Aplicações da Teoria das Filas Uma Análise Bibliométrica

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Aplicações da Teoria das Filas: uma análise bibliométrica

Douglas Gabriel Esquerdo, EPA, UNESPAR/Campus de Campo Mourão

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Mariana Antunes, EPA, UNESPAR/Campus de Campo Mourão

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Milena Rafaela Jacomel, EPA, UNESPAR/Campus de Campo Mourão

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Solange Maria do Nascimento, EPA, UNESPAR/Campus de Campo Mourão

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Resumo: A teoria das filas está presente em um ramo da Pesquisa Operacional que envolve investigações baseadas em distribuições de probabilidades permitindo determinar um modelo quantitativo de fila para uma situação em particular. Estudos de Teoria das Filas visam reduzir as filas de clientes em servidores e diminuir seus respectivos tempos de esperas. O presente artigo tem por objetivo conceituar e discutir aspectos teóricos da teoria das filas, bem como realizar uma revisão bibliográfica das aplicações desta técnica. O método de abordagem adotado no presente estudo classifica-se como misto (quantitativo e qualitativo). Quanto aos procedimentos de coleta de dados, classifica-se como pesquisa bibliográfica e quanto aos objetivos, classifica-se como exploratória. A partir do estudo, foi possível identificar que que o ENEGEP possui o maior acervo de estudos publicados a partir das aplicações da Teoria das Filas dentre os eventos abordados. Este, seguido pelo SIMPEP, sucedido pelo CONBREPRO e, por fim, o EEPA. Tal tema tem sido abordado de forma crescente até o ano de 2018, este sendo o ano de maiores quantidades de publicações. Quando se analisa a participação dos anais por publicações anuais, se tem o mesmo cenário em relação a representatividade dos eventos que, conforme o passar dos anos, a abordagem desse tema esteve cada vez mais presente nos anais. Ademais, foi notório que as publicações que envolvem estudo de caso são mais sobressalentes que as demais. Por fim, notou-se que a ferramenta possui um papel fundamental dentro de uma organização, trazendo resultados positivos e satisfatórios, fazendo total diferença no processo de tomada de decisão.

Palavras-chave: Teoria das Filas; Pesquisa Operacional; Aplicação da Teoria das Filas.

1. Introdução

Conforme destaca a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO) (1998), o cenário vigente de atuação das empresas caracteriza-se pelo processo de internacionalização e globalização da economia, com graus crescentes de competitividade. Assim, o binômio Produtividade e Qualidade, que historicamente sempre foram elementos fundamentais de interesse e estudo da Engenharia de Produção, tornaram-se agora uma necessidade competitiva de interesse global não apenas de empresas de bens e serviços, mas também de inúmeras nações (ABEPRO, 1998).

“Compete à Engenharia de Produção o projeto, a implantação, a operação, a melhoria e a manutenção de sistemas produtivos integrados de bens e serviços, envolvendo homens, materiais, tecnologia, informação e energia. Compete ainda especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas para a sociedade e o meio ambiente, recorrendo a conhecimentos especializados da matemática, física, ciências humanas e sociais, conjuntamente com os princípios e métodos de análise e projeto da engenharia” (ABEPRO, 1998).

As subáreas do conhecimento relacionadas à Engenharia de Produção que balizam esta modalidade na Graduação, na Pós-Graduação, na Pesquisa e nas Atividades Profissionais, são: Engenharia de Operações e Processos da Produção; Logística; Engenharia da Qualidade; Engenharia do Produto; Engenharia Organizacional; Engenharia Econômica; Engenharia do Trabalho; Engenharia da Sustentabilidade; Educação em Engenharia de Produção e, por fim, Pesquisa Operacional (PO) (ABEPRO. 2008), subárea a qual se destaca o tema deste estudo.

A PO tem por foco a resolução de problemas reais envolvendo situações de tomada de decisão, através de modelos matemáticos habitualmente processados computacionalmente. Aplica conceitos e métodos de outras disciplinas científicas na concepção, no planejamento ou na operação de sistemas para atingir seus objetivos (ABEPRO, 2008). Ao identificar a existência de um problema, inicia-se o desenvolvimento do método científico através de levantamento de dados relevantes para a construção do modelo matemático, que irá alinhar os dados reais para obter a solução ótima. Na PO diversas técnicas de modelagem auxiliam no processo decisório para a otimização do problema identificado (HILLIER; LIEBERMAN, 2013), dentre elas, a Teoria das Filas, foco principal do artigo.

De acordo com Carvalho et al. (2017), as filas são sistemas de organização bem comuns em nossa rotina, encontradas em bancos, supermercados, padarias, farmácia, entre outros estabelecimentos. Devido a fila estar tão presente no dia a dia, o seu tratamento é de grande importância para qualquer empreendimento, visando uma melhor organização da prestação dos serviços para suprir as demandas.

As formações de filas ocorrem porque a procura pelo serviço é maior do que a capacidade do sistema de atender a esta procura. A razão pelo qual os gerentes dos estabelecimentos e o poder público não aumentam suas capacidades de atendimento podem ser resumidas basicamente por dois motivos: inviabilidade econômica e limitação de espaço (COSTA, 2011).

Uma fila é caracterizada por um processo de chegadas (pessoas, veículos, trens, etc.) a um sistema de atendimento formado por uma ou mais unidades de serviço. As unidades podem ser atendidas individualmente (pedágio, porto, etc.), ou em grupos (pessoas num elevador, veículos num semáforo, etc.) (BRUNS; SONCIM; FLOGLIATTI DE SINAY, 2001).

As filas costumam se mostrar de maneira desagradável ao cliente, por isso elas precisam ser bem planejadas de forma que não venham a causar transtornos e a Teoria de Filas é uma ferramenta de PO que trata as informações de todo sistema de atendimento com esse fim, de uma forma sistematizada (CARVALHO, et al., 2017).

A maioria das pessoas entende o conceito de fila, porém poucos sabem a importância que um estudo sobre as mesmas pode ter. Nesse sentido, este estudo tem por objetivo discorrer sobre a Teoria das Filas, bem como realizar uma análise bibliométrica acerca das aplicações dessa ferramenta no âmbito científico. Para tanto, foram utilizados como base dados os anais dos eventos: Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP); Simpósio de Engenharia de Produção (SIMPEP); Congresso Brasileiro de Engenharia de Produção (CONBREPRO) e Encontro de Engenharia de Produção (EEPA), com um corte temporal de 10 anos, ou seja, trabalhos publicados desde o ano de 2011 a 2021.