretanto, o número de homens, se comparado com o das mulheres, é reduzido. Ou seja, 53% dos colaboradores são mulheres.
Socialmente, este estudo vai fortalecer o empoderamento da mulher no mercado laboral pois, através dele, perceber-se-á a real situação da mulher nestas direcções provinciais, no que se refere a sua integração bem como o tratamento que ela tem tido e, com base nisso, poder-se-á adoptar medidas de equilíbrio ou reajustamento dos géneros, diminuindo desse modo a grande diferença entre homens e mulheres no mercado laboral.
Cientificamente, este estudo traz uma contribuição na resolução da problemática de equidade de género no sector laboral, na medida em que analise os factores que, de certa forma, não estão a facilitar o devido enquadramento da mulher no mercado de trabalho e propõe soluções para este efeito.
Pessoalmente, as reflexões em torno desta situação foram importantes desde o início do curso. E, como mulher, este estudo é um contributo pessoal para desmitificação de existência de trabalhos típicos de mulheres assim como de homens.
Portanto, estas são as variadas motivações subjacentes ao surgimento e desenvolvimento do presente estudo.
1.3. Objectivo do estudo
1.3.1. Objectivo geral
- Avaliar o nível da integração da mulher no mercado de trabalho.
1.3.2. Objectivos específicos
- Discutir a dinâmica de incorporação de mulheres no mercado de trabalho, tendo em vista as transformações ocorridas tanto no mundo do trabalho quanto nas questões de género;
- Analisar as limitações e as oportunidades de integração da Mulher no mercado de trabalho nestas direcções provinciais.
- Verificar o nível de implementação das políticas de equidade de Género nestas duas instituições.
1.4.Definição do problema
As relações de trabalho estão directamente ligadas à cultura e ao contexto de cada região. Assim como a cultura e o contexto da região influenciam nas relações de trabalho, elas também afectam o que as organizações têm como modelo de empregado, influenciando directamente quem elas contratam ou demitem. De facto, apesar de algumas variações, frequentemente vê-se em anúncios de vagas a propensão pela preferência pelo género masculino em detrimento do outro, corroborando para o que nos referimos no início deste ponto. Pode-se até arriscar em dizer que existe uma relação necessária entre a cultura e a questão laboral.
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