CONTABILIDADE APLICADA AS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR
Por: Mauro Serra • 5/4/2021 • Trabalho acadêmico • 849 Palavras (4 Páginas) • 183 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CONTABILIDADE APLICADA AS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR
PROFº FRANCISCO GILVAN
LUCIMAURO SERRA – CÓD. 2016059245
RESENHA CRÍTICA DA OBRA:
“Quanto vale ou é por quilo?”
Filme, lançado em 2005, com direção de Sérgio Bianchi, produção financiada pela Petrobras e pela Secretaria de Cultura do Rio, é uma livre adaptação do conto “Pai contra mãe” de Machado de Assis, publicado no volume “Relíquias de Casa Velha” em 1906, intercalado com pequenas crônicas de Nireu Cavalcanti sobre a escravidão extraídas dos Autos do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro. O filme tem a intenção de revelar as mazelas e contradições de um país em permanente crise de valores, que engloba discriminação contra negros e pobres, luta pelos direitos democráticos, marketing assistencialista, crime, violência, desrespeito e corrupção.
O filme apresenta histórias que se entrelaçam em um paralelo entre a vida no período da escravidão e a sociedade brasileira atual, focando nas semelhanças no "comportamento mercadológico" das duas épocas. Ou seja, julga o predomínio econômico das relações: escravo como produto no século XVIII e pobres como produto nos dias atuais. Ontem, os senhores de escravos aproveitavam as "mercadorias" como subproduto de seus lucros, hoje, as instituições "assistencialistas" através da filantropia. Em uma lógica cruel, não é legitimado o trabalho do famoso "terceiro setor", colocando-o, ao lado das ações ditas sociais, como mais uma forma de aproveitar-se dos escravos.
A todo instante o filme demonstra visivelmente, com a comparação entre o Brasil colonial e o de hoje, a dificuldade do desenvolvimento da cidadania no Brasil, acendendo o senso crítico para a reflexão sobre o que estamos vivenciando nos tempos atuais através de uma relação entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social constituindo uma solidariedade de fachada (que são empreendidas com atividades assistencialistas por governos, políticos e outros setores da sociedade). Sem esquecer-se das semelhanças como exclusão social, opressão, miséria, além da impunidade e a violência nas diferenças sociais e econômicas.
Podemos observar no filme que tudo está voltado para o capitalismo, desde a época da escravidão quando os negros (escravos) eram discriminados, explorados e serviam de moeda de troca chegando a ficar expostos na frente das casas e comércios como verdadeiras mercadorias, quanto nos dias atuais onde falta às pessoas amor ao próximo e sobra ambição, onde uns querem tirar vantagem em cima de outros, como é ilustrado nas cenas em que um cidadão de bem, jovem, que se torna pai, mas está desempregado, para conseguir sustentar e oferecer melhores oportunidades a sua família acaba tornando-se matador de aluguel.
Em ambas as épocas retratadas são possíveis visualizar e confrontar as situações representadas pelo modelo de assistencialismo, como por exemplo, aumento do número de ONGS, nas quais a maioria delas são empresas que se camuflam atrás de uma organização dita como sem fins lucrativos para tirar proveito valendo-se da miséria das pessoas para sonegar impostos, sem deixar de falar em institutos que são criados com financiamento de dinheiro público.
A falta do Estado na área social abre espaço para aqueles que querem se aproveitar e apenas lucrar, fazendo com que as instituições sérias que cumprem seu papel social acabem ficando desacreditadas.
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