O Autismo No Ensino Regular
Por: Fernanda Nunes Fraga • 4/5/2023 • Monografia • 2.673 Palavras (11 Páginas) • 98 Visualizações
TEMA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA
TÍTULO: AUTISMO NO ENSINO REGULAR
1. INTRODUÇÃO
A legislação brasileira determina que todas as crianças devesse ter acesso à
escola comum, incluindo sujeitos com transtornos do espectro do autismo (TEA). No
entanto, é preciso preparar os educadores formados e os prestes a se formarem
para lidar com estas crianças que têm sua própria maneira de se comportar, ver e
interagir com o mundo.
1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA
A educação de crianças autistas no ensino regular é o tema deste projeto. É
sabido que educandos com autismo necessitam de estratégias especificas para
aprendizagem. Por isso, esta monografia buscará mostrar a importância das
principais ferramentas de ensino utilizadas em sala de aula.
A proposta é compartilhar como o professor pode atuar beneficamente na vida
do seu aluno autista. O interesse pelo tema se deu a partir do momento em que foi
vivenciada essa realidade ao participar de um programa de estágios na escola de
Ensino Fundamental, onde foi realizado esta pesquisa em participação ativamente
de um processo de adaptação à sala de aula, de um menino com seis anos de idade
com autismo clássico.
Partindo da premissa que o ensino inclusivo é um direito conquistado e é dever
de toda a sociedade aceitar e respeitar as diferenças faz-se necessário e importante
estudar a inclusão do aluno autista na escola regular da rede pública. Analisar a
realidade escolar da rede pública no processo de inclusão será o objetivo deste
trabalho, onde será estudado quais são as práticas pedagógicas utilizadas para que
ocorra com sucesso a inclusão de crianças autistas nos primeiros anos de
escolarização. A partir da identificação dos principais métodos apresentados, será
necessário compreender também qual a real importância da família como suporte
para uma inclusão escolar de sucesso.
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Será utilizado como metodologia incialmente a revisão bibliográfica e
posteriormente uma pesquisa de campo será realizada para compreensão e
confrontação dos dados obtidos na revisão bibliográfica. Esta pesquisa terá caráter
descritivo e abordagem qualitativa, sendo realizada por meio de estudo de campo
com questionário aberto como instrumento.
Serão realizadas observações em sala de aula para conhecer o trabalho do
educador e sua metodologia, e como são feitas as intervenções do professor junto
ao aluno em cada situação que se apresentava, se existe uma boa interação entre
educador e educando, será observado se havia interesse por parte do aluno em
participar das atividades e em aprender.
Em resumo, este trabalho buscará servir como um guia para que nós, futuros
educadores, possamos entender o cenário da inclusão do aluno autista no ensino
regular.
1.1.1.A HISTÓRIA DO AUTISMO
O termo autista surgiu em 1943 quando Leo Kanner, psiquiatra austríaco,
publicou a obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” após acompanhar 11
casos de crianças com “incapacidade de se relacionarem” com outras pessoas. Bem
como comportamentos repetitivos e dificuldades em aceitarem mudanças na rotina
ou no ambiente, (KLIN, 2006, p. 4).
Apenas no início da década de 1960, pesquisadores ao redor do mundo
compreendeu que este transtorno cerebral se encontrava presente em todos os
países, sem distinção de raça, cor, sexo ou classe social (ibid.). Em 1978, o
psiquiatra infantil, Michael Rutter, indica quatro critérios para definir o autismo:
1) atraso e desvio sociais não só como função de retardo mental; 2)
problemas de comunicação, novamente, não só em função de retardo
mental associado; 3) comportamentos incomuns, tais como movimentos
estereotipados e maneirismos; e 4) início antes dos 30 meses de idade
(RUTTER, 1978 apud KLIN, 2006, p. 4).
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De acordo com Klin (2006), em 1980 o autismo foi incluído na lista de
transtornos do DSM-III (guia de classificação diagnostica), sendo classificado como
TID “Transtornos Invasivos do Desenvolvimento”, pois entendiam que diversas áreas
e funcionalidades do corpo são afetadas pelo autismo. Como observa Bosa (2000),
os critérios de prejuízos adotados pelo DSM- IV (1994), são os mesmos descritos
por Kanner (1943), são eles:
prejuízo qualitativo na interação social; b) prejuízo qualitativo na
comunicação verbal e não-verbal, e no brinquedo imaginativo; e c)
comportamento e interesses restritivos e repetitivos.
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