Analise Morgan- Organização como fluxo e transformação
Por: carlos01032 • 22/11/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 2.064 Palavras (9 Páginas) • 3.362 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ[pic 1]
Mestrado Profissional em Administração
MPA-001 TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
Alunos: CARLOS HENRIQUE ALVES E AILTON LAZARO RIBEIRO
TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
Revelando a lógica da mudança: “ A organização como fluxo e transformação”
1.0 INTRODUÇÃO
Pode perceber que ao longo dos estudos do livro “ Imagens da organização”, as metáforas se complementam o todo tempo. É obvio que, todas com suas vantagens e limitações. A organização como fluxo e transformação analisa a organização de forma mais profunda, com o objetivo de criar novas perspectivas sobre a mudança na empresa, e usar estas, como um meio poderoso na arte de inovar o modelo de operação.
Nesta visão Morgan propõe uma visão da organização onde o importante é entender a lógica da mudança, da evolução. São apresentadas três visões de mudanças: a organização como mecanismo de autoprodução, isto é ela gera a si própria, a organização mudando como reação ao ciclo de retroalimentação e a mudança vista sob a ótica dialética, onde a organização muda face a relação entre os fenômenos opostos.
Dessa forma este seminário tem como objetivo, deixar claro as ideias de Morgan sobre esta metáfora, e acoplar estas ideias ao cotidiano, além de explicar seus benefícios e possíveis deficiências.
2.0 Referencial Teórico
Por volta do ano 500 a.c, o filósofo Heráclito, considerado o “pai da dialética”, observou que o universo está em constante mudança, visto que não é possível por exemplo uma pessoa entrar no mesmo rio duas vezes, com a explicação de que outras águas estão a todo momento entrando naquele rio. Neste capítulo, David Bohm desenvolveu uma teoria que nos convida a entender o universo como um todo indivisível que flui. Como Heráclito (filósofo Grego), ele considera o processo, fluxo e mudança como fundamentais, argumentando que o estado do universo num determinado momento reflete uma realidade mais básica. Ele chama essa realidade de ordem implícita, em oposição à ordem explícita que se manifesta no mundo a nossa volta. Bohm argumenta que o mundo empírico realiza e expressa potencialidades existentes dentro da ordem implícita. Dessa forma, Morgan afirma quatro lógicas da mudança, são elas:
2.1 Teoria da Autopoiese: A lógica da auto referência
O ambiente de acordo com muitos estudiosos é determinante na mudança da organização, já que esta é vista como um sistema aberto em constante interação com o mesmo. As mudanças no ambiente são vistas como desafios que a organização tem que enfrentar. Possui argumentos baseados em 3 princípios: autonomia, circularidade e auto referência, que lhes dá a capacidade de se auto criar e de se auto renovar. Os objetivos dos sistemas autopoiéticos é produzir a si mesmos; sua própria organização e identidade é o produto mais importante. A teoria da autopoiese aceita que os sistemas podem ser reconhecidos como tendo “ambientes”, mas insiste em que as relações com qualquer ambiente são internamente determinadas.
Neste contexto de Autopoiese, existe a representação como uma Forma de Narcisismo, ou seja, as organizações interagindo com projeções de si mesmas, e por meio desse processo de auto referência que os membros da organização podem interferir em seu próprio funcionamento e assim participar da criação e manutenção de sua identidade.
O texto aponta para duas vertentes: O egocentrismo e a sabedoria sistêmica. A primeira parte do pressuposto que as organizações estão decididas a impor sua identidade a qualquer custo, e supervalorizando muitas das vezes sua existência e podem acabar sustentando identidade não realistas, ou até então destruir elementos importantes de que faz parte. A segunda reflete a realidade que os fornecedores, mercados, força de trabalho e comunidade, fazem parte do sistema como um todo (não individualizada).
2.2 Mudando os “Fatores de Atração”: A Lógica do Caos e da Complexidade
É baseada em sistemas complexos e não lineares que possui vários sistemas de interação que são ao mesmo tempo ordenados e caóticos, mas que, juntos, funcionam de forma coerente. Assim o texto aborda alguns conceitos como por exemplo a Auto-organização Espontânea, ou seja, elas automaticamente são suscetíveis a mudanças, a influência dos fatores de atração é composta por seres únicos e distintos com capacidade e vontades, gerando sempre situação complexas e diferentes.
Entretanto podem surgir encruzilhada no caminho da mudança, que no ambiente organizacional uma mudança pequena no meio do processo produtivo pode tomar uma proporção catastrófica para a empresa. Além disso o autor defende que os padrões a serem adotados não podem ser impostos, tem que ser natural envolvendo a organização, hierarquia e controle.
A mudança dentro do ambiente quebra paradigmas, rótulos e maneiras de organizar as tarefas. Sendo assim o papel fundamental dos administradores é criar e moldar contextos para uma nova forma de auto-organização. É de extrema importância que o gestor identifique o gargalo para que assim mesmo de um ponto pequeno com o objetivo de expandir a mudança altere a estrutura da empresa, para se atingir o resultado esperado. Assim a teoria do “caos e complexidade”, afirma que em sistemas complexos não há uma maneira de planejar ou controlar as operações do sistema de maneira global, geralmente o ideal é que o administrador use parâmetros críticos que faça evoluir.
2.3 Causalidade Mútua: Círculos em lugar de Linhas
Nesta parte do capitulo o autor cita que as organizações evoluem ou desaparecem em conjunto com mudanças que ocorrem nos seus ambientes e que a administração estratégica dessas organizações requer um entendimento deste contexto. Isto exige que os membros da organização adquiram uma nova maneira de raciocinar a respeito do sistema de relações circulares ao qual pertencem e que compreendam como estas relações são formadas e transformadas pela empresa através de processos que são mutuamente determinantes e determinados. A teoria encoraja que se pense sobre mudança como círculos e não linhas e substitui a idéia de causalidade mecânica. Quando se analisam situações como círculos e não como linha, invariavelmente se chega a configurações mais ricas do sistema considerado. Existem muitos níveis nos quais um sistema pode ser analisado, e a escolha da perspectiva dependerá muito da natureza do problema com o qual se esta lidando.
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