MICRO EMPREENDIMENTO INDIVIDUAL: ANÁLISE DO PLANO DE NEGÓCIOS DO ATELIER MIMA MIMOS

MICROEMPREENDIMENTO INDIVIDUAL: ANÁLISE DO PLANO DE NEGÓCIOS DO ATELIER MIMA MIMOS

Camila Machado Valverde Correa Netto Silva

RESUMO

As empresas iniciantes, incluindo os micros empreendimentos individuais precisam se preparar para lançarem-se no mercado, já que pela inexperiência, falta de recursos ou planejamento, são suscetíveis à falência. Estudiosos têm apontado que o plano de negócios representa uma ferramenta orientadora, capaz de auxiliar no processo de conhecimento do mercado e do negócio, além de facilitar as decisões e servir para organizar ações que possibilitam aumentar as chances da empresa se manter no mercado. O problema que motivou a investigação está implícito na pergunta: Até que ponto o plano de negócios contribui para o processo gerencial do microempreendedor individual? O objetivo principal do estudo é analisar o planejamento do Atelier Mima Mimos em Juiz de Fora – MG, tomando por base o plano de negócios. A metodologia da pesquisa utilizada quanto aos objetivos caracteriza-se como exploratória e quanto aos procedimentos técnicos é pesquisa bibliográfica, através do levantamento de informações em livros e artigos científicos de autores consagrados e da maior credibilidade. Além disso, realizou-se um processo de observação não participante, onde a pesquisadora se insere no contexto da investigação, porém, sem interferir na mesma. O resultado do estudo evidenciou que conhecer os clientes, fornecedores, mercado e concorrentes deixou de ser uma mera formalidade, para se tornar uma estratégia competitiva no mercado. Foi possível concluir que o plano de negócios é uma importante ferramenta orientadora, principalmente para microempreendedores que não possuem vasta experiência no mercado e precisam conhecer de maneira aprofundada o ramo em que atuam para sobreviver frente à competitividade acirrada.

Palavras Chave: Empreendedorismo, Plano de Negócios, Atelier Mima Mimos

1. INTRODUÇÃO

No mercado atual é possível identificar uma alta taxa de falência de micro e pequenas empresas, dificultando a sobrevivência das organizações. Sendo assim, as empresas iniciantes no mercado bem como as micro e pequenas organizações, precisam estar preparadas, já que pela inexperiência ou falta de recursos e planejamento, são suscetíveis à falência. Desta maneira, o plano de negócios representa uma ferramenta orientadora para os empreendedores, capaz de auxiliar no processo de conhecimento do mercado e do negócio, facilitando o processo decisório e organizando ações para o estabelecimento da empresa no mercado.

Com base no cenário apresentado, compreende-se que o problema a ser respondido com este artigo está implícito na seguinte pergunta: Até que ponto o plano de negócios contribui para o processo gerencial de um microempreendedor individual?

O objetivo geral deste trabalho é analisar a estrutura organizacional do Atelier Mima Mimos em Juiz de Fora – MG com base na elaboração de um plano de negócios. Já os objetivos específicos envolvem a contextualização do plano de negócios, o conhecimento da estrutura de funcionamento do Atelier Mima Mimos, a abordagem de seu histórico de criação e a identificação das potencialidades e dificuldades do negócio.

Uma hipótese para responder à questão problema mencionada é a de que por meio de um plano de negócios, o micro empreendedor pode visualizar as lacunas e potencialidades de sua empresa e buscar solucionar problemas e investir em possíveis melhorias, tendo como base, informações realistas do nicho de mercado em que atua.

Outra hipótese associa-se a alta competitividade existente no mercado atual, que exige das organizações foco para a obtenção de lucro. A alta competitividade vem fazendo com que grandes empresas que não acompanham as rápidas modificações do mercado, acabem fechando as portas, fato que pode atingir também um microempreendedor, caso o mesmo não possua conhecimento baseado no mercado.

Já uma terceira hipótese é a de que através do plano de negócios, a microempresa pode orientar seus esforços financeiros para ações que satisfaçam o mercado, evitando desta forma, gastos desnecessários.

Podem ser citadas duas justificativas para a abordagem deste tema. A primeira é de cunho pessoal, já que uma das proprietárias do Atelier é também a autora deste artigo. Portanto, ao analisar o próprio negócio, a mesma tem a possibilidade de identificação e caracterização do mercado, potencialidades e dificuldades, sendo assim possível, criar estratégias de melhoria produtiva, lucratividade e manutenção no mercado competitivo atual, sendo uma exceção às empresas que decretam falência nos primeiros anos de atuação.

Outra justificativa está na necessidade de compreender o papel desempenhado pelo plano de negócios junto aos microempresários, já que muitos líderes e gestores defendem que esta ferramenta é um gasto necessário e não um investimento.

A metodologia utilizada para este trabalho baseia-se na pesquisa bibliográfica, com consulta a materiais científicos que abordem o tema. Além disso, realizou-se um processo de observação não participante, onde o pesquisador se insere no universo de pesquisa, porém sem interferência ao mesmo.

Os principais autores utilizados neste trabalho são Bhide (2002), Arruda (2014), Medeiros (2012), Ries (2012) e publicações do Global Entrepreneurship Monitor, o principal instituto medidor de atividades empreendedoras no mundo, buscando neles, dados confiáveis para a construção do trabalho. Optou-se pela escolha deste tipo de metodologia, pela necessidade de buscar bases teóricas sobre o assunto, visto que há escassez desse tipo de referencial.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CENÁRIO EMPREENDEDOR BRASILEIRO

O empreendedorismo é considerado como o marco inicial para a busca de novas formas organizacionais, como ocorre com os startups. Considerada como a peça fundamental para o funcionamento do sistema capitalista, as empresas representam atualmente, a mola propulsora da economia brasileira. Aliado a este fato, tem-se o empreendedorismo, utilizado pelas organizações para a criação de novos produtos, serviços, modelos de gestão e negócios com base nas inovações e transformações do mercado globalizado e competitivo do século XXI (ARRUDA, et al, 2014).