O Desenvolvimento em Crise
Por: isa_azevedo • 14/4/2022 • Trabalho acadêmico • 850 Palavras (4 Páginas) • 67 Visualizações
Heitor Dal Gallo – 201710039 Entrega: 23/04
Isabella de Azevedo – 201710041
Administração de Empresas – 4º ano
Matéria: Economia Brasileira II
Atividade 3
Texto: “Desenvolvimento em Crise”; Capítulo 4; Carneiro – 2002.
Perguntas:
No início dos anos 80 o objetivo central da política econômica brasileira passa a ser a geração de mega superávits comerciais. Por que esse passa a ser o objetivo principal? Esse objetivo é compatível com a manutenção do crescimento econômico? Por que?
Nos anos 80, o objetivo central da politica econômica brasileira era a geração de “mega” superávits comerciais. Esta busca por grandes superávits comerciais do governo brasileiro ocorre devido ao resultado econômico das décadas de 60 e 70. Neste período que antecede a década de 80, a divida externa brasileira obteve um alto crescimento.
Nos anos 60, a dívida externa do Brasil ultrapassou o valor de 4 bilhões de dólares. Nos anos 70, mais precisamente entre 1974 e 1977, a dívida brasileira continuou crescendo por conta do aumento no endividamento dos altos déficits em transações correntes. Este aumento também ocorreu devido implementação do 2º PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), já que o plano foi responsável por financiar os déficits da balança comercial e de serviços com recursos externos. Outro acontecimento importante, responsável por piorar ainda mais o cenário para a economia brasileira foi o novo choque do petróleo e o choque dos juros externos que ocorreram em 1979.
No fim deste período e no começo dos anos 80, o saldo da balança comercial era negativo, uma vez que o país importava produtos em um número bem maior do que o número que correspondia a suas exportações, gerando uma balança de pagamentos com saldo negativo também. Além disso, ocorreu uma queda do PIB, sendo até negativo em alguns anos, gerando uma diminuição do investimento no país, e consequentemente um aumento da inflação, resultando em um déficit público cada vez maior. Com todo este cenário a dívida interna e externa só foi crescendo e piorando ainda mais o atual cenário econômico do Brasil.
Todos os acontecimentos que ocorreram nas décadas de 60 e 70 foram responsáveis pela situação econômica do Brasil no inicio da década de 80. Perante este cenário, cabia ao governo brasileiro buscar alternativas de como resolver e reverter a situação econômica do país. Dessa forma coube ao governo mudar de estratégia e abandonar políticas buscando o desenvolvimento e crescimento do país, mas buscar agora a geração de “mega”superávits.
Entretanto, para atingir este novo objetivo é necessário que as exportações brasileiras cresçam em maior escala do que as importações visando garantir um saldo da balanca comercial positivo e uma taxa de incremento das exportações superior a taxa de juros incidente sobre a divida externa.
Os anos 80 se caracterizam pela alternância de ciclos breves de recessão e expansão e por uma taxa de crescimento próxima ao aumento da população. Além disso, este período ficou marcado pela continua transferência de recursos reais para o exterior via obtenção de superávits comerciais recorrentes.
Este objetivo de gerar mega superávits comerciais, age contra o crescimento econômico, pois as marcas fundamentais dos anos 80, foram o baixo crescimento e a instabilidade, já que o investimento produtivo e o consumo caíram nesse período. O consumo e o investimento puxam o PIB, e quando eles crescem, as importações por serem pró-ciclicas (acompanham a demanda e o PIB) crescem também, e as exportações desaceleram, pois volta-se muito mais para o mercado interno. Porém, não foi isso que aconteceu com o Brasil.
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