As Crises Cambiais na Exportação de Soja Para a China
Por: eliasrozendo • 19/9/2015 • Trabalho acadêmico • 599 Palavras (3 Páginas) • 202 Visualizações
As crises Cambiais na exportação de Soja para a China
A perda de participação do Brasil nas importações chinesas no período 1995-2002 pode ser explicada pela composição da pauta de exportações brasileiras, uma vez que nos produtos que o país exporta aumentou a sua presença nas importações chinesas. Os ganhos de competitividade devem-se, sobretudo, ao bom desempenho das vendas de soja em grãos no período.
O Brasil passou a exportar grãos de soja para a China somente em 1996. Assim, o desempenho das vendas do produto entre 1996 e 2002 traduziu-se integralmente em ganhos de participação no mercado chinês. Por outro lado, o efeito composição do produto foi negativamente influenciado pela drástica queda nas importações chinesas de óleo de soja, que responderam por quase metade (47%) das exportações brasileiras para a China em 1995.
Desde 1997, a China tem sido o maior importador mundial de produtos pertencentes ao complexo soja. Em 2002, as compras chinesas alcançaram US$ 2,9 bilhões de um total de US$ 19,9 bilhões de importações mundiais do complexo soja. A participação chinesa nesse mercado tem crescido substancialmente nos últimos anos. Em 2002, a China respondeu por 14,5% das importações mundiais do complexo soja, com um significativo aumento em relação aos 6,6% de participação em 1995.
O crescimento das importações chinesas do complexo soja é também bastante expressivo quando comparado com a evolução da demanda por parte de outros grandes compradores de soja. Em 2002, o Brasil voltou a ser o principal exportador de soja para a China, posição que deteve em 1995 e 1996, mas que foi ocupada pelos Estados Unidos nos cinco anos seguintes. As exportações brasileiras de soja para a China cresceram 91,5% (9,7% ao ano) entre 1995 e 2002, superando a marca de US$ 1 bilhão em 2002. De acordo com a Secretaria da Receita Federal (2003), o desempenho das vendas brasileiras nesse mercado foi impulsionado por:
Aumento da produtividade da soja brasileira, tendo superado a americana.
Decisões estratégicas de empresas transnacionais que consistem em utilizar as regiões de maior eficiência na produção para suprir regiões populosas e com perspectivas de crescimento de renda.
Restrição à produção de transgênicos no Brasil. Entre 2001 e 2002, a China impôs significativas restrições à importação desses produtos. Em particular, o Ministério da Agricultura da China especificou que: (i) o processo de certificação requerido para importação de transgênicos pode durar até 270 dias; (ii) cada envio de transgênicos deve ser acompanhado de um certificado próprio; e (iii) a importação de transgênicos requer o resultado de testes que comprovem que o produto pode ser utilizado para consumo humano e não impõe riscos a animais, plantas ou ao meio ambiente.
A perda de participação do Brasil no mercado chinês de soja deve-se, sobretudo, ao fraco desempenho das exportações de óleo de soja, ao passo que as vendas de soja em grãos cresceram significativamente nos últimos anos.
A soja em grãos foi o segmento mais dinâmico no âmbito das importações chinesas de soja entre 1995 e 2001. Já as compras do farelo e do óleo de soja caíram significativamente nesse período, com a decisão do governo de investir fortemente em instalações para o esmagamento de soja próximo às cidades portuárias. Em 1999, o país passou a impor uma alíquota de 13% sobre as importações de farelo de soja. Desde então, as compras chinesas de farelo de soja têm sido desprezíveis. Em 2002, as importações chinesas do produto ficaram abaixo de US$ 1 milhão contra US$ 862 milhões em 1998. Já as importações de óleo de soja cresceram significativamente em 2002, recuperando uma parte da forte queda nas compras do produto ocorrida na segunda metade dos anos 90.
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