CARACTERIZAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES E DA COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL DO COMPLEXO DE CARNES BRASILEIRO
Por: paula_acre • 23/6/2015 • Artigo • 1.539 Palavras (7 Páginas) • 329 Visualizações
THIAGO LIMA DOS SANTOS
PAULA MARINHO DA SILVEIRA
- RESENHA CRÍTICO-REFLEXIVA DO ARTIGO
- CARACTERIZAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES E DA COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL DO COMPLEXO DE CARNES BRASILEIRO
RIO BRANCO
2014
CARACTERIZAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES E DA COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL DO COMPLEXO DE CARNES BRASILEIRO
Esta resenha tem por finalidade realizar uma análise crítica sobre o que se expõe no artigo supracitado, que de maneira técnica algumas características condizentes com a correlação entre as exportações de carnes.
Inicialmente o texto aborda o fato de que nos últimos anos o Brasil tenha se tornado um dos grandes países com capacidade de competir no mercado mundial de exportação de carnes, o que o texto refere-se como proteína animal.
Em suas primeiras abordagens o texto mostra que no inicio dos anos 2000 houve uma alavancagem no setor agroindustrial, que possibilitou de vez a entrada no nosso país como competidor mundial pelo mercado de carnes, uma vez que houveram boas transformações econômicas e uma melhor organização do setor.
Há no artigo uma bela citação de Lima et. al embasando o porque do Brasil ter se destacado no cenário mundial deste seguimento. A citação diz que o país possui clima, extensão, condição geográfica, recursos hídricos, humanos e tecnológicos favoráveis ao agronegócio, porem a crítica que se faz aqui é a de que se levarmos em conta a flora natural do nosso país, perceberemos que ela pouco é favorável à instalação da pecuária, por exemplo, como atividade motriz da economia.
Sabemos, contudo que para a expansão do setor de agronegócio, e sobre tudo da pecuária extensiva, houve a necessidade de desmatar milhões de hectares de florestas nativas, nas regiões centro-oeste (sobretudo no Mato Grosso), e norte do país (especialmente em Rondônia). Porem o trabalho fonte desta resenha trata-se de uma análise voltada à competitividade gerada pela crescente indústria de carnes, o que se compreende a falta desta ótica de cunho mais ambiental.
Porem é de suma importância e de grande valia a reflexão exposta ainda na introdução do artigo onde se relata um dos fatores, se não o mais contribuidor para a abertura e inserção do Brasil como um verdadeiro competidor na comercialização mundial, que foi a abertura econômica na década de 90 com o governo Collor, e as privatizações, que obrigaram aos empresários investir em melhores condições que fossem capazes de alavancá-los e mantê-los na briga de mercado com empresas bem mais estruturadas.
Observa-se também, que após esse período de estabilização e de ganho de força na competitividade o setor apresentou um expressivo aumento no tocante às exportações que cresceram na ordem dos 69,9% ao ano, acarretando em ganhos bem significativos ao PIB nacional.
No tocante ao capítulo sobre competitividade temos algumas abordagens que de forma sucinta, apresentam conceitos de vários autores que agregam valor ao conceito das vantagens comparativas reveladas, que aparece como um dos conceitos mestres no artigo ganhando até mesmo um capítulo dedicado a demonstrar o Índice de Vantagens Comparativas Reveladas (IVCR) , mas, no entanto não constam nas palavras-chave do artigo, o que poderia ser revisto.
No presente trabalho, optou-se pelo conceito de competitividade passada das Vantagens Comparativas Reveladas. Ele é relevante porque apresenta o comportamento das exportações do complexo carne e revela a evolução da parcela relativa - crescimento ou declínio - das exportações, tornando possível a análise de market-share, ou seja, a evolução da dinâmica das parcelas de mercado. (LIMA, Carlos Eduardo de et al. p.7)
E assim o capítulo inteiro do referido artigo se desenvolve embasado em teorias que mostram os fatores que influenciam de forma direta a competitividade no mercado mundial. Assim alguns defendem ideias como a da inovação dos complexos industriais por meio de pesquisas, a normatização das barreiras sanitárias; outros elevam à questão macro e microeconômica que se desenvolve de maneira um tanto quanto enfadonha no referido capítulo.
No que se refere ao capítulo mais específico sobre o comercio e o mercado mundial de carnes, este apresenta-se com tabelas, que enriquecem seu conteúdo e assim pode-se visualizar de forma mais espacial e palpável a ideia de crescimento do consumo e por conseguinte sua comercialização em que a carne suína aparece como a mais produzida no mundo, com a segunda maior taxa de crescimento devido ao mercado chinês ser o responsável por metades, tanto da produção quanto de consumo deste tipo de carne. O frango aparece também em destaque no cenário mundial, apresentando a maior taxa de crescimento, se tornando assim o segundo tipo de carne mais consumida no mundo. Ressalta-se ainda que a carne de peru é a que apresentou menor índice de crescimento em sua produtividade.
Geralmente quando se remete às palavras: carne e proteína animais, nosso cérebro condiciona diretamente e correlaciona à carne bovina, e logo infere-se que ela seja a mais consumida em todo o mundo. Porem este artigo retrata justamente isso, fazendo cair alguns paradigmas, que são associados às mudanças culturais e alimentares da população, que busca hábitos mais saldáveis e consequentemente diminuem o consumo da carne bovina.
Segundo o artigo em questão há uma tendência de aumento na demanda mundial pela busca de proteínas de origem animal, que segundo os autores, está também ligado ao crescimento econômico, justificado pelo aumento da renda média da população, especialmente nos países em desenvolvimento, porem conclui-se que o fator cultural seja o mais expressivo quanto ao aumento do consumo de carne, pois países em desenvolvimento, (especialmente os Latino-americanos como México, Argentina, Uruguai e Brasil) apresenta grandes índices de consumo de carne. Com isso o Brasil torna-se mais uma vez destaque nesse segmento.
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