A Motivação Profissional: Uma Reflexão do Trabalho Bibliotecário

        

Motivação profissional: uma reflexão do trabalho bibliotecário

Juliana Maria Waichert Binda*

Leonardo Gonçalves de Andrade**

Ana Claudia Borges Campos Wenceslau***

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo, obter informações sobre o nível de satisfação dos funcionários dos setores de referência e processamento técnico, da Biblioteca Fernando de Castro Moraes, mais conhecida como Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo UFES.  Utilizamos nesta pesquisa principalmente princípios da ergologia, pois além de normalizar e adequar o profissional à realidade dos setores ou serviços de uma organização, também possibilita usar ações de interação do profissional com os objetivos da organização mantendo o foco do funcionário nos seus próprios objetivos e nos objetivos da organização. Utilizamos também princípios da gestão de pessoas, a fim de conhecer mecanismos de motivação de funcionários.

Palavras-chave: Motivação. Satisfação profissional. Organização do trabalho.

1 INTRODUÇÃO

    Através das transformações da nossa sociedade, o processo de trabalho foi sofrendo alterações, a fim de aumentar a quantidade do produto produzido, bem como a qualidade deste produto. Uma dessas mudanças foi a padronização do processo de trabalho, o que fez com que as relações no ambiente de trabalho fossem racionalizadas. Com esta racionalização, o homem passa a tentar se igualar a máquina para que consiga atender a demanda de trabalho sob sua responsabilidade.                         Com isto a humanização vai sendo deixada à margem da preocupação da instituição, criando assim uma lacuna entre os interesses dos funcionários e os interesses organizacionais.

        Quando se pondera esta realidade nas unidades de informação é perceptível uma grande demanda de pesquisas na área da Biblioteconomia voltadas para serviços e produtos e poucos trabalhos retratando a subjetividade da situação motivacional do profissional no exercício de suas atividades. Com tantas tarefas e exigências para um único profissional, poderia este realmente estar satisfeito e motivado dentro de sua unidade de informação? É justamente o que procuramos entender na realização de nossa pesquisa.

        Consideramos importante apresentar uma pesquisa que se preocupasse também com o profissional bibliotecário e sua relação com o seu setor de trabalho e suas atividades, investigando através do método ergológico suas frustrações e motivações em seu ambiente de trabalho, pois entendemos que este profissional da informação realiza um trabalho intelectual e subjetivo buscando atender diversas áreas do conhecimento e seus respectivos clientes. Sendo a ergologia também como uma metodologia interdisciplinar poderia ajudar a compreender não somente a relação do profissional bibliotecário com seu setor de trabalho, suas diversas funções no trabalho e seus conflitos com as normas de uma instituição que por muitas vezes não vai de encontro com a realidade de uma unidade de informação, mas de fato para no futuro vale fazer entender a postura do profissional bibliotecário na tentativa de organizar a própria informação.

 Realizamos então uma pesquisa bibliográfica sobre temas que envolvessem o trabalho organizacional e principalmente fontes bibliográficas que resultasse num embasamento teórico sobre as relações humanas com o trabalho, como a Gestão de pessoas. Observamos também estudos sobre a ergonomia para que pudéssemos medir a organização metódica do trabalho e a relação do trabalhador com seu meio ambiente de trabalho.

2 REFERANCIAL TEÓRICO

         Para entender a motivação, é preciso entrar no campo da gestão de pessoas, que será aqui entendida como, políticas e práticas necessárias para administrar o trabalho das pessoas, agregar talentos à organização, integrar e orientar talentos em uma cultura participativa, acolhedora e empreendedora^[a], com o objetivo de

“[...] incentivar o poder de criatividade e também de responsabilidades conjuntas, entre gerentes e operários, onde todos respondem pelos erros e acertos, tendo como alvo o aprimoramento de informações e conhecimentos necessários para os indivíduos e para a organização”. (SALM E AMBONI,1997 apud PINTO E GONZÁLEZ, 2010^[b]).

Para alcançar este alvo as pessoas são extremamente necessárias uma vez que conferem vitalidade às atividades e processos, inovam, criam, recriam contextos e situações que podem levar a organização a posicionar-se de maneira competitiva, cooperativa e diferenciada com os clientes, outras organizações e no ambiente de negócios em geral. Segundo Chiavenato (2010), as organizações jamais existiriam sem as pessoas que lhe dão vida, dinâmica, energia, inteligência, criatividade e racionalidade. Na verdade, cada uma das partes (organização e pessoal) dependem uma da outra.

A Gestão de Pessoas baseia-se, segundo Chiavenato (2010), em cinco aspectos fundamentais. As pessoas são dotadas de personalidade própria e profundamente diferentes entre si, com uma história pessoal diferenciada e são possuidoras de habilidades, conhecimentos e competências indispensáveis à gestão dos demais recursos da organização; As pessoas são ativadores dos recursos organizacionais; A pessoas são parceiros da organização, capazes de conduzir a organização a excelência e ao sucesso; As pessoas são organismos dotados de competências essenciais ao sucesso organizacional; As pessoas são o capital humano da organização.

Chiavenato (2010), define q a Gestão de Pessoas possui seis processos básicos

• Processos de Agregar Pessoas: São os processos utilizados para a admissão de novas pessoas na organização. Incluem o recrutamento e seleção de pessoas;

•Processos de Aplicar Pessoas: São os processos utilizados para alocar as pessoas que foram agregadas as empresas em suas funções, alem de orientar e acompanhar o seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho.