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A GESTÃO ESTRATÉGIA PARA DECISÃO DE FONTES DE FINANCIAMENTO EM MOMENTOS DE CRISE

Por:   •  11/5/2022  •  Projeto de pesquisa  •  2.254 Palavras (10 Páginas)  •  133 Visualizações

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GESTÃO ESTRATÉGIA PARA DECISÃO DE FONTES DE FINANCIAMENTO EM MOMENTOS DE CRISE

Projeto de Pesquisa apresentado à Universidade Nove de Julho (Uninove) como exigência parcial para o processo seletivo do Programa de Mestrado em Administração.

Anyel Izabel Dutra da Costa

2021

RESUMO

No presente projeto de pesquisa, pretende-se enfatizar a importância da tomada de decisão para obtenção de fontes de financiamento, bem como seu efeito na estrutura patrimonial das empresas, principalmente diante de cenários adversos. Através de pesquisa bibliográfica, documental e estudo de casos, buscar-se-á o entendimento de como tais decisões afetam os indicadores econômico-financeiros das sociedades empresariais.


  1. Introdução

No início de 2020, a economia mundial começou a sofrer com os efeitos causados pela pandemia do novo Coronavirus, cujo método de enfrentamento contemplou o isolamento social e o fechamento de fronteiras e de empresas ao redor do mundo.  Adotadas pelo Governo Brasileiro em 06 de fevereiro do referido ano, por meio da Lei 13.979/20, tais medidas impuseram o isolamento de pessoas e a quarentena, mantendo em funcionamento unicamente as atividades essenciais, tais como serviços de alimentação e saúde.

De acordo com o Sebrae-SP (2020), o faturamento das MPEs em junho/2020 representou 82,8% do faturamento de fevereiro, período imediatamente anterior à pandemia. Ainda segundo o Sebrae-SP (2020), houve forte contração da maioria das fontes de financiamento (extra bancário) para as micro e pequenas empresas no último ano.

Assim, considerando as formas de financiamento à disposição das sociedades empresariais, quais sejam, recursos próprios ou internos ou lucros retidos, recursos externos via endividamento ou capital de terceiros e recursos externos por meio da emissão de ações ou capital próprio, e o conceito de tomada de decisão,  que consiste em escolher a melhor alternativa para solucionar determinada situação ou atingimento de um objetivo estabelecido, a proposta principal do estudo é verificar o impacto das decisões tomadas pelos gestores ao escolher as fontes de financiamento das atividades operacionais na estrutura de capitais das empresas, sobretudo em momentos de crise financeira, a exemplo do atual período pandêmico, ocasião na qual os mercados se tornam incertos e os recursos limitados.

2. Objetivo

Dado o exposto no item anterior, o objetivo da pesquisa proposta é responder o seguinte questionamento: como a escolha das diferentes fontes de financiamento em cenários adversos afetam os indicadores econômico-financeiros das empresas?

3. Justificativa

Não obstante os estudos relacionados ao tema tomada de decisão, sobretudo direcionados às fontes de financiamento, a presente pesquisa faz-se necessária diante do atual cenário adverso advindo da pandemia do Coronavírus, cuja origem, uma crise sanitária, poderá sobrecarregar famílias e empresas e evoluir para uma crise financeira, haja vista os reflexos sobre a produção, a renda e o emprego, segundo o Banco Mundial.

Cabe salientar o argumento de Schackle (1979), para quem a ação humana se caracterizava como espontânea e imprevisível, impossibilitando a elaboração de padrões que permitissem nortear o processo decisório. A despeito das demais fontes de financiamento, dada a imprevisibilidade de momentos de crise, as conjecturas sobre cenários futuros tornam-se incompletas, podendo levar ao racionamento de crédito por instituições financeiras, segunda principal fonte de recursos de empresas brasileiras, conforme estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (1999).

Em relação a toma de decisão, Teixeira (2008) destaca que a avaliação do desempenho financeiro histórico das empresas permite observar os resultados das decisões tomadas pelos gestores. Dado o impacto deste desempenho na estrutura patrimonial das companhias, tem-se como relacionar a decisão de fontes de financiamento com a gestão estratégica.

4. Referencial teórico

Nesta seção, a pesquisa buscará elencar os principais tópicos relativos às decisões de financiamento e a tomada de decisão, sendo dividida em três partes: estrutura de capital, custo do capital e gestão do capital em tempos de crise.

4.1. Estrutura de capital e fontes de financiamento

Segundo SILVA (2017), as empresas têm objetivos importantes, tais como a busca de retorno para os acionistas. Contudo, uma questão crucial é a captação de fundos para sustento da organização, as chamadas fontes de financiamento. As fontes de fundos das empresas são divididas em três tipos:

  1. fundos provenientes de seus sócios ou acionistas
  2. lucros gerados por suas operações
  3. dívida com terceiros.

Assim, dadas as diversas fontes, o que se espera é a definição de uma estrutura ideal de recursos para financiar uma determinada estrutura de investimentos. Convém mencionar que Modigliani e Miller (1958), precursores nos estudos voltados a estrutura de capital das empresas, defenderam a irrelevância da estrutura de capitais de uma organização através da teoria da estrutura de capitais em função dos custos e benefícios das fontes de financiamento, tendo considerado que em um mercado financeiro com funcionamento perfeito, as aplicações que gerassem ganhos deveriam ter custos iguais. Assim, independentemente da fonte de recursos, capitais próprios ou de terceiros, os resultados seriam os mesmos.

Após os estudos de Modigliani e Miller, diversos trabalhos buscaram explicar ao longo dos anos uma estrutura ótima de capital, buscando maximizar o valor das organizações, inclusive contemplando variáveis não embutidas nos estudos iniciais dos referidos autores: (i) os impostos (MODIGLIANI; MILLER, 1963; MILLER, 1977); (ii) os custos de falência (Stiglitz, 1972; Titman, 1984); (iii) os custos de agência (JENSEN E MECKLING, 1976; MYERS, 1977) e (iv) a assimetria de informações (MYERS E MAJLUF, 1984). Assim, buscando-se entender as variáveis influenciadoras da estrutura de capital das empresas desenvolveu-se as teorias de pecking order e trade-off.  Na primeira, as empresas buscam recursos externos quando os recursos gerados internamente são insuficientes para suportar sua estrutura, mas somente como a última opção, enquanto na segunda, as organizações buscam um nível ótimo de endividamento.

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